Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 158

Cap. 156

Aurora saiu da sala deixando o pai sozinho, como quem foge de um incêndio. O peso da verdade era demais para carregar de uma só vez. Do lado de fora, encontrou Andrews encostado na parede do corredor, de braços cruzados, como se já soubesse que ela não suportaria ficar ali por muito tempo.

— Vamos sair daqui — disse ela, a voz trêmula. — Eu estou cansada. Muito cansada.

Andrews assentiu silenciosamente e a acompanhou até o carro. No caminho de volta, ela manteve os olhos fixos na janela, como se o mundo lá fora fosse mais fácil de encarar do que o que havia acabado de descobrir.

Quando já estavam dentro da mansão, num dos corredores mais silenciosos, Aurora parou de repente, como se algo lhe atravessasse a alma.

— Pérola... — ela sussurrou. — Ela não é filha do meu padrasto.

Andrews virou-se para encará-la, confuso.

— O quê?

— Eu preciso proteger ela, Andrews. Ainda mais agora. Minha mãe pode querer tomar ela de mim... e legalmente ela tem esse direito. — Aurora passou a mão pelos cabelos, nervosa. — Mesmo que nunca tenha se importado. Mesmo que tenha nos deixado. Ela ainda é a mãe.

Andrews se aproximou devagar.

— Aurora... a sua mãe está completamente desinteressada. Ela nunca cuidou de vocês. Ela nem sabe o que é ser mãe. Você está criando seus irmãos praticamente sozinha há anos.

— Isso não importa diante da lei — disse ela, desesperada. — E se o meu padrasto descobrir que a Pérola não é filha dele? Ele pode machucar ela, Ele pode fazer alguma coisa horrível. Eu conheço o olhar dele... ele nunca aceitou nenhum de nós. Mas agora, sabendo da traição da minha mãe...

Ela engoliu seco, sem conseguir completar.

— Eu não posso deixar que ela leve a Pérola.

Andrews franziu o cenho, já em alerta.

— Você não vai deixar — afirmou com firmeza. — Eu não vou deixar.

— Ela não vai levar ninguém, Aurora. Você me ouviu? — Andrews falou com uma calma poderosa. — Ninguém vai tirar seus irmãos de você. Nem a Pérola. Nem seu irmão. Eu não vou deixar isso acontecer. Você não está mais sozinha nisso.

Ela fechou os olhos e, pela primeira vez, permitiu-se respirar um pouco mais fundo. Sabia que a batalha estava apenas começando. Mas com Andrews ao seu lado, talvez... só talvez... ela finalmente tivesse uma chance de vencer.

De repente... o celular de aurora começou a tocar. O pânico nos olhos da jovem era evidente, como se algo invisível a estivesse sufocando.

Ela parou bruscamente, o celular vibrando em sua mão.

Andrews estreitou os olhos.

— Quem é?

Aurora não respondeu. Apenas olhou para a tela e, naquele instante, seu rosto perdeu a cor. Sua expressão mudou de leve preocupação para puro terror.