Quando eles nos veem, ambos se ajeitam. Ômer sorri calorosamente para nós, mas os olhos negros de Okan se cravam em mim com uma intensidade que me desarma. Meu corpo inteiro se arrepia, e um espasmo percorre meu abdômen quando o olhar dele desce pelo meu corpo sem qualquer disfarce.
— Bem, vamos lá! Quem começa? — Kayra pergunta, tentando quebrar o momento.
— Podem começar vocês. — Okan diz, estendendo a raquete para mim. Seus olhos permanecem fixos nos meus, carregados de algo que não consigo nomear. Respiro fundo, estufo o peito e aceito a raquete.
Antes que eu possa me afastar, ele segura meu braço com delicadeza, me puxando para perto. Seus olhos, enigmáticos, me estudam enquanto ele explica calmamente:
— A bola só é considerada fora se bater acima das linhas das paredes laterais. Cada jogada precisa tocar a parede frontal. Pode fazer tabela com as laterais ou o vidro de fundo, mas só pode quicar no chão uma vez. O objetivo é dificultar a vida do adversário, variando as jogadas para ganhar pontos.
Sua voz firme e baixa me faz sentir um calor subir pelo rosto.
— Alguma dúvida? — Ele pergunta, seus olhos perfurando os meus.
— Não. — Respondo quase em um sussurro.
— Podemos começar? — Kayra interrompe, impaciente.
Okan solta meu braço, mas seu olhar se mantém em mim por um momento antes de se dirigir a ela:
— Podemos.
O jogo começa.
No início, meus movimentos são desajeitados. A raquete parece pesada, e rebater a bola no tempo certo é um desafio. Mas aos poucos vou pegando o jeito. Apesar disso, não consigo me concentrar completamente. A proximidade de Okan me deixa em um estado de nervosismo constante. Seus olhares, sua presença, até mesmo seu perfume másculo criam um caos dentro de mim.
Quando ele sorri, vitorioso, ao ver nossos adversários errarem, sinto meu coração pular. Seus sorrisos têm um charme devastador, e me pego retribuindo-os com lábios trêmulos, desejando desesperadamente sentir os dele.
Cada vez que ele se aproxima para corrigir um movimento ou me encorajar, meu coração dispara, e o calor que sinto não tem nada a ver com o esforço físico. Okan é um ótimo parceiro, cobrindo meus erros e incentivando-me de forma paciente, o que faz com que nossa dupla perca por muito pouco. Apenas dois pontos nos separam da vitória.
Depois de vinte minutos jogando, meu corpo está exausto, mas minha mente está um turbilhão. É então que Ômer rebate uma bola lançada por Okan com força excessiva. A bola vem em minha direção como um míssil. Sem tempo para reagir, desvio bruscamente para evitar o impacto, mas perco o equilíbrio e vou direto contra o corpo firme de Okan, que tenta pegar a bola por mim.
Sinto suas mãos fortes segurarem meu braço antes que eu caia no chão. Meu corpo congela, e nossos olhares se encontram. Os olhos de Okan, quentes como um deserto abrasador, me prendem de forma inescapável. Sua respiração pesada acaricia meu rosto, e por um momento, parece que o mundo ao nosso redor desaparece.
— E aí vocês dois! Vamos voltar ao jogo e assistir a gente vencer! — Ômer brinca, rindo.
Me afasto de Okan rapidamente, tentando esconder o quanto estou abalada. Mas ao olhar para Kayra, percebo seus olhos afiados sobre nós, claramente desconfiados.
Deus! Imagine se ela soubesse do resto.
Volto para a minha posição com o semblante sério, tentando recuperar o foco. Jogamos mais dez minutos.
— Eu cansei! — Digo, ofegante, quando pela terceira vez seguida erro a bola, forçando Okan a cobrir mais um dos meus deslizes.
Okan também está ofegante. Ele dobra o corpo para frente, apoiando as mãos nos joelhos, enquanto um sorriso relaxado ilumina seu rosto suado. Seus cabelos, agora despenteados, só aumentam sua aura de sensualidade.
Deus, ele é de tirar o fôlego.
— Hum, uma garota que sabe perder. — Ele provoca, ainda sorrindo.
Meu coração dispara, e, sem pensar, respondo:
— Isso depende do que perdemos.
Seus olhos se intensificam, fixando-se nos meus. Um arrepio percorre minha espinha quando ele lambe os lábios, e o calor que me invade é quase insuportável. Ele é estonteante, e eu deveria saber melhor.
— Aí, parceiro, vencemos! — A voz de Kayra corta o momento.
Desvio o olhar para ela e Ômer, que erguem os braços e batem as mãos em um gesto de celebração. A energia deles é contagiante, e acabo sorrindo.
Okan se aproxima de mim, e sua presença parece crescer até me cercar completamente. Ele para tão perto que sinto o calor de seu corpo irradiando em ondas.
— Até que não perdemos de muito. — Ele comenta, amenizando nossa derrota com um tom descontraído.
Sua consideração me toca de um jeito inesperado, e não consigo evitar um leve sorriso.
— Você pegou quase todas as bolas, por isso não perdemos de lavada.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido
Não consigo liberar para leitura, mesmo tendo saldo disponível....
Fiz a compra e não desbloqueia para ler , falta de respeito com o leitor!!!...