Dia seguinte, casa dos Krishnan...
Entro no hall e espero Okan fechar a porta. Com minha mão direita entrelaçada à dele, avanço até a sala. Meus olhos encontram Kayra primeiro, que me oferece um leve sorriso antes de se levantar. Seu gesto desperta a atenção do pai de Okan, que cochilava na poltrona reclinável.
— Emily. — Ela solta o ar.
Eu me desvencilho de Okan e vou até ela, emocionada.
— Kayra. — Digo, sem saber ao certo o que falar; as palavras me fogem ao vê-la agora.
— Bem-vinda à família.
— Obrigada. Perdoe-me por tudo...
— Shhh, não precisa dizer nada. Okan já explicou tudo, e o que ele mais faz é te defender. O importante é que meu irmão está feliz e que você goste dele.
Um sentimento de paz envolve meu coração com o gesto dela. Sim, eu amava Okan sem saber por quê, mas agora, conhecendo-o melhor, entendo o que vi nele. E isso só faz meu amor por ele crescer a cada momento que passamos juntos.
— Obrigada, Kayra, por me perdoar. Depois conversamos com mais calma. — Digo, sentindo parte do peso em meus ombros se dissipar.
Nos abraçamos apertado. Quando nos afastamos, dou-lhe um sorriso amistoso, mais animada para encarar o senhorzinho que observa tudo em silêncio.
Okan se aproxima de mim e me envolve com o braço, reforçando que estamos realmente juntos. Digo um bom dia em turco, como ele me instruiu a caminho daqui. Ele explicou que seu pai fica feliz quando as pessoas fazem esse esforço:
— Günaydın.
Ele acena, e seus olhos percorrem minhas roupas — um vestido de lã cinza, meia-calça preta e botas de cano curto —, deixando claro que fará isso frequentemente. É bom eu respeitar os preceitos da família daqui em diante.
— Günaydın. — Ele responde educadamente, antes de fixar seus olhos nos meus. — Quero deixar claro que não aprovo o que fizeram. Meu filho insiste em se colocar como culpado. Acredito que ele realmente seja. Você é muito jovem, portanto, influenciável. Meu filho se aproveitou de sua tenra idade e dos seus costumes liberais.
— Pai, Emily não veio para receber um sermão. — Okan intervém.
— Nossa imagem ficou prejudicada com a outra família, mas a sorte é que a notícia não se espalhou. Sila é muito orgulhosa para admitir que foi trocada por outra mulher enquanto estavam noivos. O pai dela me ligou, conversamos. Quando eu estava prestes a me desculpar, a me humilhar, percebi que suas palavras não tinham peso algum. Pelo contrário, ficou claro que Sila não contou tudo. Apenas que ela e Okan não tinham nada em comum. Disse que Okan absorveu muito a cultura inglesa e que ela prefere um homem, digamos, mais turco. Então, graças a Allah, tivemos um grande livramento. Vocês colocaram em risco a união de Kayra com um homem de uma boa família.
As palavras do senhor Ibraim revelam o peso que foi para Okan me assumir e contar tudo para Sila. Ele foi imprudente. É isso que o senhorzinho deixa claro.
— Sinto muito. — Digo, alisando a mão de Okan. No fundo, estou feliz por saber que Okan lutou por mim. Mesmo que tardiamente, ele lutou. E mais, colocou em risco a imagem de sua família. Assumiu o que fez, sem medir as consequências.
O silêncio que se segue é pesado e constrangedor. Okan, então, o quebra:
— Pai, Emily e eu temos um comunicado a fazer.
Meu coração dá um salto com as palavras dele. Depois de me olhar, ele encara o senhorzinho, que nos observa atentamente.
— Mas, antes de contar essa novidade, quero dizer que não foi este o motivo da minha união com Emily. Se lutei para romper meu compromisso anterior e assumi-la perante a família, foi pelos fortes sentimentos que alimento por ela.
O senhorzinho se ajeita melhor no sofá, seus olhos negros vão de Okan para mim e depois voltam para ele, até que se fixam no meu ventre.
— Sim, baba. Emily está grávida. Ela espera o nosso filho.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido
Fiz a compra e não desbloqueia para ler , falta de respeito com o leitor!!!...