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Romance Proibido romance Capítulo 55

Mamãe entra no meu quarto sem bater. Sua expressão é um misto de preocupação e determinação.

— O que você tem, Emily? Se abra, vamos! — diz, a voz firme, mas embargada de afeto. — Cheguei te contando sobre minha viagem, mas você me olhou como um zumbi, o olhar perdido, está sempre tão longe. Ontem foi se deitar cedo e agora rejeitou o convite da Carol para sair. E tenho reparado que anda sem fome. Vamos! Desembucha! Você nunca foi de me esconder as coisas. Você sempre se abriu com sua mãe. Não é agora que começará a me esconder as coisas, não é?

Sento-me melhor na cama, ajeitando o travesseiro atrás de mim. O desânimo pesa sobre meu peito como uma âncora, e um longo suspiro escapa antes que eu fale:

— Eu conheci uma pessoa.

Ela estreita os olhos, me estudando como quem busca decifrar um enigma.

— Conheceu uma pessoa? Na casa de Kayra? Mas eles não são turcos? Não me diga que ficou ligada em algum turco?

— Sim, no irmão dela.

— No irmão dela? — questiona, os olhos arregalados, a incredulidade estampada em cada traço do rosto.

— Sim, mas não deu certo. — Minha voz sai fraca, acompanhada de outro suspiro longo e pesado.

Ela ri, mas há um toque de amargura em sua risada.

— Mas é claro que não deu certo. Os homens turcos são machistas. Eles têm um jeito de ver as coisas diferente de nós. Suas roupas, por exemplo, sua maquiagem, seus sorrisos para um amigo, um monte de coisas.

Eu desvio o olhar. Isso é o que menos me importa. A verdade é que acredito que poderíamos ter chegado a um meio-termo, se ele realmente quisesse estar comigo.

— É, eu sei, mas não consegui pensar muito nisso na hora.

— Vocês transaram?

Assinto, sem forças para mentir. Ela aperta os lábios, contrariada, e seus olhos denunciam a vontade de me dar um sermão, mas vejo que ela se contém:

— Ha, então está explicado. Eles são machistas! E você não conhece esses turcos? Claro que sairia machucada nessa história. Ele deve ter pensado o pior de você.

Sinto o peso do julgamento em suas palavras. Desvio os olhos, incapaz de encará-la.

— É, fui levada pelo calor do momento... — E que calor, penso, enquanto flashes da intensidade daquele encontro me invadem. — Não imaginei que ele ficaria com uma parte do meu coração.

Ela funga, seu tom mais suave agora, mas ainda incisivo:

— Quando está para se construir algo, fazemos planos para ver se temos recursos suficientes para concluir, ou se a obra ficará pela metade. E assim é uma relação. Você não pensou nas consequências. Você sabia que ele não era para você e, mesmo assim, se entregou. Claro que sairia machucada.

— Eu sei... — murmuro, limpando uma lágrima teimosa que escorre.

— Esqueça-o, não se torture por algo que não evoluirá. Isso só te fará sofrer.

Assinto, resignada. Então ela pergunta:

— Kayra sabe?

— Não, e nem quero que ela saiba.

— Por quê?

— Ele é noivo. Mas não é um noivado tradicional.

— Emily! — exclama, chocada, enquanto me lança um olhar que mistura indignação e decepção.

— Eu não sabia! Juro que eu não sabia!

— Que mau caráter! Que hipócrita!

Meu coração aperta ao pensar nisso. Tento amenizar:

— Ele não a conhecia até alguns dias atrás.

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