Cap. 95: Mãe de Andrews?
Aurora Westwood
A senhora olhava para mim, assustada, as mãos ainda apertando o envelope. Andrews, por sua vez, respirava fundo, visivelmente tentando se controlar.
— Você está errada. Não é o que parece. Eu não… — ele começou, mas parou ao olhar ao redor. Seus olhos encontraram Alice, que observava tudo ao longe, empurrando a cadeira da minha avó.
A confusão em seu rosto foi substituída por algo mais duro, e um suspiro de resiliência escapou, como se ele quisesse evitar aquilo.
— Você me seguiu? — perguntou ele, com a voz baixa, mas carregada de acusação. — Era isso? Queria me vigiar?
— Claro que não, Andrews! Eu vim visitar minha avó! Que absurdo é esse?
Ele desviou o olhar, apertando os punhos. Seu peito subia e descia rapidamente, como se estivesse em conflito. Mas então ele recuou. Sem mais uma palavra, se virou e foi embora, os passos firmes e pesados sumindo por entre as árvores.
Eu ainda tremia, o coração disparado. Me virei para a senhora e respirei fundo.
— Me desculpe… — falei, abaixando-me e pegando o envelope que agora estava amassado no chão. — A senhora está bem?
Ela assentiu devagar e, com a voz suave:
— Não precisava me defender, querida. Eu… fui eu quem o estava machucando. — ela confessou, me deixando surpresa. Ela sabe falar?
— O quê? — sussurrei, surpresa. — A senhora pode falar? — perguntei, conduzindo-a até o banco próximo enquanto ainda limpava as lágrimas.
— Sim, mas são coisas complicadas demais para serem explicadas.
— Ah... percebi que a senhora parece bastante assustada. Andrews às vezes é tão... assustador.
— Não... ele é um bom menino, de certa forma.
— Ele é? — sorri, um pouco desacreditada com as palavras dela. — Como é o nome da senhora? Vou avisar a recepção para alguém vir lhe buscar.
— Meu nome é Janete.
— Janete? — perguntei surpresa. Como assim essa mulher tem o mesmo nome da minha meia-irmã?
— O quê... você conhece Andrews bem? — perguntei, curiosa.
— Aquele homem... aquele homem é meu filho. — ela gaguejou, um pouco envergonhada.
Fiquei sem reação. Senti um nó se formar na garganta.
— Andrews é seu filho? — sussurrei, pasma.
Ela sorriu com tristeza. Sentei ao lado dela, ainda tentando absorver o que tinha acabado de ouvir.
— Eu… eu sou esposa dele. — confessei. — Casamos há pouco tempo. Mas… nem sei por onde começar.
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