Ele permanece de pé, os músculos do maxilar se contraindo enquanto absorve minhas palavras.
—Pode parecer que minha motivação seja essa, mas não é. Eu realmente gosto de você. Nunca senti nada parecido com outra mulher, Emily.
Suas palavras caem sobre mim como um bálsamo, acalmando as tempestades internas que me consumiam. Respiro fundo, tentando recuperar o equilíbrio.
—O tempo dirá.
Ele me encara, firme, com um brilho de decisão no olhar.
—Vamos! Vou te levar para casa e já aproveito para falar com seus pais.
Meu rosto aquece, pego de surpresa por essa nova faceta de Okan. Há algo nele agora, uma urgência em querer me conhecer melhor, em solidificar o que temos.
—Não, melhor outro dia. Preciso preparar meu pai antes. Contar como foi tudo com sua noiva, a natureza do seu noivado, para ele te ver como uma vítima e te receber bem.
Os lábios de Okan se apertam em uma linha fina. Ele claramente não gosta da ideia de adiar, mas cede.
—Tudo bem. Mas não passe de hoje. Amanhã, nesse mesmo horário, estarei na sua casa para falar com eles. E não veja nosso filho como um infortúnio. Veja-o como a vontade de Allah sendo manifesta para nos unir.
Suas palavras tocam algo profundo em mim, mas mantenho o tom firme.
—Uma pena que precisou disso para você tomar uma decisão. —Minha voz soa ácida, refletindo o turbilhão de emoções que tento controlar.
Okan solta um suspiro pesado, e vejo a alegria de seu semblante se dissipar, substituída por uma tristeza silenciosa.
—Eu não sei mais o que fazer para você me perdoar. Que tal pensar que tudo foi um propósito? Eu precisava enxergar que você é a mulher da minha vida. E meu pai precisava sentir que insisti em fazer dar certo com Sila, que tentei cumprir a promessa que um dia fiz a ele. Como vê, fraquejei, linda Emily, pois me apaixonei por você. E lembre-se, resolvi ficar com você muito antes de saber que esperava meu filho.
Cada palavra é pronunciada com uma certeza desarmante, cada frase parece arrancar algo de dentro dele. Seus olhos refletem uma verdade crua, quase dolorosa, que me faz vacilar.
Ele está mais tranquilo agora, as palavras fluindo como um rio, naturais e irresistíveis. Okan é como fogo: impossível de ignorar, impossível de não sentir.
—Você pode me levar para casa? Meus pais devem estar preocupados. Estou sem carro. Meu carro não pegou hoje de manhã.
Por um momento, ele aperta os lábios, e percebo a lembrança do passado atravessando sua mente.
—Claro. Vou te levar com imenso prazer. É bom assumir o que estou sentindo, ser finalmente livre para seguir minhas escolhas.
Minha expressão endurece levemente.
—Sua escolha.
Okan sorri, mas logo sua expressão se torna séria, quase solene.
—Sim, eu escolhi você.
Aceno com a cabeça, e ele me conduz até o carro.
O caminho para casa tem um clima diferente. Okan, em vários momentos, busca minha mão, entrelaçando nossos dedos com delicadeza. Seus olhos brilham com uma felicidade que nunca havia visto nele antes. Por um instante, permito-me relaxar. Decido dar-lhe uma chance, não só por nosso filho, mas por mim também.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido
Fiz a compra e não desbloqueia para ler , falta de respeito com o leitor!!!...