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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 215

Cap. 30

A mesma que, dias atrás, havia falado mal de Gabriel. A mesma que tentou pintar uma imagem de mau moço na cabeça de Brenda, mas que não deu certo.

A mulher se aproximou de Gabriel. Disse algo. Ele nem parou. Nem olhou. Passou direto, como se o vento fosse mais interessante, e Brenda percebeu que aquela mulher estava interessada nele também.

Brenda franziu o cenho, deu um passo à frente e estalou o pé no chão com raiva após Gabriel entrar.

— Ahá. Agora eu entendi.

Marchou até a mulher como quem vai resolver uma briga de vizinhos que durou anos.

— Eu sabia! — apontou o dedo na cara dela. — Você falou mal dele pra mim só pra eu me afastar. Mas a verdade é que você gosta dele, né?

A mulher se virou, pega de surpresa.

— Quê? Você tá doida?

— Tô, sim. Doida por causa de gente como você! — Brenda cruzou os braços. — Você queria ele pra você, mas tem que tentar jogar sujo?

A mulher arqueou uma sobrancelha, rindo de nervoso.

— E daí? Ele é bonito. E você que caiu na minha conversa. Insegura, talvez?

Brenda arregalou os olhos.

— Ah, não! Insegura, não! E eu nem acreditei em você. Você acha que eu sou burra de acreditar, sendo que estava na cara que você estava com inveja?

A mulher se aproximou um pouco mais, no típico passo de briga feminina.

— E vou te dizer mais: o Gabriel gosta de mim. Sempre gostou. Só é difícil, fechado...

Brenda soltou uma gargalhada debochada.

— Difícil? Amada, ele te ignorou na frente de todo mundo! Gosta de você nada! — fez um gesto de “murchar”, como quem desmonta uma boneca inflável.

A mulher deu um passo a mais, já bufando.

— Vai ver ele só tá cansado! Diferente de você, que se mete onde não é chamada! E ainda fica perseguindo ele, e pelo visto ele te ignora mais ainda.

— Eu? Você é uma psicopata emocional!

— Mosca morta!

— Víbora recalcada!

— Tonta intrometida!

E foi aí que... ploft!

As duas se agarraram. Mão no cabelo, gritos abafados, um “ai, sua vaca!” perdido no ar, e um poste quase tombando quando uma delas se apoiou.

Brenda conseguiu pegar um chumaço de cabelo loiro com o elástico ainda preso. A outra gritou e agarrou a jaqueta dela, puxando com força.

Até que... um grito rasgou a confusão que algumas pessoas na rua assistiam, confusas.

— CHEGA! — a voz de Gabriel ecoou pela rua como uma tempestade.

As duas pararam, ainda com as mãos presas no cabelo uma da outra. Viraram devagar, parecendo duas crianças pegas brigando por um brinquedo.

— Eu pensei que você e aquela mulher fossem amigas...

Brenda arregalou os olhos.

— Eu e ela? Amigas? Jamais! Aquela mulher só ficou tentando me envenenar, achando que eu acreditaria, falando mal de você! Tudo porque queria que eu me afastasse. Porque ela gosta de você, sim! Mas agora eu entendi. Ela que lute.

Gabriel encarou Brenda por alguns segundos. Havia algo no olhar dele... não era raiva, nem surpresa. Era um tipo de cansaço misturado com um toque de... alívio?

Ele suspirou de novo, mas dessa vez, mais leve.

— Você é maluca... — disse, em seguida, sorrindo.

Brenda cruzou os braços, desafiadora.

— Sou mesmo. E, se quiser, eu te sigo de novo amanhã até você parar de me ignorar sem motivo. Eu sei que não fiz nada, então a culpa só pode ser sua!

Ele mordeu o canto do lábio para não rir.

— Eu sinto muito... parece que eu sou péssimo para lidar com as pessoas... — disse, mantendo o olhar fixo no dela.

— Ainda tem dúvida disso? Eu só insisti em falar com você por causa disso, mas eu tenho limite, sabia? — protestou, ainda ofegante.

Gabriel estendeu a mão para o cabelo dela, ajeitando os fios cuidadosamente, como um gesto de carinho e cuidado.

O céu noturno pendia calmo acima da pequena varanda da casa de Gabriel, onde eles estavam parados agora. O vento balançava as folhas com leveza, mas ali, entre Brenda e Gabriel, o ar parecia preso no peito. Enquanto ela observava o gesto dele, era como se tudo tivesse silenciado.

— Pronto. Está mais apresentável. — Ele cruzou os braços, com o olhar cravado nela.

— Você achou mesmo... que eu era amiga dela? — Brenda perguntou, incrédula, os olhos arregalados. — Foi por isso que se afastou? Você me viu naquele dia?

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