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Romance Proibido romance Capítulo 54

No dia seguinte, o rosto abatido de Okan diz tudo: ele não teve uma boa noite de sono. E eu também não. Passei horas revirando na cama, revivendo os últimos acontecimentos desde o momento em que o conheci.

— Seu carro está pronto. — Ele declara com o semblante frio, uma máscara perfeita que não deixa transparecer nada além de neutralidade.

Kayra sorri, um sorriso caloroso que tenta, em vão, aliviar o ambiente.

— Eu não disse que ele entendia de carros?

Aceno de leve, incapaz de confiar na minha própria voz. Kayra se vira para mim, me abraça com força, e eu sinto sua preocupação em cada movimento.

— Quando chegar em casa, me liga.

Esforço-me para abrir um sorriso que parece mais falso do que gostaria.

— Claro.

Okan se aproxima, o olhar duro e desgostoso cravado em mim. Antes que eu possa dizer qualquer coisa, ele pega minha mala e segue em direção ao carro. Meu coração pesa, mas meus pés se recusam a seguir de imediato. Corro as mãos no casaco, num gesto nervoso, e me viro para o senhor Ibraim, ainda parado na sala.

— Adeus, senhor Ibraim. Obrigada por tudo.

Ele apenas ergue a mão, mostrando a palma em um gesto seco, como se dissesse: Já vai tarde... Não espero nada diferente. Ele só permitiu minha estadia por causa da insistência de Kayra.

Na varanda, dou a ela um beijo e um abraço apertado. Quando me viro, reparo na fumaça branca saindo do escapamento. Okan já ligou o carro para mim. Ele me espera ao lado dele, uma figura alta, imponente, quase inalcançável. Respiro fundo, tentando ignorar a sensação sufocante de perda que cresce no meu peito.

Minhas mãos tremem quando puxo o casaco para me proteger do frio, ou talvez de mim mesma. Cada passo em direção ao carro parece pesar uma tonelada. Meus pensamentos são um turbilhão. Será que é apenas fascínio? O tempo apagaria isso?

Evito encarar seus olhos, sabendo que me perderia na intensidade deles. Olhar para Okan é como mergulhar em águas profundas e proibidas. Cada vez que o faço, sinto uma onda de desejo que rouba meu ar, minha razão. Mas, perto dele, a tentação é mais forte. Procuro seus olhos, e o que encontro é diferente: firmeza, determinação.

— Pense no que eu te disse.

— Ainda com isso? — Minha voz sai como um murmúrio carregado de cansaço.

— Por que é tão difícil entender? Meu noivado não é o que você pensa. Minha proposta não é absurda. Eu nem me encontraria com ela enquanto estivéssemos nos conhecendo melhor.

— Você a estaria enganando. Continuaria noivo.

Ele suspira, pesado, como se lutasse contra si mesmo.

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