Entrar Via

Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 59

Cap. 58 Entre Lama e Mentiras

Enquanto isso, Andrews desviou o olhar para Aurora. Seu rosto, sujo de lama, contrastava com a expressão inexpressível dela, que sorriu como se não se importasse. Ele franziu a testa, insatisfeito com aquela visão.

— Aurora! — Alice também apareceu. Ela estava de passagem com uma sacola de mercado até ver a confusão. — O que aconteceu com você? — ela perguntou, soltando as sacolas no chão.

— Está tudo bem, isso não tem a ver com eles, eu acabei brincando demais... e vim ver minha tia na hora errada — Aurora comentou, e Alice analisou Andrews, percebendo que os dois estavam sujos de lama.

— É algum tipo de fetiche de casal agora? — ela perguntou, sem humor, como se a pergunta fosse direcionada a Andrews, que apenas desviou o olhar sem dizer nada.

— Eu estou cuidando de tudo, você pode ir embora. — Andrews avisou a Alice, enquanto Aurora evitava encará-lo também.

— A sua tia está te pedindo mais dinheiro? Você conseguiu pagar? Por que está vindo aqui dessa forma se sabe que tem que ter cuidado? — Alice perguntou, tirando a carteira do bolso.

— Essa maluca disse que perdeu tudo, ela tem que se responsabilizar e assumir suas obrigações, e não jogar em nossas costas. Faz meses que você não aparece, Aurora!

— Como você pode falar isso? Você deveria protegê-la, não acha? Você sabe que ela não pode... — Alice parou de falar quando Aurora balançou a cabeça negativamente, indicando que Andrews não deveria saber.

— Tudo bem... — Alice suspirou, mexendo na carteira e tirando algumas notas.

— Não faça isso, você precisa tanto quanto eu, você sabe, eu já disse que não deveria se meter nessas coisas, a minha tia está certa, ela tem sido muito boa. — Aurora disse, se virando para a tia, que a encarou desconcertada. — Eu prometo que vou trazer. — ela disse, enquanto sua tia pegava o dinheiro da mão de Alice.

— Sim, sim, afinal, a culpa de todo o problema é de vocês duas. Parece que vai trazer muito em breve, já que realmente está comprovado que você anda se encontrando com homens por aí. — ela disse, dando de ombros e virando as costas para Aurora, que abaixou a cabeça. Andrews tentou se manter observando, apenas se certificando de que ela não sofresse nenhum tipo de agressão e percebeu a cautela de Aurora em deixá-lo saber o que estava acontecendo.

— Eu vou devolver o dinheiro. — Aurora disse a Alice, que agora mantinha a cabeça baixa, como se aquilo também a afetasse. De repente, as duas compartilhavam do mesmo humor.

— Não se preocupe, estamos juntas nessa, está bem? Quero ouvir uma história bem engraçada sobre toda essa lama.

— Não é engraçado quando essa lama reflete o que minha vida representa. — ela comprimiu os lábios, em seguida se despedindo de Alice, que encarou Andrews como se pedisse ajuda para Aurora, que ainda mantinha sua atenção na porta da pensão por onde sua tia foi embora.

Após toda a briga acabar, Andrews, sem pensar muito, ergueu a mão e, com um gesto cuidadoso, limpou seu rosto com os dedos.

— Está na hora de ir. — ele avisou. — Você está bem? — Sua voz saiu firme, mas sem a frieza habitual.

Aurora piscou, surpresa.

— Eu... — ela rejeitou seu gesto, afastando sua mão.

— Vamos embora. — Andrews decretou, pegando sua mão sem esperar resposta.

O toque foi firme e quente, e Aurora sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto ele a levava para dentro do seu carro. Aquele bairro simples estava realmente com suas atenções voltadas ao carro antes que Andrews pudesse entrar. De repente, a tia de Aurora saiu, indo em direção ao carro.

— Algum problema? — ele perguntou, embora já soubesse a resposta quando ela o analisou e pareceu o reconhecer de alguma forma.

— Nenhum. — ela respondeu, recuando ainda sem reação.

— Se eu não quisesse, não teria perguntado.

Ela ergueu os olhos para ele, mas não sustentou o olhar por muito tempo.

— São bobagens, eu não quero conversar sobre isso, apenas... — ela parou de falar, encarando Andrews. — Problemas que já existiam muito antes de toda a bagunça entre mim e você.

— Aurora, se precisar de dinheiro, eu posso te providenciar isso agora. — ele avisou, com o olhar sério, mas ela sorriu cética.

— Para quê? Comprovar que eu realmente estou me vendendo? Que de repente apareci com dinheiro porque você me pagou? Tem algo mais humilhante? Enfim... você já tinha descoberto que eu queria vender aquele colar porque eu precisava de dinheiro para pagar o tratamento de minha mãe, e eu precisava de dinheiro só para isso mesmo. Eu não quero mais seu dinheiro. Nesse momento, eu preciso voltar para a universidade. Sei que somos casados, mas... preciso de sua permissão e espaço.

Ele estranhou seu pedido. Como assim, espaço?

— O que quer dizer? — ele a encarou pelo espelho retrovisor.

— Quero permissão para, às vezes, ficar na universidade sem que você pense que eu fugi e chame a polícia. Eu vou voltar para as atividades domésticas e assim você pode continuar cobrando pela dívida de Janete. — ela avisou, com um olhar frio que ele nunca viu ela ter. Não era a mesma Aurora da mansão. Parece que fora dos portões, ela é diferente do que ele espera, diferente demais.

— Está dizendo que não vai ficar na mansão? — ele perguntou, ao mesmo tempo em que o carro freou de vez, e Andrews encarou Donovan, que sorriu desconcertado.

— Chegamos, senhor! — ele avisou, e Andrews se voltou para Aurora.

— Vamos conversar sobre isso lá dentro. — ele sugeriu, e ela saiu do carro.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.