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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 204

O silêncio se arrastou por alguns segundos eternos. Eu ainda estava ajoelhada no chão do elevador, minhas mãos apoiadas nas coxas de Nathaniel, completamente congelada. Ele estava sem camisa, com a respiração ainda irregular, e a mulher loira nos observava com uma expressão que oscilava entre choque e raiva.

— Eu... posso explicar — comecei, tentando me levantar rapidamente, mas minhas pernas pareciam ter esquecido como funcionar.

Nathaniel estendeu a mão para me ajudar, vestindo novamente a camisa molhada com movimentos eficientes.

— Não precisa explicar nada — ele disse, sua voz voltando àquele tom controlado que eu já conhecia bem. Mas havia uma tensão em seus ombros que não estava ali antes.

A mulher deu um passo para dentro do elevador, um sorriso divertido se formando em seus lábios perfeitamente pintados de vermelho.

— Bem, bem — ela disse, olhando de mim para Nathaniel. — Vejo que você arranjou um novo brinquedinho, Nate.

Brinquedinho. A palavra me atingiu como um tapa na cara.

— Alessandra — Nathaniel disse, sua voz carregada de um aviso sutil. — Esta é Annelise Aguilar, nossa nova especialista em desenvolvimento de mercado. Anne, esta é Alessandra Bellucci, consultora de relações internacionais.

— Bellucci? — repeti, minha voz saindo mais aguda que o normal.

Alessandra riu, um som musical mas com uma aresta cortante.

— O sobrenome precede, não é? — ela disse, como se estivesse explicando algo óbvio para uma criança.

Eu me endireitei completamente, encontrando minha voz novamente.

— Na verdade, minha irmã é casada com Christian Bellucci.

O sorriso de Alessandra vacilou ligeiramente. Seus olhos se estreitaram, me estudando com nova atenção.

— Desculpe? — ela disse, claramente não esperando essa resposta.

— Zoey Aguilar Bellucci — esclareci, tentando manter minha voz firme. — Christian é meu cunhado.

Por um momento, Alessandra pareceu genuinamente surpresa. Ela olhou de mim para Nathaniel, como se tentasse processar essa informação.

— Interessante — ela murmurou finalmente. — Não que eu me interesse muito pela vida do meu primo. Soube do casamento, mas... Antônio nunca mencionou que Christian havia se casado com... alguém do Brasil.

A forma como ela disse "alguém do Brasil" deixou claro que não era exatamente um elogio.

— As pessoas se apaixonam das formas mais inesperadas — respondi, minha voz ganhando uma firmeza que eu não sabia que possuía.

O elevador finalmente chegou ao décimo andar com um ding suave. As portas se abriram, revelando o corredor familiar.

— Bom — Nathaniel disse, ajeitando a gravata —, acho que todos temos trabalho a fazer.

Saí do elevador primeiro, minhas pernas ainda um pouco trêmulas. Nathaniel me seguiu, e Alessandra veio logo atrás, seus saltos clicando no chão de mármore com uma confiança que eu invejava.

— Annelise — Nathaniel me chamou quando comecei a me afastar em direção à minha mesa. — Não esqueça de revisar os documentos para hoje à noite. Margaret tem os detalhes finais.

— Claro — consegui responder, evitando olhar diretamente para ele. — Estarei pronta.

Alessandra arqueou uma sobrancelha perfeitamente delineada.

— Hoje à noite? — ela perguntou, seu tom casual demais para ser genuíno.

— Jantar de negócios — Nathaniel explicou brevemente. — Com os investidores franceses.

— Relaxa, querida — ela interrompeu, rindo. — Não estou julgando. Nate tem esse efeito nas mulheres. Sempre teve.

A forma como ela disse "sempre teve" fez algo se apertar no meu peito.

— Olha — Alessandra continuou, sua voz assumindo um tom condescendente — sei que você provavelmente está se sentindo especial. Ele é charmoso, poderoso, incrivelmente atraente. Mas deixa eu te dar um conselho de mulher para mulher: um raio não cai duas vezes no mesmo lugar quando se trata de garotas como você conquistando caras como Nate. Provavelmente sua irmã teve... sorte.

Garotas como eu. A frase ecoou na minha mente, carregada de todas as implicações que ela quis transmitir.

— Eu não sei do que você está falando — consegui dizer, embora minha voz soasse menos convincente do que eu gostaria.

— Claro que sabe. — Alessandra sorriu, tocando meu braço de forma quase amigável. — E não há nada de errado nisso. Apenas... mantenha as expectativas realistas, ok?

E com isso, ela se afastou, deixando-me parada no meio do corredor, sentindo como se tivesse acabado de ser atropelada por um trem muito elegante e bem vestido.

Caminhei até minha mesa como se estivesse em transe, me jogando na cadeira e tentando processar o que havia acabado de acontecer.

Bianca não estava, então eu tinha alguns minutos para tentar organizar meus pensamentos antes de enfrentar o inevitável interrogatório.

Garotas como eu. Conquistando caras como Nate.

As palavras de Alessandra ecoavam na minha cabeça, misturadas com as memórias do que havia acontecido no elevador. Nathaniel admitindo que estava me provocando, o calor em seus olhos, a forma como meu corpo havia reagido a ele...

E agora? Agora eu também tinha que lidar com a presença de Alessandra Bellucci no escritório.

Esse dia prometia ser muito, muito longo.

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