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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 226

Cap.41

Brenda ligou o carro e pisou no acelerador. Donovan tentou manter a pose de machão, mas era impossível: ela dirigia como se o carro fosse extensão do corpo, deslizando pelas ruas, cortando curvas com precisão e segurança.

— Ok… admito. — Donovan murmurou, segurando o banco. — Você dirige bem.

Tudo estava indo bem… até que um idiota ultrapassou no sinal vermelho, quase batendo neles ao frear bruscamente.

— Ah, não… — Brenda estreitou os olhos e, antes que os dois pudessem falar qualquer coisa, abriu o vidro e gritou:

— Tá com pressa pra quê, seu imbecil?! Quer que eu desenhe a placa do sinal?!

E, para coroar, mostrou o dedo do meio com categoria.

Donovan e Gabriel se afundaram no banco de trás como se quisessem desaparecer.

— Me lembra de nunca mais dar a chave do carro pra ela. — Donovan murmurou, passando a mão no rosto.

A situação piorou quando o sujeito abriu a porta do carro no meio da rua, saiu e veio em direção a eles.

Donovan já estava abrindo a porta para resolver, mas Brenda foi mais rápida — e mais insana.

— Ah, é comigo que você quer falar? — ela disparou, saltando pra fora do carro antes que ele pudesse impedir.

O homem, que parecia pronto para intimidar, engoliu seco quando ela começou a gritar tão alto que até os carros parados começaram a assistir como se fosse um espetáculo de rua.

Donovan saiu correndo e gritou:

— Parem os dois!

O cara, sem desviar o olhar dela, apontou para Donovan e respondeu:

— Qual foi, coroa? Não tá vendo que a briga aqui é entre os mais jovens?

Ele não teve tempo de reagir. Brenda se inclinou e… pá! Um golpe certeiro entre as pernas.

O homem se curvou imediatamente, soltando um gemido que fez metade dos curiosos virar o rosto.

Donovan, rápido, agarrou Brenda pelos ombros e praticamente a empurrou de volta para dentro do carro.

— Vai, liga isso e segue viagem antes que você vire atração de vídeo viral!

Ela acelerou, deixando para trás o pobre infeliz ainda ajoelhado no asfalto, segurando-se e gemendo de dor.

Dentro do carro, Gabriel olhou para Donovan pelo retrovisor e disse, tentando segurar o riso:

— Acho que o dia dele foi pior que o nosso.

Donovan só passou a mão no rosto, respirou fundo.

— A partir de hoje… Brenda não dirige nem carrinho de supermercado. Primeira vez para nunca mais.

O carro estacionou com um rangido de pneus e a porta se abriu com força. Donovan saiu abruptamente, visivelmente aborrecido. O rosto fechado denunciava que algo o irritava profundamente, mesmo que ninguém soubesse exatamente o quê.

Brenda, ainda sorridente e com o brilho nos olhos, virou-se para Gabriel.

— Ué… por que ele está assim? Eu trouxe todo mundo em segurança!

— Você é muito radical. — Gabriel ergueu o polegar em direção a ela e respondeu com um meio sorriso.

Brenda riu, mas com os olhos brilhando, como se o elogio tivesse sido a faísca perfeita para seu próprio orgulho.

Enquanto eles caminhavam para dentro da academia, Talyta já estava atrás do balcão. Os olhos de Donovan se direcionaram para ela e, por um instante, a tensão no ar ficou quase densa. Ele sentiu uma pontada de frustração ao vê-la ali, tranquila, como se nada tivesse acontecido, mas logo desviou o olhar, murmurando para si mesmo: melhor me manter longe…

— Mas eu também não pedi sua ajuda. Melhor nem ter se metido se era pra agir dessa forma quando só estou tentando ajudar. Não se meta na minha vida mais, senhor Markes.

Donovan ficou em silêncio, sem reação, sentindo a frustração crescer, mas sem saber como responder. Talyta virou-se e saiu, as costas eretas e firmes, deixando um espaço carregado de tensão — ao mesmo tempo em que ele sentia uma estranha sensação quando ela usava seu primeiro nome.

— Não me chame pelo primeiro nome!

— Se não quisesse que eu chamasse, não teria dito qual era! — ela asseverou, batendo o pé sem o encarar enquanto se aproximava do balcão.

Brenda, percebendo a situação, aproximou-se de Talyta.

— O que está acontecendo? — ela perguntou, enquanto Talyta recolhia suas coisas, jogando-as na mochila.

— Meu humor está bem ruim agora, preciso ir para casa. Tenho que continuar limpando.

— Só isso mesmo?

— Tenho que passar no banco também, antes disso.

— Tudo bem. — Brenda disse, apenas confirmando.

Talyta se afastou, mas Donovan não tirava os olhos dela até que desapareceu pela porta. Ele suspirou, confuso, murmurando para si mesmo:

— O que eu fiz de errado?

Gabriel se aproximou, pegando o frasco de remédio que Talyta tinha deixado no chão.

— Até eu sei que você acabou de ser um babaca com ela, e nem tem motivo. — comentou, entregando o frasco a Donovan.

— Pra quê ela comprou isso? — Donovan resmungou, pegando o frasco com indiferença. — Ela nem pode gastar dinheiro!

Gabriel apenas deu de ombros, sorrindo levemente diante da irritação do amigo. Donovan, apesar da indiferença exterior, sentiu o peso da culpa apertando o peito.

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