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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 146

Cap. 145, apaziguar.

Eu não fazia ideia do que estávamos dizendo, ou de onde exatamente aquela conversa tinha começado. Era tanta coisa represada, jogada de uma vez, como se estivéssemos afundando numa tempestade feita de tudo o que nunca tivemos coragem de falar. Mas ali, olhando nos olhos de Andrews, percebi... Ele poderia ter sido alguém em quem eu teria me apoiado desde o começo. E talvez ainda pudesse ser.

— Digamos que eu me deixei levar pela raiva e pelo fato de ter sido desprezado por causa das minhas pernas, na época que eu não podia andar, Então a culpa de nos darmos mal foi por algo que eu disse? — perguntei confusa.

— Eu passei pela sala... no dia do nosso casamento — ele disse de repente, a voz baixa, rouca. — E ouvi você conversando com uma empregada. Você disse que tivesse nojo de mim, naquele momento tudo tinha se transformado em raiva e uma sensação de que você não era muito diferente de Janete

Senti meu estômago afundar. Minhas pálpebras se fecharam com força, como se isso pudesse apagar a lembrança ou a dor que ele carregava, eu me lembro bem desse dia, mas aquelas palavras não foi porque eu tinha nojo, mas medo, e alivio de saber que não seria forçada por ele por causa de sua condição.

— Me desculpa... — sussurrei, quase sem voz. Doeu lembrar, mas doeu ainda mais saber que era verdade.

Ele respirou fundo, e vi seus olhos brilharem com uma tristeza que parecia antiga.

— Eu não tinha maturidade pra entender sua situação naquela época. Eu só senti a ferida... e reagi. — Ele segurou minhas mãos com firmeza, como se segurasse a própria coragem. — Cada vez que você era rude comigo... eu era ainda mais duro. Eu criei uma guerra entre nós quando, no fundo, tudo o que eu queria... era você, parecia que a única forma de ter algo de você era causando seu desprezo.

— Que saco... — resmunguei mantendo a cabeça baixa, sem conseguir segurar as lagrimas, é insuportável saber que eu poderia ter me dado bem com ele desde o início e evitado essa bagunça que me gastou ate o limite e acredito que ele também.

Engasguei num soluço e não consegui mais fingir que estava tudo bem. Me lancei nos braços dele como se aquele abraço fosse a única coisa que me mantivesse inteira.

Ele me acolheu com força, como se estivesse abraçando algo que procurava há muito, muito tempo.

— Me desculpa, Andrews — murmurei contra o peito dele, sentindo minhas mãos apertarem sua camisa, desesperadas. — Obrigada... se eu não tivesse ficado com medo naquela época, mas... a gente é feito de desentendimentos desde o início, ainda assim obrigada por ter cuidado de mim desde o início... Obrigada por ter se importado com alguém... que nem valor tinha.

— Você sempre teve valor, Aurora. Sempre, o preço usado para te libertar nem se compara ao valor que você valia de verdade.

— Obrigada, Andrews... — minha voz saiu trêmula. — Eu me sinto um pouco aliviada por estar perto de você.

Ele sorriu de lado, e passou o polegar de leve pela minha bochecha.

— Você nunca mais vai ter que lutar sozinha.

— eu sinto muito, podemos fazer um voto? — perguntei e ele assentiu com um breve aceno. — Jurar nunca mais esconder nada um do outro, nunca mais, está bem?

— de acordo! — ele concordou com os olhos brilhando como se quisesse me bombardear de perguntas.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, minha tia apareceu na sala com aquele sorriso caloroso que era raro para mim, na verdade sua gentileza fazia meu estomago revirar e me incomodar tremendamente.

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