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Romance Proibido romance Capítulo 44

Okan

Ibrahim Krishman, um homem que um dia foi reverenciado no mundo dos negócios hoteleiros, agora repousa em sua enorme cama, solitário desde que mamãe morreu. Seu semblante está pálido, e a vitalidade que um dia lhe pertenceu parece escorrer pelas rugas do rosto cansado. Aos setenta e três anos, o coração fraco teima em vencê-lo pouco a pouco.

Sento-me ao lado dele, tentando esconder o aperto no peito.

— Baba — murmuro, tomando sua mão.

Ele abre os olhos devagar, como se cada movimento exigisse um esforço imenso. Seu olhar sem vida encontra o meu e, ainda assim, há algo reconfortante naquele gesto.

— Oğul — ele responde com a voz fraca.

Engulo em seco, tentando afastar a angústia.

— Pai, chamei o doutor Braun para dar uma olhada no senhor. Como está se sentindo?

Ele sorri de leve, um gesto quase imperceptível.

— Estou melhor.

Minto para mim mesmo que isso me consola. Mas vejo o cansaço marcado em cada respiração que ele puxa.

— O senhor abusou do sal ontem, eu vi. — Tento soar repreensivo, mas minha voz vem mais doce do que deveria.

— Só um pouquinho — ele admite, franzindo o cenho, como se quisesse se justificar.

Sei que a comida sem sal é sem graça, que cada sabor extra é uma pequena centelha de prazer em sua rotina tão limitada. Como posso repreendê-lo? Como proibir um homem que dedicou a vida inteira a nós de ter um instante de felicidade, mesmo que minúsculo?

Assinto, apenas.

— Quer que eu ligue o oxigênio? O senhor parece estar com dificuldade para respirar.

Ele fecha os olhos por um instante, exausto.

— Sim, faça isso.

Levanto-me depressa, giro a válvula e ajusto a máscara em seu rosto. Meus dedos são firmes, mas o coração, não. Fico parado ali, observando-o enquanto a máscara cobre metade do seu rosto. O peito sobe e desce devagar, mas a respiração ainda soa pesada.

Allah, meu pai sempre foi tão forte.

Desde cedo, vi aquele homem se matar de trabalhar. Começou em uma indústria de tecidos, ganhando um salário que mal dava para manter as contas em dia. Sapatos eram luxo, trocados uma vez por ano, se tanto. As roupas vinham de doações ou brechós. Carne? Só aos domingos, e ainda assim, não sempre.

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