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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 218

Cap.33

— Eu já falei… já tô pra receber… vou pagar, não precisa… se preocupar, eu prometo. — A respiração dela estava acelerada. — Por favor, deixa minha mãe e meus filhos fora disso…

A cada palavra, a entonação descia de firme para suplicante, e Donovan pôde ouvir o arranhar de dedos nervosos no cabelo. Ela andava de um lado para o outro, puxando os cachos volumosos, como se quisesse arrancar o desespero junto.

Quando a ligação terminou, Talita ficou imóvel por um segundo, depois passou as mãos pelo rosto, apagando as lágrimas como quem apaga um erro.

Inspirou fundo, ajeitou o cabelo e endireitou os ombros, embora a respiração ainda denunciasse o tremor interno.

— Interessante… — murmurou Donovan, tão baixo que o próprio ar parecia guardar o segredo.

Voltou para junto de Gabriel sem dar sinais de que tinha saído para algo mais que beber água.

Depois do treino, Gabriel comentou que esperaria Brenda, que não pegaria carona com Donovan, mas Donovan, com um sorriso que não revelava intenções, sugeriu algo diferente.

— Por que a gente não sai pra beber? Quero levar vocês num lugar, acredito que você quer começar a conhecer lugares bons e românticos para levar sua futura namorada, se é que já não são, certo?

Gabriel o olhou com desconfiança, mas Donovan ergueu as sobrancelhas.

— O que foi? Vai me dizer que não pode?

Gabriel cedeu e chamou Brenda, que aceitou com curiosidade. Donovan, então, completou:

— Ah, e chama a sua amiga também. — Donovan pediu, apontando para Talita sutilmente.

Talita quase recusou no ato, mas Brenda insistiu com um brilho nos olhos.

— Faz tempo que a gente não sai juntas… vai ser divertido.

Talita suspirou, tentando sorrir, mas dentro dela a lembrança daquela ligação ainda ecoava como um tambor abafado; parecia mais ansiosa do que de costume, e ela estava mesmo, e Donovan percebeu.

O bar escolhido por Donovan não era um lugar barulhento de música estridente ou pista de dança apertada.

Era um espaço de luz baixa, mesas de madeira escura e uma atmosfera que parecia convidar a conversas agradáveis.

A iluminação suave deixava cada sombra nostálgica, e o som abafado de risadas distantes se misturava ao tilintar de copos.

Brenda e Gabriel se acomodaram primeiro, lado a lado. Ela sorria como se o simples fato de estar ali já fosse suficiente.

Gabriel, mais contido, apenas inclinava-se para ouvir o que ela dizia, os lábios se curvando num meio-sorriso ocasional.

Do outro lado da mesa, Talita estava rígida, as mãos entrelaçadas no colo. Donovan sentou-se ao lado dela, mas ligeiramente inclinado, como se ocupasse mais espaço do que deveria — e, de alguma forma, o fizesse de propósito. Ele não a encarava diretamente, mas ela sabia que ele observava cada mínimo movimento, cada mudança na respiração.

— Filhos são uma grande responsabilidade, falando nisso, não nos apresentamos, certo? Como é seu nome? — Ele perguntou, estendendo a mão, e ela sorriu de forma irônica.

— Mas você já sabe como é meu nome e sei como é o seu.

— Bom... meu nome? Eu nunca disse, você sabe meu sobrenome, meu nome é Markes Donovan.

— Ah... combina com você, senhor Markes.

— Obrigado! — Ele disse casualmente, agora olhando ao redor como se procurasse algo, em seguida olhou o celular e levantou uma das sobrancelhas, em seguida cruzou os braços ao olhar para cima e perceber alguns homens o observando.

— Preciso dar uma passada ali em cima. — Donovan avisou e se levantou, seguindo escada acima. Talita observou e estranhou aqueles homens, não pareciam ser do tipo comum, o que fazia Talita perguntar quem realmente era aquele homem. Ele não parecia ser apenas um assistente, ele voltou à mesa e se sentou.

Brenda e Gabriel riam baixinho de alguma piada particular, mas entre Talita e Donovan, o clima era outro, feito de tensão, segredos e um jogo silencioso que ela não tinha certeza se queria ou conseguia jogar.

O relógio marcava a hora de ir para casa. Donovan se levantou, ajeitando a camisa.

— Vou levar um de vocês para casa. Quem quiser, embarca comigo.

Brenda e Rafael trocaram olhares rápidos e se levantaram, seguindo Donovan, e logo se acomodaram no banco de trás do carro. Talita entrou no banco da frente, ao lado de Donovan, que ligou o motor com um suspiro.

Enquanto o carro seguia pelas ruas escuras, Talita ficou olhando fixamente pela janela, o rosto perdido nas sombras da noite, o reflexo da cidade apagada no vidro. No banco de trás, Brenda falava animada com Rafael sobre o novo sistema que ele estava criando para a empresa de Andrews.

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