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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 54

53: O Peso das Palavras

— Você está me enrolando, Aurora — a voz impaciente de sua tia soou do outro lado da linha. — Eu preciso do dinheiro, soube que você conseguiu que enviassem uma quantia enorme para o tratamento de sua mãe. O que você está fazendo para aquela família imunda? Está junto com eles agora? Sua mãe avisou tanto para que você não fosse procurá-los!

Aurora fechou os olhos, pressionando os dedos contra a têmpora, sentindo a irritação subir.

— Eu levo amanhã. — Sua voz saiu fria, firme, sem espaço para discussão.

— Aurora!

Antes que a tia pudesse retrucar, ela encerrou a ligação e deixou o aparelho cair sobre a cama. Seu olhar caiu sobre o envelope grosso que Andrews havia deixado ali, como se o dinheiro fosse um fardo sem importância para ele. Ela o pegou, sentindo o peso nas mãos.

— Bom... eu trabalhei por isso. Eu mereço — sorriu desconcertada, abaixando o olhar. — Como se eu tivesse alguma escolha — murmurou, deitando-se e fechando os olhos novamente, ainda sentindo a cabeça pesada. Mas, em um solavanco, se levantou e saiu do quarto.

Ela resmungava silenciosa enquanto batia os pés no chão com seus passos pesados, demonstrando irritação. Não suportava mais estar ali, não suportava mais Andrews e seu jeito arrogante. Determinada, foi procurar Rodrigo. Bateu à porta dele com força, e, quando ele abriu, seu rosto refletia surpresa e um toque de hesitação.

— O que está fazendo aqui? — ele perguntou, franzindo a testa.

Aurora cruzou os braços, firme.

— Quero que vigie Andrews essa noite. Não quero aquele homem ingrato perto da minha porta de jeito nenhum.

Rodrigo suspirou, decepcionado, passou a mão pelos cabelos, como se escolhesse as palavras com cuidado.

— Aurora...

Antes que ele pudesse continuar, ela desabafou.

— Eu só quero ir embora dessa casa! Quem disse que eu quero estar próxima de Andrews? — A voz dela tremeu. — Não aguento mais o jeito que ele me trata! Vocês que lidem com os problemas dele ou contem a verdade logo! Ele pode acordar mal e ter um pico de agressão, são os remédios que fazem isso! Que fazem ele ficar sonâmbulo. Eu não quero ficar no meio do fogo cruzado e até correr o risco de perder a vida porque Andrews é um maníaco. Avise a ele para que pare.

Rodrigo ficou em silêncio por um momento e depois respirou fundo.

— Entre esses remédios, estão antidepressivos. Ele não vai simplesmente parar de tomá-los porque alguém pediu. A menos que o amarrarem na cama, porque se ele começou a tomar novamente, significa que esse casamento foi o que causou sua recaída. E, se contar a ele sobre o sonambulismo agora, ele vai tentar tirar todos da mansão e ficar sozinho.

— Mas eu não tenho nada a ver com isso, afinal... vocês já lidavam com isso... além disso... se ele tivesse se casado com Janete, com o contrato que eles têm, Janete já teria deixado ele morrer e pegado toda essa fortuna que ele tem. Ele quer a Janete, que vá atrás dela.

— Mas é você quem ele procura todas as vezes, ele te ouve e faz tudo o que você manda ele fazer. Nós não conseguimos fazer isso. Que tal assim... se você quiser, pode apenas levar ele para o quarto que eu te mostrei e deixá-lo lá. É o único lugar que ele não vai conseguir se mover, mesmo que ele não tenha percepção disso, seu subconsciente não vai arrastá-lo para fora.

Aurora fechou os olhos com força e colocou as mãos na cabeça, sentindo o peso de tudo aquilo. Ela não queria mais carregar o peso de alguém que a odeia.

— Eu... eu não posso fazer isso. Eu preciso ficar longe de Andrews, é cansativo e me deixa ainda mais doente...

— Por que você não me deixa em paz? — ela perguntou, ainda com as mãos apoiadas, tentando não sucumbir. Ela tremia diante dele, um medo incômodo o atravessou.

— Não importa! — ele murmurou, pegando-a nos braços e a levando de volta para o quarto. — Eu vou chamar o médico para examiná-la — Rodrigo avisou.

Andrews a colocou sobre a cama e ela começou a se revirar, tentando se afastar dele.

— Se comporte e descanse, você tomou quantos comprimidos? — ele perguntou, preocupado. — Você tem sorte que eu só deixo um deles perto da minha cabeceira. O que pensou? — perguntou, descansando a mão sobre a testa dela, percebendo que ela estava quente.

— Não encoste em mim! — ela berrou, afastando-o. Em seguida, ele se levantou e seguiu até o banheiro, trazendo uma toalha molhada para acalmar sua febre.

Rodrigo chamou o médico às pressas. Assim que ele chegou, o chamou secretamente até o jardim, antes que ele seguisse para dentro da mansão.

— Não mencione nada sobre os remédios de Andrews. Diga que ela está assim por causa da negligência e do tratamento dele.

— Mas eu sou médico, como você quer que eu minta? Você sabe que Andrews não tolera mentiras, ainda mais de alguém que ele confia tanto.

— Não se preocupe com isso, eu vou resolver se houver algum problema, mas não vai dar porque ele não vai perceber.

O médico o olhou por um momento, hesitante, mas acabou assentindo.

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