Cap: 57 suportando as humilhações.
— Ela está chamando uma moto, não vai demorar muito para ir embora. — ele avisou com indiferença. — Você resolveu tudo com Kenner?
— Sim, você está um pouco mais bilionário depois dessa aquisição.
— Quero que você elimine Helena das minhas empresas, assine sua carta de demissão e a faça desaparecer, não importa como, não quero ver ela e nem o pai dela na minha frente. — ele disse em tom sério.
— Você manda, esta se sentindo bem com o fato de Aurora ter nos visto? — Donovan respondeu, acelerando o carro enquanto Andrews via a imagem de Aurora desaparecer ainda esperando à beira da estrada.
— Ele sequestrou ela, e ela acabou salvando ele.
— E ela acreditou na sua explicação?
— Você não fez sua parte? Aurora é so uma menina tola ainda, e não me conhece o suficiente, por isso acha que eu iria apenas pegar algumas ações do homem que tentou me matar. — Andrews riu de forma fria.
— Da próxima vez ele não terá a mesma sorte.
— E eu tenho que me manter mais atento a essa menina, hoje percebi que apesar de fraca e submissa, ela é um pouco mais problemática do que pensei.
— frágil... — Donovan suspirou pensativo, como se estivesse escondendo algo.
Aurora esperou pacientemente na beira da estrada até que uma moto passasse e o condutor aceitasse lhe dar uma carona.
O vento frio cortava seu rosto enquanto ela segurava firme no apoio traseiro da moto. Mal percebeu que tinha um carro parado em uma estrada de frente para o local onde ela passou, e logo foi sutilmente acompanhada.
Dentro do veículo, Andrews e Donovan a observavam.
— Eu tenho certeza de que ela está aprontando alguma. — Andrews murmurou, recostado no banco.
— Está mesmo interessado no que ela vai fazer ou só está com medo de que ela desapareça? — Donovan provocou.
Andrews lançou-lhe um olhar frio.
— Apenas dirija e não a perca de vista.
A moto parou em frente a uma pensão modesta e desgastada pelo tempo. Aurora desceu, agradeceu rapidamente ao motociclista e caminhou até a entrada, onde uma mulher de feições duras e olhar impaciente a esperava.
A tia de Aurora a encarou de cima a baixo com nojo evidente.
— Pelo amor de Deus, menina, olha o seu estado! Parece que rolou na lama feito uma porca. — Ela torceu o nariz.
Aurora ignorou o comentário e enfiou a mão no bolso para pegar o dinheiro. Mas, ao sentir apenas o tecido molhado e sujo, seu estômago afundou. Seus olhos vasculharam rapidamente os outros bolsos, mas nada. O dinheiro havia sumido.
— Cadê o dinheiro? — A tia exigiu, cruzando os braços.
Aurora engoliu em seco.
— Eu… eu perdi… eu acho. — ela se lembrou do momento em que estava correndo na lama, e apertou os olhos ao pensar que perdeu o dinheiro no meio daquele nada.
Os olhos da mulher brilharam com desprezo.
— Claro que perdeu! Você sempre foi um fardo inútil. Como uma coisa dessas poderia dar certo na vida? — Ela riu amarga. — Olha pra você, toda imunda, parecendo o lixo que sempre foi!
— Mas que palhaçada é essa na minha porta?! — Seu tio desceu os degraus rapidamente e parou diante dela. — Veio nos fazer passar vergonha, se não tinha dinheiro porque veio? Ainda mais assim, estão todos te olhando.
As pessoas na rua começaram a olhar, cochichando entre si, Aurora não se moveu. Seu corpo não reagia.
— Fala, garota! — O tio segurou seu braço com força, sacudindo-a.
Antes que ela pudesse reagir, uma sombra surgiu por trás.
— Tire as mãos dela. — A voz a pegou de surpresa, assim como sua tia, que recuou assustada.
A voz grave e gélida de Andrews ressoou como um trovão.
O tio de Aurora se virou, irritado.
— Quem você pensa que é pra…
Ele não teve tempo de terminar, Andrews o afastou com um empurrão seco, e o homem caiu sentado no chão, atordoado.
O silêncio engoliu a rua inteira. Aquele carro que tinha acabado de estacionar e aquele homem que saiu, mesmo sujo de lama, Andrews ainda era alguma coisa para quem olhava para ele.
A tia de Aurora arregalou os olhos ao ver o marido no chão e correu para ajudá-lo.
— Meu Deus, você está bem?! — Ela o segurou pelos ombros, tentando ajudá-lo a se levantar.
O tio de Aurora, atordoado, olhou para Andrews com ódio, mas não ousou enfrentá-lo. A presença do magnata era esmagadora, e o silêncio das pessoas ao redor tornava tudo ainda pior para ele.

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