Cap. 51: Resistência ou loucura?
Seus gritos tinham chamado a atenção da maioria das pessoas da casa. Andrews, que ainda estava no quarto dormindo, acordou abruptamente. Os gritos não eram tão claros, mas eram algo tão incomum que seu cérebro o fez despertar. Ele se impulsionou a sair correndo, com Jacy imediatamente atrás dele, saindo do quarto ao mesmo tempo. No andar de baixo, Rodrigo e Donovan, que tinham acabado de acordar, já estavam saindo.
Quando chegaram ao jardim, encontraram Aurora no centro do espaço, encolhida, os braços abraçando os joelhos enquanto soluçava, gritando em angústia. Ela estava completamente desfeita, seu corpo tremia como um bambu ao vento.
Andrews parou por um momento, observando Aurora. Por alguns segundos, percebeu sua expressão como se ela estivesse perdida, sem ter ideia do que estava fazendo.
— Por que ela está assim de novo? — ele se perguntou, lembrando-se do dia em que ela brigou com ele na sala, onde bebia ao lado de Rodrigo.
— É... ela parece louca agora. — Rodrigo comentou, coçando a cabeça.
— Andrews! Está gelado demais, vai buscá-la, ainda nem são sete horas! — Jacy gritou desesperada, até que Aurora voltou a gritar.
— Aurora... — Sua voz saiu rouca, ainda com a sonolência do sono em sua garganta, enquanto ele invadia o gramado, sentindo a água fria encharcá-lo.
Andrews se agachou na frente dela, ainda com os olhos confusos.
— O que aconteceu? Por que você está assim? — Ele perguntou, a voz fraca, mas a preocupação clara.
Aurora olhou para ele, sem forças para lutar contra o que estava sentindo.
— Eu... não sei o que estou fazendo, Andrews. Eu... não sei como lidar com isso, e agora eu estou com medo de ir para a cadeia. Eu sou muito jovem, não me mande para a prisão, por favor! — ela murmurou, a voz quebrada.
Andrews, ainda meio atordoado, a observou em silêncio. Ele não sabia o que dizer. Estendeu a mão para tocá-la, tentar ajudá-la a se levantar, mas hesitou ao ver seus olhos vermelhos e seus movimentos desordenados, que tornavam mais difícil entender o que estava acontecendo.
Andrews olhou para ela, uma expressão de pânico no rosto. Ele se encolheu, sentindo o frio cortante da água em sua pele ao se aproximar. Ao ver Aurora com o tecido molhado desenhando seus seios, ele gritou, atônito:
— Aurora! Você vai ficar doente! — Ele agarrou o pulso dela com força, colocando-a de pé.
— Você sempre faz isso... sempre indelicado e agressivo! Você que deveria ser preso! Me trate melhor, Andrews! — ela berrou, e Andrews a soltou, abaixando o olhar.
Mas Aurora, ainda chorando sem explicação, não conseguia entender por que estava reagindo assim. Seria só por causa do remédio? Ou da pressão que fora jogada sobre suas costas?
— Andrews, cubra ela, por Deus! — Jacy gritou do outro lado quando Aurora se levantou, e o tecido fino de sua camisola colou à pele, revelando suas curvas.
Rodrigo, que estava a poucos passos de distância, virou o rosto para o lado, assim como Donovan, ambos constrangidos.
— Vou chamar o médico para te examinar, você deve ter tomado... — naquele momento, sua mente começou a pensar, e ele se lembrou do seu remédio mexido. Ele encarou Aurora por cima dos ombros. — Não... — Ele sorriu, cético, voltando-se ao guarda-roupa, sem acreditar que pudesse ter sido seus remédios.
Ele continuava a remexer o guarda-roupa quando ela, agora sentada na cama, parecia perdida em seus próprios pensamentos. O choro dela era um murmúrio abafado, um som que não fazia sentido para Andrews. Ele se virou com uma coberta grossa e foi pego de surpresa quando ela começou a retirar o vestido. Ele se virou, tentando se afastar de algo que não sabia lidar.
— Droga... — ele resmungou para si mesmo, enquanto segurava o lençol com força, sem saber como se movimentar para cobri-la. — Eu vou sair, você já deve estar melhor pelo visto.
Ao se virar, o choque foi instantâneo. Aurora estava nua, e ele sentiu uma onda de confusão e desconforto invadir seu peito. Seu reflexo imediato foi pegar o lençol rapidamente e jogá-lo sobre ela, cobrindo-a o mais rápido possível.
— Você não pode invadir meu quarto! Não deve me agarrar de novo, está ouvindo? Eu não quero que você encoste em mim! Eu nunca nem mesmo tinha beijado ninguém! Tudo que eu sempre fiz foi ajudar minha mãe... Quando voltei do internato... eu só fiquei ao lado dela! E você não tem o direito de encostar em mim com tanto desrespeito!
— Eu...? — Ele perguntou, cético. — Eu não fiz nada com você, por que está falando coisas desconexas?
— Você que se aproveitou de mim! — Ela bateu o pé no chão com força. — Isso pode ser considerado assédio!
— Eu te proteger é considerado assédio? Não fui eu que fiquei despido ainda agora! Mas eu nunca tentei nada, nunca tive segundas intenções com você, e nem vou ter. Essa é a minha palavra, e eu não quebro ela!
— É... eu sei. Como você diz? "Não haverá envolvimento emocional"? Sério? — Ela perguntou, encarando-o nos olhos, com esperança.

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Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.