Cap. 21
Os pais se entreolharam, pegos de surpresa pela sinceridade da filha. Sorriam com um nervosismo visível, constrangidos por terem dito tanto sem dizer nada. Magda franziu levemente o cenho. Andrews apenas cruzou os braços, calado percebendo a tensão que tinha naquela família.
— Pare de falar bobagens. — o pai rebateu, endurecendo o rosto. — Vamos. O médico disse que você já teve alta.
— Mas eu...
— Agora, Brenda. — a mãe interrompeu, puxando-a pelo braço.
Brenda não teve escolha. Deu um último olhar tímido para Magda e Andrews, como quem pede desculpas sem usar palavras. E foi levada, como uma prisioneira sem algemas.
Quando a porta se fechou atrás deles, Andrews soltou o ar com força e recostou na cadeira.
— Vai ser mais complicado do que imaginamos. — ele murmurou.
— Bem mais complicado. — Magda concordou, balançando a cabeça com tristeza. — Mas... ela é forte. E, pelo que vi hoje, Gabriel e ela podem se tornar mais próximos, além disso todas as famílias tem seus problemas.
— mas o que fazer quando o problema são pais extremamente conservadores? Você viu que ela nem contou o que aconteceu? Com aqueles pais, certeza que colocariam a culpa nela, sabe la o pessoas como eles podem fazer ao saber o que realmente aconteceu, mas de uma coisa eu tenho certeza, eles não ficariam ao lado da filha.
— é triste, me lembra até de aurora.
Andrews apertou os lábios, olhando para a xícara de café que esfriava.
— Talvez ela precise mais dele do que ele dela, de fato.
— Talvez... sejam exatamente o que o outro precisa. — completou Magda com um brilho suave nos olhos.
Eles ficaram ali por alguns instantes em silêncio, absorvendo a cena, já compreendendo que a jornada entre Gabriel e Brenda estava apenas começando, após o café eles seguiram de volta ao quarto de Gabriel.
Ele estava sentado à beira da cama, os ombros ainda pesados e o abdômen com os curativos protegidos sob a roupa hospitalar.
O quarto estava calmo. O som do monitor cardíaco já não se destacava como antes. Tudo parecia silencioso demais.
Andrews entrou no quarto e se encostou na parede, observando o amigo.
— Brenda já foi para casa com os pais. — disse com cautela, tentando medir sua reação. — Não houve tempo para uma despedida.
Gabriel ergueu os olhos lentamente e, para a surpresa de Andrews, sorriu.
— Tudo bem. — respondeu, com a voz baixa, porém estável. — Desde que ela esteja bem... E eu vi que está.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.