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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 134

Cap. 133 abandonado no pior momento.

Aurora entrou no escritório em silêncio, os passos leves ecoando sobre o chão de mármore. Andrews estava ali, de pé atrás da mesa, os braços cruzados e o olhar distante. Ele parecia tudo menos um homem poderoso e mais uma sombra do que costumava ser, olhos cansados, mandíbula tensa, um vazio que não se escondia mais.

— Entra… — disse, a voz baixa e firme. — e Senta. Por favor.

Ela obedeceu, sentando-se diante dele com o coração apertado, Puxou o envelope e o entregou, sem dizer nada. Andrews pegou o ultrassom devagar, como se o simples toque pudesse queimar sua pele.

Quando viu a imagem, sua expressão mudou. As pupilas dilataram, os lábios entreabriram, e por um momento ele apenas encarou o pequeno ser sombreado no papel. Então sorriu. Um sorriso desconcertado, torto, desesperado.

— Acho que você já sabe parte da história, não é? — a voz dele saiu embargada.

Aurora assentiu, tentando manter a calma.

— Só não sabia que vocês tinham… tido um bebê, estou surpresa...

Andrews fechou os olhos por um segundo. Quando os abriu novamente, estavam tomados por uma sombra de mágoa.

— Eu não queria contar essa merda pra ninguém. — disse com amargura. — Mas de tudo que você vai saber… só tem uma coisa que importa. Eu só comecei a me tornar o homem que sou hoje… não por causa de uma mulher. Mas por causa dessa criança.

Ele se afastou da mesa, indo até a janela. Encarou o mundo lá fora, mas era evidente que via algo muito mais distante.

— Meu relacionamento com Janete tinha ido longe demais, Mas eu era jovem. Tolo, Acreditava que o amor era suficiente para um homem e uma mulher que queriam ser felizes juntos, mas o amor nunca esteve a mesa. — ele passou a mão pelos cabelos. — e ela… ela tinha outros planos.

Aurora ficou em silêncio, ouvindo com atenção. Então ele respirou fundo, como se estivesse prestes a mergulhar em águas profundas demais.

— Ela foi meu primeiro amor. Nos conhecemos no primeiro semestre da faculdade. Eu tinha conseguido uma bolsa por mérito. Era o primeiro da minha família a pisar numa universidade. E lá estava ela… deslumbrante, cheia de certezas e vontades. Janete era intensa, sabe? Tinha gênio forte, gostos caros e uma ambição que beirava a obsessão, mas eu passei por cima do que era obvio.

A voz de Andrews baixou, mergulhada nas lembranças.

— Eu era um projeto. Ela gostava de dizer que estava comigo por amor… mas a verdade é que eu era uma aposta. E, mesmo sendo uma aposta barata, eu acreditava nela. Mesmo quando todos diziam que eu era motivo de piada. O bolsista apaixonado pela rainha da faculdade. E Que eu não tinha grana pra bancar nem as roupas que ela usava.

Ele riu com ironia, mas não havia humor.

— Continuamos juntos. E um dia… ela aceitou meu pedido de casamento. Eu me senti o homem mais sortudo do mundo, ela levou nosso relacionamento bem longe, talvez por ver que meus sentimentos eram genuínos. Quando ela engravidou, foi como se tudo fizesse sentido. Nosso primeiro filho… nosso começo de verdade.

Andrews voltou a encarar Aurora. A dor em seus olhos era evidente.

— Mas… não cheguei em casa. Um carro me atropelou no meio do caminho. Eu fui lançado longe. Quase morri naquela noite.

Aurora levou a mão à boca, chocada.

— Quando acordei no hospital, ela foi me visitar. Entrou no quarto como se fosse parte do pesadelo. Estava com os olhos inchados… mas não chorava por mim. Estava nervosa, agitada. E então… então o médico entrou. Ele deu o diagnóstico ali, diante dos dois. Disse que… eu poderia perder os movimentos por um tempo, talvez para sempre.

Ele fechou os olhos, e um músculo em sua mandíbula pulsou.

— Na hora… ela congelou. Literalmente. Não disse uma palavra. E então, sem olhar pra mim, saiu correndo. Como se eu fosse algo do qual precisava se livrar.

Aurora não conseguia conter as lágrimas que escorriam silenciosamente. Mas Andrews não as via. Estava mergulhado demais na lembrança.

— Ela arquitetou tudo depois disso. Mesmo grávida, mesmo sabendo do meu estado… ela sumiu, não atendia minhas ligações. Me deixou apodrecendo naquele quarto de hospital, sem ninguém. Nem um telefonema. Nem um bilhete.

A garganta dele apertou. Engoliu em seco, e então riu com amargura.

— Fiquei sozinho por uma semana inteira. Nenhum parente, exceto por rodrigo que estava ao meu lado todos os dias, mas também não saiu de la de perto de mim sabendo o quanto eu estava abalado por estar preso em uma cadeira de rodas. Quando tive alta, achei que finalmente voltaria pra casa, pra ela. Que tudo poderia ser remendado, comecei a pensar que ela só estava com medo, quando rodrigo disse que ela se trancou na mansão e não saiu mais, mas ainda quando eu estava na saída do hospital recebi uma mensagem dela.

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