Sexta-feira, oito e meia da manhã, e eu estava atrasada. Claro que estava. Logo no dia do jantar com os franceses, meu despertador resolveu não tocar, meu chuveiro demorou uma eternidade para esquentar, e agora eu estava correndo pelos corredores da Bellucci como se minha vida dependesse disso.
Equilibrando minha bolsa, uma pasta com documentos sobre a linha Épure e um copo gigante de café que havia comprado na esquina, corri em direção aos elevadores. Um deles estava com as portas se fechando.
— Segura, por favor! — gritei, acelerando o passo.
Uma mão apareceu entre as portas, impedindo que se fechassem completamente. Agradeci mentalmente ao bom samaritano que havia me salvado de mais cinco minutos de espera.
— Obrigada, você é um an... — comecei a falar, entrando no elevador sem olhar direito.
Nathaniel Carter estava encostado na parede do fundo, impecável em um terno azul-marinho, me observando com aquele sorriso que eu já estava começando a conhecer muito bem.
Merda.
— Bom dia, Annelise — ele disse, apertando o botão para fechar as portas novamente. — Não vai entrar?
Eu estava parada na entrada do elevador como uma idiota, ainda processando a situação. Sair agora seria óbvio demais, constrangedor demais. Não tinha escolha.
— Claro — murmurei, entrando completamente e me posicionando do lado oposto a ele.
As portas se fecharam, nos deixando sozinhos no espaço pequeno e silencioso. A tensão era quase palpável.
— Décimo andar? — ele perguntou, o dedo já próximo do botão.
— Sim, obrigada.
O elevador começou a subir suavemente. Tentei me concentrar nos números mudando no display, em qualquer coisa que não fosse o fato de que estava presa em um espaço de dois metros quadrados com o homem que havia me feito gemer de prazer em um banheiro de avião.
— Pronta para hoje à noite? — Nathaniel perguntou casualmente.
— Sim, revisei todo o material sobre a Épure. Acho que posso contribuir com...
CLANG!
O elevador deu um solavanco violento, me jogando para frente. Meu café voou direto no peito de Nathaniel, encharcando sua camisa branca e gravata.
— Oh meu Deus! — gritei, horrorizada. — Desculpa, desculpa!
— Merda! — ele sibilou, se afastando da parede. — Está quente pra caralho!
O elevador havia parado completamente entre os andares. As luzes piscaram uma vez e depois se estabilizaram, mas não nos movemos nem um centímetro.
— Nathaniel, eu sinto muito, deixa eu... — comecei a falar, procurando desesperadamente algum papel na minha bolsa.
— Não, tudo bem, eu só preciso... — ele começou a soltar a gravata rapidamente, depois foi direto para os botões da camisa.
E então ele começou a tirar a camisa.
Eu deveria ter olhado para outro lado. Deveria ter focado na situação do elevador, ou nos documentos que haviam se espalhado pelo chão, ou literalmente em qualquer outra coisa.
Mas não consegui.
Porque Nathaniel Carter sem camisa era... Puta que pariu!
Peitorais definidos, músculos do abdômen que formavam linhas perfeitas, braços que mostravam exatamente por que aqueles ternos caíam tão bem nele. Havia uma pequena cicatriz próxima ao ombro esquerdo e uma trilha de pelos que descia do peito e desaparecia na linha da calça.
— Mas não morreu.
— Nós não podemos... — comecei, mas nem eu acreditava no que estava dizendo.
— Não podemos o quê? — ele murmurou, levantando uma mão para tocar meu rosto.
Nesse momento, me lembrei dos documentos espalhados pelo chão. Tinha que recolhê-los, tinha que... Tinha que fazer qualquer coisa pra não sucumbir àquela tentação diante de mim.
Me ajoelhei rapidamente para pegar os papéis, tentando recuperar algum controle da situação. Mas no momento em que me ajoelhei entre as pernas de Nathaniel, o elevador deu outro tranco violento.
Fui jogada para frente, minhas mãos indo automaticamente para as coxas dele para me apoiar, meu rosto ficando perigosamente próximo da região que definitivamente não deveria estar observando.
DING!
As portas do elevador se abriram exatamente nesse momento.
E lá estava eu, ajoelhada entre as pernas de Nathaniel Carter, sem camisa, minhas mãos em suas coxas, meu rosto na altura da cintura dele.
— Ai, meu Deus... — murmurei, congelando completamente.
Do outro lado da porta, uma mulher jovem e incrivelmente bonita nos observava com os olhos arregalados. Loira, elegante, usando um vestido que provavelmente custava mais que meu salário mensal.
Por alguns segundos, ninguém se moveu. Era como se o tempo tivesse parado.
Então, a mulher cruzou os braços e perguntou, com um sotaque britânico que pingava desdém:
— Quem essa aí pensa que é?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Cadê o restante do livro? Parou no capítulo 449....
Estava lendo sem pedir para comprar com moedas, e desde o capítulo 430 já não consigo mais. Fiquei bem chateada!...
A melhor foi a história da Zoey e Christian mesmo. Foi a mais emocionante....
Site tá uma porcaria cheio de propagandas que não tinha antes, atrapalhando a leitura....
21984019417...
Alguém mais está dando erro nos capitulos 426, 427 e 428?...
Cadê o capítulo 85 🥲...
Queria o final. Como faço?...
O meu travou no 406, mais as moedas estão sumindo...
O meu travou no 325...