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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 207

Cap. 22

Ele ficou parado ali, o vento batendo forte em seu rosto, enquanto observava Brenda, sem saber se ela acreditaria ou não nas palavras daquela mulher.

E o que ela faria depois.

Brenda escutou, franzindo o cenho sem saber se era o mesmo Gabriel que ela estava procurando. A moça à sua frente ainda sorria com ironia quando ela perguntou, sem entender:

— Maníaco? Mas... o Gabriel que eu conheço não é assim. — Brenda sorriu, sem jeito. — Ele é quieto, sim, mas nunca foi desrespeitoso comigo. Pelo contrário. Sempre foi gentil. Certeza que a senhora está falando da pessoa errada.

A mulher bufou, cruzando os braços. A risada que veio a seguir foi seca, amarga.

— Gentil? O que eu conheço nem sabe o que essa palavra significa. — ela balançou a cabeça, o olhar duro. — Esse Gabriel, moça, é doente. Vive no próprio mundo. Fica atrás das pessoas, olhando como um lunático. Me assediou na frente de todo mundo uma vez!

Brenda arregalou os olhos. A incerteza a fez gaguejar.

— Como assim? A senhora deve estar muito enganada.

— Não. É isso mesmo que você ouviu. Pode perguntar a qualquer um. — a mulher respondeu, com a voz cheia de indignação. — Aquele garoto com os fones de ouvido? É ele. E a gente virou a piada da rua por causa disso.

Brenda sentiu o estômago revirar.

— Mas... você está falando do rapaz que só anda com fones de ouvido?

— Pela descrição... deve ser esse mesmo. — a mulher se aproximou, sussurrando, quase como um aviso. — Me assediou, tentou se declarar no meio da praça. Do nada. Como se eu tivesse pedido. Depois ficou me seguindo por semanas. Ninguém se aproxima dele por um motivo, entende?

Brenda ficou ali, sozinha, o olhar dela vagando pela rua, procurando uma resposta que não vinha. Gabriel a observava, de longe. A tensão em seus ombros era visível, mas o que mais doía era ver aquele olhar dela. Aquela dúvida. Aquela incerteza.

Ela não foi embora de imediato. Olhou ao redor, os olhos buscando algo, ou alguém, com uma hesitação que era visível até de longe. Brenda mordeu o lábio, o gesto traduzindo uma luta interna. Aquele momento de indecisão, para Gabriel, foi um golpe sutil e profundo.

— Onde deve ser a casa dele. — ela sussurrou para si mesma procurando ao redor.

Ele desviou o olhar, sentindo-se nu, exposto. Continuou andando devagar, a sacola de doces balançando em sua mão como um pêndulo pesado. Sua postura era relaxada, o caminhar tranquilo, uma máscara perfeita de indiferença. Mas por dentro, ele se partia em silêncio.

Gabriel usava uma camiseta esportiva que moldava o corpo bem definido, shorts pretos e tênis de corrida. O novo corte de cabelo, feito com a ajuda de Andrews no dia anterior, dava a ele um ar mais moderno, mais seguro. Ele tinha feito aquilo por ela. Queria parecer melhor, mais bonito. Alguém de quem ela pudesse se orgulhar de ter por perto.

Mas agora, tudo parecia ter sido em vão. Brenda sumiu de sua vista ao virar a rua, e Gabriel não se virou para ver se ela voltava. Ele continuou em frente, fingindo não se importar, mesmo que o gosto amargo da memória voltasse — como da primeira vez em que tentou amar e foi ferido. E mais uma vez, o silêncio era seu único refúgio, um abrigo frio onde se escondia de tudo e de todos, até de si mesmo.

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