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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 166

~CHRISTIAN~

Dr. Portella entrou na sala de espera com aquela expressão que já havia aprendido a temer - séria, mas não completamente devastadora. Todos nós nos levantamos imediatamente, corações batendo descompassados, esperando por palavras que poderiam destruir ou reconstruir nossas vidas.

— Família Bellucci — disse, sua voz profissional, mas gentil.

— Como ela está? — perguntei antes que ele pudesse continuar, minha voz saindo mais desesperada do que pretendia. — E nosso filho?

Dr. Portella respirou fundo, organizando suas palavras cuidadosamente.

— O quadro dela era grave quando chegou. A queda foi forte e ela bateu a cabeça ao tentar se proteger. Entrou em coma antes mesmo de chegar ao hospital. O bebê também corria risco.

O silêncio na sala foi absoluto. Podia ouvir meu próprio coração batendo nos ouvidos, vendo a devastação se instalando nos rostos de toda a família.

— Diante da instabilidade neurológica, tivemos que agir rápido — continuou. — Optamos por induzir o coma para conter qualquer risco de edema cerebral. Enquanto isso, realizamos uma cesariana de emergência para salvar a criança. E conseguimos. O bebê nasceu prematuro, mas está estável. Vai ficar na UTI neonatal pelas próximas semanas.

Senti minhas pernas ficarem fracas. Matteo havia nascido. Meu filho estava vivo.

Dr. Portella olhou para todos nós com aquela gravidade que médicos desenvolvem após anos lidando com situações limite.

— Quanto a Zoey... ainda não podemos afirmar com certeza. Ela está em coma induzido e vai permanecer assim até os exames indicarem segurança para o despertar. O quadro é estável por enquanto. Não houve hemorragia interna, o que nos dá margem de esperança. Mas... ela vai precisar de tempo.

— Quanto tempo? — Giuseppe perguntou, sua voz tremula.

— Não posso dar uma previsão exata. Podem ser dias, semanas... o cérebro tem seu próprio ritmo de recuperação.

O médico fez uma pausa, observando nossas expressões de desespero e esperança misturados.

— Agora, o que ela mais precisa... é que vocês estejam aqui quando ela voltar.

A palavra "quando", não "se", me deu um fio de esperança para me agarrar.

— Posso vê-la? — perguntei.

— Em algumas horas, quando ela estiver estabilizada na UTI. Mas agora — ele sorriu pela primeira vez —, o pai pode ver o bebê, se quiser.

Não consegui responder, apenas assenti com a cabeça, emoção demais para formar palavras.

— Vou levá-lo até a UTI neonatal — disse Dr. Portella gentilmente.

Caminhei pelos corredores do hospital como se estivesse flutuando, minha mente tentando processar tudo que havia acontecido. Zoey estava viva, mas em coma. Matteo havia nascido, mas estava lutando pela vida em uma UTI. Era muita emoção para processar de uma vez.

A UTI neonatal era um ambiente que misturava alta tecnologia com cuidado humano. Berços especiais, monitores piscando, enfermeiras se movendo silenciosamente entre os pequenos pacientes. E no meio de tudo aquilo, em uma incubadora transparente, estava meu filho.

— Este é o Matteo — disse a neonatologista, Dra. Santos, me conduzindo até a incubadora. — Nasceu com 1,2 kg, o que está dentro do esperado para a situação. Está reagindo bem ao suporte respiratório, melhor do que esperávamos.

Olhei para dentro da incubadora e meu coração parou.

Era o ser humano mais pequeno e perfeito que eu já havia visto. Pequeno, frágil, mas claramente vivo e lutando. Tinha tubos e fios conectados a seu corpinho minúsculo, monitores mostrando seus sinais vitais, mas estava ali. Meu filho estava ali.

Foi então que aconteceu. Matteo abriu os olhinhos. Eram pequenos, ainda um pouco inchados, mas se abriram e olharam diretamente para mim.

E naquele momento, meu mundo parou completamente.

Os olhos eram azuis, como os meus, mas havia algo no olhar que era pura Zoey. A doçura, mas também uma determinação que eu conhecia tão bem. A forma como ele me fitou, como se estivesse me estudando, me reconhecendo, era exatamente como Zoey fazia quando estava concentrada em algo importante.

— Meu Deus — sussurrei. — Você é ela inteira.

Matteo continuou me olhando por alguns segundos, como se estivesse gravando meu rosto em sua memória, antes de fechar os olhinhos novamente e voltar a dormir.

— Foi um momento especial — disse Dra. Santos, sorrindo. — Prematuros raramente abrem os olhos nos primeiros dias. Ele realmente quis conhecer o papai.

Fiquei ali mais alguns minutos, apenas observando meu filho dormir, tentando absorver a realidade de que ele existia, de que Zoey e eu havíamos criado aquela vida perfeita juntos.

Mas mesmo com toda a felicidade de conhecer Matteo, uma parte do meu coração permanecia vazia. Zoey deveria estar ali comigo, deveria ser ela segurando minha mão enquanto conhecíamos nosso filho juntos.

— Vou voltar amanhã — disse para Matteo antes de sair. — E vou trazer notícias da sua mãe. Ela vai acordar logo, e aí nós vamos ser uma família de verdade.

Quando voltei para a sala de espera e contei para todos sobre Matteo, vi lágrimas de alívio e alegria nos olhos de toda a família.

Mas mesmo cercado pelo amor da família, mesmo sabendo que meu filho estava bem, eu não conseguia afastar a imagem de Zoey inconsciente na UTI, lutando para voltar para nós.

Matteo havia herdado os olhos azuis do pai, mas toda a determinação da mãe. E era exatamente essa determinação que eu estava contando que trouxesse Zoey de volta para casa.

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