Cap.40
Ela tentou disfarçar o quanto estava abalada, só que Gabriel já havia percebido. Ele ficou parado na porta por alguns segundos, observando o jeito como ela escondia o rosto enquanto mexia nas estantes, fingindo procurar seja o que fosse apenas para manter o olhar longe do dele. Até que, finalmente, as lágrimas começaram a cair de forma silenciosa. Então, atravessou a sala em passos firmes.
Ela estava tão perdida em seus pensamentos que só sentiu o toque dele quando os braços de Gabriel envolveram sua cintura por trás, aconchegando-a contra o peito.
— Não chore… — murmurou perto de seu ouvido, a voz baixa e firme. — As pessoas sempre vão ser cruéis. Mas eu vou estar com você.
Brenda respirou fundo, tentando segurar as lágrimas, e apenas assentiu levemente.
— Eu já sabia que seria assim… — disse num fio de voz. — Andrews me avisou quando me deu uma segunda chance nessa empresa.
Gabriel se inclinou um pouco mais, aproximando o rosto do dela.
— Que bom que você não desistiu. Está tudo bem continuar e trabalhar ao meu lado? — perguntou, num tom que misturava orgulho e preocupação.
Ela se virou devagar, encarando-o.
— Sim… porque eu estou bem, se você estiver por perto — confessou, e um sorriso tímido se formou em seus lábios.
Gabriel segurou o rosto dela com as duas mãos, como se quisesse fixar aquele momento.
— Eu não vou a lugar nenhum. Quero sempre estar ao seu lado.
Ela fechou os olhos por um instante, como se absorvesse cada palavra. O sorriso dela se suavizou, mais sincero agora.
Brenda baixou os olhos por um instante ao voltar a encará-lo, como se hesitasse. Então, mordendo de leve o lábio inferior, murmurou:
— Posso… fazer uma coisa?
Ele franziu levemente a testa, curioso.
— Pode… — respondeu, sem imaginar o que viria.
Brenda deu um passo mais perto, ficando tão próxima que ele podia sentir a respiração suave dela contra o próprio rosto. Ficou na ponta dos pés, aproximou-se com delicadeza e encostou os lábios nos dele — um toque breve, tímido, mas carregado de algo que vinha sendo guardado por muito tempo.
Gabriel ficou imóvel por um segundo, surpreso, sentindo o calor repentino daquela aproximação. Foi breve; em seguida, ela se afastou, ruborizada, ainda o encarando.
— Eu… sempre quis te beijar… — confessou num sussurro quase envergonhado, mas com um brilho decidido nos olhos.
A frase dela pareceu acender algo nele. Gabriel inclinou o rosto novamente, mais decidido desta vez, e seus lábios se encontraram outra vez — agora mais firmes, mais quentes. Sua mão deslizou para a cintura dela, puxando-a para mais perto, enquanto o outro braço a envolvia num gesto instintivo de proteção.
Brenda cedeu ao momento, passando os braços em torno do pescoço dele e se entregando ao beijo. Era um misto de cuidado e urgência, como se tivessem esperado por aquilo tempo demais. O toque era doce, mas a tensão que crescia entre eles tornava tudo mais intenso — os lábios se movendo em sintonia, as respirações se misturando e um calor suave que se espalhava pelo corpo de ambos.
Eles estavam tão imersos que não ouviram de imediato a porta se abrir. Foi a voz do assistente que os fez se separar abruptamente, como se um balde de água fria tivesse caído sobre os dois.
— Senhor Gabriel… só queria avisar que a reunião das quatro foi remarcada para amanhã — disse o homem, completamente alheio ao que havia interrompido.
Gabriel, com o coração ainda acelerado, apenas assentiu.
— Certo… obrigado.
O assistente fechou a porta e se retirou sem desconfiar de nada.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.