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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 65

Cap. 64 Luz na escuridão.

A atmosfera no quarto estava pesada, como se cada palavra dita anteriormente tivesse deixado um resquício de tristeza no ar. Alice ainda olhava para Aurora, inconformada.

— Você precisa contar para Andrews. — Sua voz soou firme, mas carregada de emoção.

Aurora não respondeu. Apenas continuou arrumando suas poucas roupas na mala, com a mesma calma de sempre.

— Aurora! — Alice insistiu, agora se aproximando dela. — Você tem que falar com ele! Você está literalmente sendo expulsa da faculdade, não é errado pedir ajuda! Ele precisa saber a verdade!

Aurora finalmente parou. Olhou para Alice por um instante antes de abaixar a cabeça e soltar uma risada baixa, sem humor.

— Não precisa, Alice.

A outra garota cerrou os punhos, sentindo o desespero subir pela garganta.

— Como assim, "não precisa"?! Você não tem para onde ir! Você não tem um plano, Aurora! Você sempre age como se tudo estivesse bem, mas não está!

Aurora sorriu, um sorriso pequeno, resignado.

— Para mim, está. Não é como se fosse o fim do mundo.

Alice sentiu um nó apertar seu peito.

— Você está se autopunindo… — sua voz veio em um sussurro, os olhos brilhando com lágrimas. — Você sempre faz isso, sempre aceita qualquer coisa como se merecesse sofrer. Nada daquilo foi sua culpa, então por que continua se punindo?

— Você sabe que eu tenho culpa, porque todas aquelas coisas ruins aconteceram por minha causa…

— Então por que você não pede ajuda?! Por que não fala com Andrews? Ele precisa saber que está errado sobre você!

Aurora voltou a sorrir, mas agora havia uma certa melancolia em sua expressão.

— Porque… eu não quero que ele sinta pena de mim.

Alice piscou, surpresa.

— O quê?

— Eu não quero que Andrews mude de ideia só porque sente pena. Não quero que ele olhe para mim e pense que precisa ser diferente, que precisa me tratar de outra forma só porque estou quebrada. Eu prefiro que ele continue pensando o que quiser, desde que seja sincero.

Alice sentiu um soluço preso na garganta.

— Você é impossível…

Aurora apenas deu de ombros e voltou a arrumar suas coisas. Alice apertou os olhos, frustrada, sentindo que nada do que dissesse mudaria aquela teimosia.

Horas depois…

O sol já estava se pondo quando Alice sentou-se na escadaria do prédio principal da universidade, abraçando os próprios joelhos enquanto esperava Aurora sair. Ela odiava aquilo. Odiava o fato de Aurora ter escondido dela. Odiava o fato de não poder fazer nada, ao mesmo tempo que sentia raiva da própria Aurora.

— Você parece bem chateada. — Ela ouviu uma voz e, em seguida, os passos se aproximando.

Ergueu o olhar, surpresa. Rodrigo estava ali, observando-a com um olhar difícil de decifrar. Ele não parecia surpreso por vê-la naquele estado.

— Então, é verdade. — Sua voz era calma, mas carregada de significado.

Alice fungou, limpando as lágrimas com pressa.

— Mas vocês podem contar comigo. Gosto de pessoas que são capazes de desafiar Andrews e continuar andando por aí.

— Credo, você fala como se ele fosse um homem perigoso.

— Digamos que ele é meu melhor amigo, mas posso dizer que ele tem duas faces. Há coisas sobre ele que é melhor ficarem em segredo.

— Vocês se conhecem há quanto tempo? — ela perguntou, curiosa.

— Conheço Andrews há mais de quinze anos. Tivemos uma adolescência juntos. — Ele contou com nostalgia no olhar. — Digamos que fomos criados juntos pela minha mãe. Mesmo quando ela não tinha condições, gostava muito de Andrews.

— Uau… Andrews já teve uma vida difícil?

— Acha que ele nasceu rico? Esse cara tem seus monstros. Ele conheceu muita coisa ruim e, por isso, é assim. Andrews deixou o passado ser uma sombra que o persegue, mas algo está mudando. Por isso, quero que continue assim.

— Por que quer pagar as parcelas da faculdade de Aurora? O que ela tem a ver com isso?

— Quero pagar só as parcelas atrasadas. Não quero que ela descubra que isso tem ligação com Andrews. Já percebi que ela é bastante orgulhosa. Quero fazer isso para que ainda haja um lugar onde se possa encontrá-la. Você sabe, sou um homem muito esperto e meticuloso com cada coisa. Tenho medo de que ela não tenha nada a perder e decida fugir.

— Convencido nem um pouco, mas você está certo.

— Apenas faça isso. Ela não precisa saber que fui eu, está bem?

— Olha… eu não sou de negar uma boa ajuda. Afinal, não sou Aurora, sempre cabeça-dura e orgulhosa. Por isso, agradeço a ajuda, mas… a que preço? Ninguém do seu ramo faz nada de graça.

Rodrigo assentiu, ainda segurando o cartão.

— Claro, tem uma condição.

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