— Acho melhor você ir. O que está fazendo ainda no quarto?
Ele não se move. Permanece deitado, olhando para o teto, como se estivesse tentando encontrar respostas ali.
— Pare de bancar a durona, Emily. Sei que está tão abalada quanto eu. — Sua voz sai grave, quase rouca. — Está arrependida?
Minha respiração se agita. Arrependida? Ele está falando dele mesmo. É ele quem está arrependido.
Não. Eu não me arrependo. Estou triste, sim, mas não arrependida. Estou destruída por saber que, para ele, nada mais pode evoluir.
Com o orgulho me sustentando, aproximo-me dele e o encaro. Okan se senta na cama, os olhos atentos percorrendo meu rosto, buscando algo.
— Por que estaria arrependida? — digo com firmeza, erguendo o queixo. — Cedemos ao prazer. Foi o que nossos corpos pediram. Não se sinta culpado.
Ele parece confuso agora, estudando meu rosto. Sei o que ele está vendo. Sem maquiagem, meu rosto denuncia minha idade, minha juventude. Meus lábios ainda tremem. Meus olhos, lavados pelas lágrimas, me expõem.
— Você... você parece tão nova assim. — A voz dele baixa. — Você mentiu sobre a sua idade? Quantos anos você tem?
— Faço vinte anos daqui a alguns meses. — Ergo o queixo mais uma vez, determinada a não desmoronar.
Ele solta um palavrão em turco, os olhos arregalados.
— Allah! Você é mais nova que a minha irmã.
Assinto, quieta. Ele se levanta da cama, e meu coração falha uma batida ao vê-lo assim, nu, lindo, poderoso. Cada fibra do meu corpo parece mais viva só por vê-lo se mover. Mas sei que é o fim.
Okan se veste com pressa, os movimentos rígidos, raivosos. Ele olha para o lenço branco em suas mãos, agora manchado de vermelho, e pragueja.
— Você deveria ter me dito que era virgem. Sua idade... isso teria me parado.
Ofego, sentindo o sangue subir ao meu rosto.
— Você está me culpando?
Ele se vira, o peito largo subindo e descendo com a respiração acelerada. Seus olhos, tão escuros, encontram os meus.
— Não. — A voz dele sai baixa, quase um sussurro. — Estou culpando a mim mesmo. Eu sou o culpado nessa história.
Emily
— Olha aqui, não precisa ficar assim! — Minha voz sai firme, debochada, embora meu coração esteja batendo forte. — Na nossa cultura, é comum uma mulher se entregar a um homem. Você não precisa me assumir ou se casar comigo.
Okan me encara como se procurasse alguma rachadura na minha máscara, como se dissesse: Ela pensa isso mesmo? Seus olhos, antes carregados de confusão, agora se enchem de ira, um fogo que me queima por dentro.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido
Não consigo liberar para leitura, mesmo tendo saldo disponível....
Fiz a compra e não desbloqueia para ler , falta de respeito com o leitor!!!...