~Nathaniel~
Segunda-feira chegou com aquela energia típica do retorno ao trabalho, mas multiplicada pela presença de Christian no escritório. Ele havia chegado às oito em ponto, vestindo um terno cinza impecável que gritava "CEO em visita", e desde então não havia parado. Passou a manhã toda revisando relatórios trimestrais linha por linha, conversando com os diretores regionais sobre performance e metas, e verificando pessoalmente cada aspecto da operação da Bellucci em Londres.
Era seu estilo - presente, envolvido, nunca satisfeito apenas com números numa planilha ou relatórios superficiais. Quando Christian visitava uma filial, ele queria entender não só o que estava funcionando, mas por que estava funcionando.
Embora eu estivesse acostumado com a rotina de Christian quando ele vinha a Londres, desta vez sentia um peso extra. Não era apenas o CEO da empresa verificando resultados financeiros e operacionais. Era meu melhor amigo desde a universidade, alguém que me conhecia bem demais para ser enganado por longos períodos, especialmente quando eu estava tentando esconder alguma coisa.
E especialmente depois do comentário de Marco no brunch, e da forma como eu havia reagido de maneira tão desproporcional.
Durante toda a manhã, pude sentir seus olhos me observando ocasionalmente, como se estivesse estudando meu comportamento, procurando sinais de algo que não conseguia identificar completamente. Era uma sensação familiar - a mesma que eu tinha na universidade quando Christian suspeitava que eu estava escondendo algo dele.
Por volta das duas da tarde, depois de uma reunião particularmente longa com o departamento financeiro, Christian apareceu na porta do meu escritório. Fechou-a atrás de si deliberadamente e se recostou na mesa, cruzando os braços.
— Você foi rápido em cortar o comentário do Marco ontem — disse sem preâmbulos, indo direto ao ponto como sempre fazia quando queria respostas honestas.
Não levantei os olhos do laptop, fingindo estar concentrado nos e-mails que havia aberto, embora as palavras na tela não fizessem sentido algum para minha mente distraída.
— Alguém precisava. Ele foi desrespeitoso.
— Foi mesmo — Christian concordou. — Mas sua reação foi... intensa. Quase como se fosse pessoal.
Hesitei por uma fração de segundo - tempo suficiente para Christian notar.
— Marco foi insensível — respondi, finalmente fechando o laptop e olhando para ele. — Qualquer pessoa decente teria reagido da mesma forma.
— Qualquer pessoa — Christian repetiu lentamente. — Ou alguém que se importa mais do que deveria?
— Annelise e eu nos tornamos amigos.
— Amigos — Christian repetiu lentamente, como se estivesse testando a palavra, analisando seu peso e significado no contexto.
— Sim, amigos. Trabalhamos juntos há meses. É natural desenvolver uma relação de respeito mútuo quando você passa tanto tempo colaborando com alguém.
Christian me observou por alguns segundos em silêncio absoluto, e eu podia quase ouvir as engrenagens da mente dele funcionando, processando não só minhas palavras, mas meu tom de voz, minha linguagem corporal, tudo.
Antes que eu conseguisse mudar de assunto ou elaborar melhor minha justificativa pouco convincente, a porta do escritório se abriu sem cerimônia. Alessandra entrou como um furacão perfumado, exalando seu perfume habitual e com um sorriso teatral que literalmente ocupou metade da sala.
— Christian! — ela exclamou dramaticamente, como se não o tivesse visto há semanas ao invés de algumas horas. — Que bom te encontrar aqui, primo. Estava procurando vocês dois.
— Oi, Alessandra — Christian respondeu educadamente, mas permaneceu onde estava, claramente percebendo que havia interrompido uma conversa importante.
— Espero que tenham alguns minutos livres — ela disse, se aproximando da minha mesa com aquele andar estudado que sempre usava quando queria chamar atenção para sua figura. — Porque eu vim falar de algo muito mais interessante que relatórios e planilhas.
— Claro que sei — disse, tentando recuperar a compostura. — Mas todos esperam ver o COO acompanhado em eventos como este. E quem melhor que uma verdadeira Bellucci para estar ao seu lado?
Foi quando meu olhar se desviou involuntariamente para a parede de vidro que dava para o corredor principal. Anne estava passando, carregando uma pasta grossa e caminhando com aquela determinação focada que assumia quando estava trabalhando, parecia completamente absorta em seus próprios pensamentos, sem perceber que estava sendo observada.
Quem melhor? Eu sabia exatamente quem seria melhor.
— Nate? — a voz ligeiramente irritada de Alessandra me trouxe bruscamente de volta à realidade.
— Desculpa, o que você disse?
— Perguntei que cor de gravata você vai usar na sexta.
— Ah. Azul marinho, provavelmente — respondi sem nem pensar.
— Perfeito. Vai contrastar lindamente com meu vermelho. Seremos uma visão inesquecível.
Christian me observava com aquela expressão conhecedora que eu temia, e eu sabia exatamente o que ele estava pensando. Havia me pegado completamente distraído, observando Anne ao invés de prestar atenção na mulher que estava planejando meticulosamente nossa "aparição coordenada" para sexta-feira.
Se Christian já suspeitava de alguma coisa depois do incidente com Marco no domingo, agora provavelmente tinha todas as confirmações de que precisava.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...