Ele se ergue, mas seus braços permanecem ao meu redor, firmes como amarras invisíveis. Seus malditos lábios se curvam em um sorriso preguiçoso, como se estivesse no controle absoluto da situação.
─ E não fique ofendida. Gazela é como chamamos, carinhosamente, nossas mulheres... ─ Ele faz uma pausa, os olhos fixos nos meus. ─ Quando nos olham com esses olhos tão expressivos, demonstrando o quanto estão afins de nós. Ou, como no seu caso, assustados.
Suas palavras me atravessam, mas é "nossas mulheres" que faz meu sangue ferver. Meu corpo reage antes que eu perceba. Ergo o braço, pronta para acertar sua cara arrogante. Ele, no entanto, é rápido demais. Segura minha mão no ar e ri, um som baixo e provocador.
─ Adoro essa brincadeira de gato e rato. ─ Sua voz é grave, carregada de divertimento. Ele segura meus dois pulsos e os prende atrás das minhas costas com facilidade, me imobilizando. ─ Mas se acalme. Vou te soltar. Preciso sair. Minha irmã deve acordar a qualquer momento, e seria uma pena se ela nos flagrasse assim.
Seus olhos brilham de algo que só consigo interpretar como desafio. Lentamente, como se quisesse saborear minha frustração, ele afrouxa o aperto e se afasta. Antes de sair, lança um último sorriso confiante, como se já tivesse vencido.
Ele caminha até a porta, gira a chave e olha para o corredor antes de sair. Fecha a porta atrás de si sem pressa, como se nada tivesse acontecido.
Fico ali, imóvel, tentando controlar a onda de emoções que me atinge. Raiva, vergonha e, principalmente, uma irritante consciência de que ele conseguiu exatamente o que queria.
Solto o ar lentamente, tentando clarear a mente.
"Não vou ficar aqui por muito tempo", penso, com uma resolução que beira o desespero. "No máximo até hoje à tarde. Ele venceu!"
Quero acreditar que todo esse assédio é só uma tática para me fazer ir embora. Eu sou, afinal, o oposto do que ele espera de uma mulher. Independente, livre, e, aparentemente, uma afronta ao mundo dele.
Lembro-me do olhar dos tios dele quando me viram pela primeira vez, como se eu fosse um erro que não deveria estar ali. Não é culpa dele, penso. Ele é apenas reflexo de sua criação.
Quando finalmente saio do quarto e vou até a sala, encontro Okan sozinho. Ele está de costas para mim, diante da grande janela, observando o exterior. Sua postura é rígida, as mãos enfiadas nos bolsos da calça.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido
Não consigo liberar para leitura, mesmo tendo saldo disponível....
Fiz a compra e não desbloqueia para ler , falta de respeito com o leitor!!!...