Okan se levanta com calma e esboça um sorriso discreto, desprovido de entusiasmo.
— Vou orar. Ailem için, bize verdiği her şey için Allah'a teşekkür ederim. Kaçırdığımız hiçbir şey için. — Ele traduz sem cerimônia, com a voz firme: — Agradeço a Allah, por minha família, por tudo que Ele tem nos agraciado e por nada ter nos faltado.
Eu abro um dos olhos, lançando um olhar avaliador para o senhorzinho. Sua expressão entrega um certo desagrado com a oração de Okan. Claramente, ele esperava algo mais tradicional, talvez um pedido por uma esposa piedosa que trouxesse felicidade ao jovem.
Desvio minha atenção para Kayra, que também está de olho entreaberto, analisando o irmão. Ao lado, Ômer luta contra um sorriso que ameaça escapar. Quase me junto a ele na risada contida.
Superado esse momento curioso, o jantar avança harmoniosamente para eles, enquanto, para mim, o ambiente permanece carregado. A tensão me faz parecer alheia, quase indiferente. Apesar da mesa farta de iguarias deliciosas, sirvo-me parcamente: um pouco de carne de carneiro e salada. Não se trata de dieta; apenas falta apetite.
Minha atenção é capturada pelo prato da prima de Okan. Está abarrotado de comida, o que me provoca um pensamento cruel: Se ela continuar comendo assim, em alguns anos será tão corpulenta quanto a mãe. Repreendo-me mentalmente pela maldade. Ai! Estou mesmo de mau humor.
Ao erguer os olhos, cruzo com o olhar de Ômer. Ele sorri e murmura com discrição, respeitando a regra silenciosa da mesa:
— Seus olhos, esta noite, parecem duas esmeraldas. Lindos e brilhantes.
Minha respiração engata curta, e, sem conseguir evitar, sorrio de volta. Meu olhar escapa para Okan, que nos observa com a mandíbula tensa e os olhos faiscando, deixando clara sua desaprovação. Ele certamente não deseja um envolvimento mais íntimo entre mim e Ômer. Decido enfrentá-lo, levantando o queixo em desafio.
Por que ele simplesmente não cuida da própria vida? Que arranje logo uma esposa e realize o sonho do bom velhinho, deixando-me em paz!
Com o jantar encerrado, seguimos todos para a sala, onde nos servem um licor de cacau. A lareira crepita em um ritmo reconfortante, aquecendo o ambiente, embora o inverno sopre gelado lá fora. Um senhor de meia-idade — aparentemente o motorista da família — dedicou-se a manter o fogo vivo durante todo o dia.
Kayra começa a relatar com entusiasmo o show pirotécnico que está por vir. Mas minhas atenções vacilam. No canto da sala, Okan me observa, insistentemente.
— A decoração nova ficou linda, Ibraim. Okan realmente entende de decoração. Incrível. — A voz do tio de Kayra chama minha atenção enquanto ele elogia o talento de Okan para o pai dele. A dupla passa ao nosso lado, acompanhada por Ayla e sua mãe, que inspecionam cada detalhe com olhos críticos.
Ibraim chama o filho, que ainda me encara. Okan pisca, como se despertando, e com a postura impecável caminha até o pai. Seus passos são firmes, seguros, mas não apressados. Quando ele passa por mim, um rastro de perfume alcança minhas narinas, e um estremecimento percorre meu corpo.
Minha atenção é atraída para pai e filho. Vejo Okan pousar um braço no ombro do senhor, que parece murmurar algo para ele. Em resposta, Okan deposita um beijo carinhoso na careca do pai. A cena mexe comigo de uma forma inesperada.
Volto-me para Kayra, que está relembrando momentos da infância, mas a cena do afeto genuíno entre pai e filho ecoa na minha mente. É mais fácil lidar com um Okan frio e calculista do que com esse homem dedicado à família, que faz de tudo para agradar ao pai.
Peço licença a Kayra e Ômer, alegando sede. Caminho até o aparador em busca de um copo d’água. Minha garganta está estranhamente seca. Assim que termino de encher o copo, sinto uma presença ao meu lado e me sobressalto ao ver Okan tão perto. Meu coração dispara com sua ousadia.
— Você está linda nesse vestido, Susy. — Sua voz é grave, mas ele completa com um tom provocador: — Mas muito ousada para o meu gosto. Se fosse minha mulher, jamais usaria algo assim.
Ergo o queixo, ajustando minha postura defensiva.
— O que você quer, Okan? Cuide da sua vida, não da minha. Não cabe a nós julgar o que traz felicidade aos outros. Às vezes, algo insignificante para um pode ser essencial para outro.
Minhas palavras parecem deslizar por ele sem impacto. Ele ri, os olhos cintilando com um brilho perigoso.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido
Não consigo liberar para leitura, mesmo tendo saldo disponível....
Fiz a compra e não desbloqueia para ler , falta de respeito com o leitor!!!...