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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 191

Cap.6

Minhas mãos tremiam. Senti uma lágrima quente cair antes mesmo de perceber que meus olhos estavam molhados.

— Você só queria me usar desde o início... apenas vá para o inferno. Está irritado por não ter conseguido o que queria? Vai continuar? Você nunca vai encostar um dedo em mim, eu prometo.

Apertei o celular com tanta força que meus dedos ficaram vermelhos.

Mas a voz dele continuava ecoando, como se estivesse ali, ao meu lado.

Como se fosse uma sombra impossível de afastar.

Me abanei com a camisa para disfarçar as lágrimas, para não desabar. Eu não podia desabar. Estava em horário de trabalho. Tinha gente por perto.

Tinha ele por perto.

Apertei a tela e bloqueei o número de Jonas. Sabia que ele ia insistir.

Sabia que ele não ia parar.

Mas, naquele momento, mesmo com a garganta apertada e o coração descompassado, eu pensei numa coisa:

Se não fosse por aquele homem desconhecido, eu não teria saído inteira daquele beco. Jonas poderia ter feito algo pior. Eu vi nos olhos dele o que ele era capaz.

Voltei o olhar para a área de pesos.

Lá estava ele. Comparado ao Jonas — que é um homem mediano — Gabriel é bem mais novo e mais forte. Jonas ainda era menor e aparentava ser mais velho do que seus trinta e cinco anos, mesmo que ainda mantivesse uma boa aparência; a bebida e o cigarro tiraram toda a sua disposição. E, comparado com aquele moço, ele parece não ter nenhum vício e tem uma força fora do comum, mesmo que seu corpo seja de alguém atlético, mas que nunca pisou numa academia.

Eu tentei me acalmar e continuei o observando. Não sei por que, mas a imagem dele me trazia uma calma.

Eu queria observar cada detalhe de sua concentração.

Seguindo as instruções com precisão. Os fones tapavam os ouvidos. O corpo se movia com disciplina. Os músculos tensionavam de forma bonita, mas não havia vaidade em seus gestos.

Ele não olhava para os lados, não buscava atenção.

Era... diferente de qualquer homem que já conheci.

E talvez por isso... talvez por isso mesmo, ele me fascinava tanto, mesmo que eu esteja tirando suposições tão precipitadas.

Ele era bonito, sim — de um jeito sério, sólido. O maxilar marcado, os cabelos castanhos tão alinhados que pareciam desenhados. Havia uma rigidez na expressão dele, mas não era agressiva.

Era como se ele se defendesse do mundo, do mesmo jeito que eu tentava me esconder dentro das minhas roupas largas e olhares baixos.

Eu leio cada um de seus movimentos, mas ele nem parece notar minha existência.

Mas, mesmo assim...

Eu queria perceber coisas nele.

Como ele colocava sempre o mesmo pé primeiro na escada da academia.

Como ele tirava os fones apenas para ouvir o instrutor e voltava a colocá-los em seguida.

Como ele arrumava os pesos sempre em ordem, mesmo quando não era a obrigação dele.

Eu comecei a esperar por ele — aquele era seu primeiro dia, e ele já tinha uma estranha admiradora.

Me peguei organizando o balcão de frente para a área onde ele treinava.

Colocando os copos de água num ângulo que me permitia vê-lo melhor.

Cap.6 1

Cap.6 2

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