Cap: 21: um homem submisso e obediente.
Aurora estava sentada confortavelmente no sofá, os pés descalços encolhidos sob ela, observando a cena à sua frente com um brilho travesso nos olhos.
Andrews, ainda preso ao transe do sonambulismo, fazia abdominais no meio da sala com uma disciplina quase militar. Cada movimento era preciso, controlado, como se até dormindo ele fosse incapaz de relaxar.
Isso é tão injusto, pensou ela. Até dormindo ele é um robô de academia.
Um sorriso surgiu em seus lábios quando uma ideia perigosa cruzou sua mente.
— Agora, faça abdominais sorrindo!
Ele obedeceu. E foi a coisa mais bizarra que ela já viu. O sorriso não combinava com os traços sempre sérios dele. Parecia algo que um boneco de ventríloquo faria.
Ela se contorceu no sofá, tentando sufocar o riso.
— Ok, ok, já sei! Faça abdominais de um jeito sexy!
Andrews simplesmente passou a fazer os exercícios de maneira mais lenta, como se estivesse gravando um comercial de perfume caro.
— Meu Deus! Isso é real? — Aurora gargalhou, cobrindo a boca com as mãos.
Mas ela não ia parar por aí.
— Agora, latidos entre cada abdominal!
— Woof. — ele latiu, completamente sério, subindo e descendo com precisão.
Aurora caiu para o lado no sofá, soluçando de tanto rir.
— Tá bom, tá bom! Agora faça flexões! Comigo sentada em suas costas. Você é forte para isso? — ela perguntou, se aproximando dele.
Andrews parou imediatamente, como se processasse a ordem por um momento, e depois se posicionou para as flexões. Sem hesitar, Aurora subiu em suas costas, equilibrando-se com cuidado.
Mas não precisava se preocupar. O corpo dele subia e descia a cada movimento com uma facilidade irritante, os músculos se contraindo sob ela como se estivesse levantando apenas uma pena.
Ela ficou desnorteada com a força dele.
— Isso não é justo! Você nem parece estar fazendo esforço! — Aurora reclamou, mas não conseguiu segurar a gargalhada.
Após algumas repetições, ela se jogou no sofá, incapaz de conter as lágrimas de tanto rir.
— Isso é incrível! Eu preciso filmar isso!
Mas, no momento em que pegou o celular, Andrews parou de repente e ficou completamente imóvel.
Silêncio.
Aurora congelou.
— Andrews...?
Ele virou a cabeça na direção dela, os olhos ainda enevoados pelo torpor do sono.
O sorriso dela morreu.
Merda.
Será que ele estava acordando?!
— Que medo... melhor parar... Andrews, se levante, eu vou te levar para o seu quarto. — ela avisou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.