Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 178

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Capitulo. 176

Aurora está deitada, pálida, com os olhos fixos no teto branco. Seus dedos apertam os lençóis com força. O médico entra com uma prancheta nas mãos, a expressão neutra, profissional.

— Você já pode ir para casa, mas deve manter repouso para se recuperar, perdeu muito sangue e deve se cuidar e ter muita cautela. — ele avisou enquanto ela continuava a ler os documentos.

Aurora retorna para casa, envolta em silêncio. Mariana a ajuda a subir as escadas. O clima é pesado. Ela se deita, sem falar com ninguém, sem chorar, sem reagir.

— Você quer comer alguma coisa? — mariana perguntou.

— Apenas avise para ninguém entrar em meu quarto, muito menos Andrews.

Horas depois, Andrews aparece na porta do quarto. Ele está calmo, frio, quase aliviado, hesita várias vezes tentando formular palavras em sua mente para conversar com aurora e tentar a consolar.

— Eu soube... — diz ele. — Eu não queria que fosse assim, mas talvez..., talvez tenha sido melhor. Agora podemos viver em paz. Sem isso entre a gente. Sem um fardo que você não deveria ter carregado.

— Não se atreva a chamá-lo de fardo, você não se comove mesmo, não é? Não entende a minha dor agora. — ela comentou ainda deitada o evitando, mas sua voz estava calma e fria como se a tempestade já tivesse se acalmado.

— Não foi isso que eu quis dizer, mas pense bem, talvez fosse assim que o destino quisesse.

Aurora não responde. Vira o rosto para o outro lado, contendo as lágrimas. Ele se vai, e ela desaba silenciosamente, mordendo os lençóis para não gritar.

A noite se estender e ela não consegue dormir, Jacy leva seu jantar no quarto e sua fome até parecia de vários dias

Aurora vomita em silêncio, sozinha, ajoelhada. Quando terminou se sentou no chão frio e repousa as mãos sobre a barriga, fechando os olhos.

Um sussurro quase imperceptível escapa dos seus lábios:

— Pensei que os enjoos me deixariam em paz... — ela resmungou de joelhos em frente ao vasos sanitário.

Os dias pareciam mais longos depois de todo aquele acontecimento, ela tem falado tão pouco com Andrews, já não dormem no mesmo quarto e aquela mansão parecia sua prisão dourada.

Era só mais uma noite tediosa e a mansão dormia, mas Aurora permanecia desperta, sentada no parapeito largo da janela de seu quarto, coberta por um xale cinza que escorria dos ombros como um lamento silencioso.

A lua refletia-se nos vitrais, e o vento do jardim fazia as folhas sussurrarem segredos que ela não queria ouvir.

Entre os dedos, ela apertava uma pequena caixinha de madeira, antiga, com detalhes esculpidos à mão e uma fita desbotada envolvendo-a como uma promessa esquecida.

Em seu colo, um tecido velho a embrulhava com cuidado, como se guardasse algo sagrado. Mas o conteúdo permanecia oculto.

Aurora não chorava. Estava além do choro. Seus olhos pareciam secos, como se todo o peso do que sentia estivesse entalado no meio do peito, do tipo que não vaza, só afunda.

A porta rangeu suavemente e Mariana entrou, trazendo com ela o cheiro discreto de lavanda e preocupação. Ela observou a silhueta frágil da jovem contra a janela iluminada pela lua e não precisou de palavras para entender.

— Está se alimentando? — perguntou em voz baixa, como quem teme espantar um pássaro ferido.

Aurora demorou a responder. Apenas balançou a cabeça, sem se virar.

Mariana caminhou até ela com passos lentos, sentando-se na poltrona próxima. O silêncio se estendeu por alguns segundos antes que ela voltasse a falar:

— Precisa cuidar de si. Pelo menos... por si mesma, sei que você esta magoada e Andrews parece esta tentando de todas as formas te controlar com medo de que saia.

As palavras foram ditas com suavidade, mas carregadas de significado. Aurora virou o rosto devagar. Seus olhos estavam vermelhos, não de choro, mas de insônia.

— Não sei mais como fazer isso — sussurrou. — Cuidar de mim, estou estressada e mal todos os dias...