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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 224

Cap.39

Andrews, com um meio sorriso, acrescentou:

— Esse teimoso não quer ir ao médico. Gravidade nível “uma faca encravada com força”, e ninguém conseguiria fazer ele ir ao hospital.

— Ótimo, então eu vou dar um jeito — disse Aurora, já se aproximando.

— Não precisa… — ele tentou recuar, mas ela o cortou com um olhar decidido.

— Precisa, sim. Está sangrando muito. — Voltou-se para Andrews. — Leva as crianças pro quarto e traz o kit de primeiros socorros.

Andrews obedeceu sem discutir. Quando ficaram a sós, Aurora se aproximou mais, analisando o braço e o tronco dele com atenção.

— Então… o que realmente aconteceu?

— Briga boba. — Donovan respondeu rápido, sem dar espaço para perguntas.

Ela não insistiu, mas sorriu de canto.

— Você é sempre um homem problemático. Tá na hora de se acalmar.

Ele bufou, desviando o olhar.

— Vocês dois estão sincronizados com esses conselhos idiotas.

— Conselhos idiotas? — ela riu baixo. — Bom, idiota ou não, meus filhos vão estar sempre disponíveis pra você… pelo tempo que precisar.

Donovan a encarou por um momento antes de suspirar.

— São boas crianças. Nunca pensei que fosse gostar de crianças. Agora eu sou o titio delas, e eles gostam mais de mim do que de vocês, sabia? Eu passo a maior parte do tempo com eles.

Aurora sorriu de leve.

— E você… acabou se tornando um homem mais caseiro. Perdeu o jeito. Por isso levou uma facada tão fácil. — Ela comentou, com provocação sutil, enquanto desatava as ataduras antigas no braço dele, tão encharcadas que manchavam as mãos dela.

Andrews voltou, segurando a caixa de primeiros socorros.

— Sabe fazer pontos? — perguntou ele, entregando também alguns anti-inflamatórios.

— Vamos ver… — Aurora respondeu, examinando o material.

Ela pegou um pequeno pedaço de pano, enrolou e estendeu para Donovan.

— Abre a boca.

— O quê? — ele franziu o cenho, confuso.

— Só faz. — disse com firmeza.

A manhã correu dentro da mesma rotina de sempre, mas, quando a tarde chegou, o ambiente na empresa parecia ainda mais pesado do que o normal. Desde que tudo havia acontecido, aquele lugar, antes apenas um espaço de trabalho, havia se tornado um campo de murmúrios e olhares enviesados.

Eram comentários que vinham de todos os lados, como farpas disfarçadas de conversas casuais e que, apesar de não serem ditos diretamente a eles, sempre chegavam aos seus ouvidos.

No elevador, enquanto subiam, um grupo de funcionárias cochichava sem qualquer pudor:

— Vocês viram? A esposa do Jonas foi demitida, e ela continua aqui… mesmo depois de se envolver com um homem casado — disse a primeira, num tom de falsa indignação.

— Pois é… e agora anda de mãos dadas com o cunhado do presidente. Só por ser parente já é “beneficiada” a ficar aqui em um departamento mais elevado — acrescentou outra, com um sorriso venenoso.

— Incrível como algumas pessoas fazem o que querem e algumas usam outras como trampolim. Não há méritos nisso — uma terceira completou.

— Esperta é ela… escolheu o lado certo. Aproveitou bem a oportunidade depois daquele estranho salvar ela da esposa de Jonas. Mas ainda não acredito que uma amante saiu impune.

Gabriel não usava os fones nos ouvidos naquele momento, e cada palavra parecia bater contra o seu peito como um soco. Seus punhos cerraram com força.

Brenda, ao lado dele, percebeu imediatamente. Sem dizer nada, pegou os fones que pendiam no pescoço dele e os colocou em seus ouvidos.

— Aqui… — disse baixinho.

Ele a olhou, surpreso, e ela segurou suas mãos, apertando-as com delicadeza. A tensão dele, aos poucos, começou a se desfazer sob o toque dela. Não precisavam de palavras; os olhos dela se encontraram com os dele, como se dissessem silenciosamente: Não vale a pena. Não agora.

Quando o elevador chegou, eles saíram. Brenda entrou direto na sala atrás dele, mantendo o rosto neutro até que a porta se fechasse. Mas, por dentro, a dor já estava se acumulando. Seus olhos começaram a marejar, e ela virou-se rapidamente, fingindo procurar um arquivo na estante para que ele não visse. Tentava fingir que aquilo não doía, mas as pessoas não entenderiam seu lado de toda forma.

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