Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 66

Cap. 65 O Jogo de Rodrigo

Rodrigo sorriu de forma tranquila, observando o humor de Alice escurecer.

— Qual? — Ela bufou, como se já esperasse alguma exigência.

— Tente convencer Aurora a voltar para a mansão de Andrews. Preciso dela lá.

Alice cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha.

— Você não está apaixonado por ela, certo? Sei que ela é bonita, mas se apaixonar pela mulher do seu amigo…

— Claro que não! — Rodrigo revirou os olhos. — Não ouviu o que eu disse? Ela e Andrews ainda têm muita coisa para resolver um com o outro.

Alice suspirou dramaticamente.

— Ok… convencer Aurora a voltar para a mansão. O que mais?

— Preciso manter contato com você.

— Por quê?

Rodrigo riu de leve.

— Porque Aurora é difícil de lidar. Sei que ela vai brigar para devolver o dinheiro, pode até mesmo desistir de estudar e pedir reembolso. Mesmo que Andrews não tenha notado, eu vi. Ela quer fazer tudo sozinha. Se souber que esse dinheiro veio de alguém ligado a ele, vai recusar na hora.

Alice franziu a testa, absorvendo as informações.

— E eu faço exatamente o quê?

— Você vai me ajudar a juntá-los, custe o que custar. E, como recompensa… pode usar esse cartão com o que quiser quando precisar.

Alice olhou para o cartão, a mente fervilhando com possibilidades. Então, um sorriso travesso começou a se formar em seus lábios. Num pulo, pegou o cartão da mão de Rodrigo e se levantou.

— Com certeza não tenho problemas com isso!

Rodrigo ergueu uma sobrancelha, intrigado.

— O que isso quer dizer?

Alice lançou-lhe um olhar malicioso.

— Quer dizer que eu não sou orgulhosa como Aurora. Não gosto de abrir mão de boas oportunidades. Já que nunca tive escolha desde pequena, quero viver a vida fazendo as melhores.

Rodrigo sorriu enquanto a observava partir.

— Que menina peculiar… e esperta.

Alice marchou até a recepcionista, colocou o cartão sobre o balcão e respirou fundo.

— Quero quitar todas as parcelas pendentes da Aurora.

A mulher do outro lado do balcão ergueu os olhos, surpresa.

— Está no seu nome?

Alice sorriu, mentindo sem hesitar:

— Sim. São minhas economias.

Após quitar a dívida, voltou à saída. No mesmo momento, Aurora apareceu segurando um envelope pardo, vendo Alice animada e correndo.

— Ela se distraiu rápido… — Aurora suspirou, desanimada.

Respirando fundo, pensou se deveria ir atrás da amiga ou continuar indo à recepção para entregar alguns documentos. Tentando manter a compostura, encarou a recepção, mas sua intuição gritou.

Seguiu Alice.

Rodrigo hesitou por uma fração de segundo, mas assentiu.

— Sim.

Foi o suficiente para fazer Aurora esquecer qualquer suspeita. O cartão, o dinheiro, Alice e Rodrigo… nada mais importava.

Ela girou nos calcanhares e disparou escadaria abaixo, o coração martelando no peito.

— Deus, que não tenha acontecido nada grave, por favor! — suplicou para si mesma.

No impulso, correu para o meio da rua sem olhar e quase foi atropelada por um táxi que vinha na direção contrária.

Alice e Rodrigo ficaram petrificados.

— Eu sabia que ela se importava com ele, mas nunca pensei que fosse tanto… — Rodrigo piscou, nervoso.

— Sonambulismo? Andrews tem isso? — Alice perguntou, ainda tentando acompanhar o que estava acontecendo.

Rodrigo suspirou, massageando as têmporas.

— Não conte a ninguém. É segredo de estado.

— Certo… mas…

— Em outro momento eu te explico! Agora tenho que impedir essa maluca antes que ela cause um acidente de verdade!

E, antes que Alice pudesse dizer mais alguma coisa, Rodrigo saiu correndo atrás de Aurora.

O detalhe irônico?

Aurora nem tinha pensado que o próprio Rodrigo poderia simplesmente tê-la levado ao hospital.