— Vamos almoçar juntas hoje? — Bianca disse na quinta-feira, aparecendo na minha mesa com aquela determinação que eu já conhecia bem. — Preciso desestressar e conversar sobre a festa antes da correria do escritório tomar conta de tudo.
— Claro — concordei, salvando o documento em que estava trabalhando. — Aonde você quer ir?
— Aquele restaurante francês discreto da esquina. La Petite Maison. Ambiente perfeito para uma conversa entre amigas.
Achei que seria apenas um almoço rápido e relaxante, uma pausa nos preparativos frenéticos para a festa da Bellucci que se aproximava. Minha mente ainda estava confusa com os sentimentos sobre Nate e as lembranças do Wanderer, então uma distração seria bem-vinda.
O restaurante era pequeno e acolhedor, com aquela decoração parisiense discreta que fazia qualquer pessoa se sentir sofisticada. Nos sentamos numa mesa próxima à janela, onde podíamos observar o movimento da rua enquanto conversávamos.
— Então — Bianca disse depois que pedimos nossos pratos —, como você está se sentindo sobre amanhã? Animada para o encontro com seu par misterioso?
— Honestamente? Meio nervosa — admiti. — Você tem certeza de que é uma boa ideia? Depois dos últimos desastres...
— Confia em mim — Bianca sorriu de forma conspiratória. — Este vai ser diferente. Muito diferente.
Estávamos no meio da conversa sobre vestidos e expectativas quando a sineta da porta tocou e alguém entrou no restaurante. Bianca olhou na direção da entrada e seu rosto se iluminou com uma expressão de surpresa teatral.
— Oh, Henri! — ela exclamou, acenando. — Que coincidência incrível!
Virei-me para ver Henri Delacroix caminhando na nossa direção, vestindo um terno impecável e com aquele sorriso charmoso que eu lembrava das reuniões na Bellucci. Ele parecia genuinamente surpreso ao nos ver, mas havia algo na expressão de Bianca que me fez suspeitar que essa "coincidência" havia sido cuidadosamente planejada.
— Mademoiselles — Henri disse, se aproximando da nossa mesa. — Que prazer encontrá-las aqui.
Seus olhos se fixaram em mim, e ele sorriu com aquela cortesia francesa natural.
— É um prazer vê-la novamente, Annelise. Aquela reunião sobre o mercado brasileiro foi inesquecível pela clareza com que você apresentou os dados. Muito impressionante.
— Obrigada — respondi, sentindo meu rosto esquentar ligeiramente com o elogio.
— Henri, você não pode almoçar sozinho! — Bianca disse rapidamente. — Por que não se junta a nós? Estávamos só conversando sobre a festa de amanhã.
— Não quero incomodar...
— Não incomoda nada — Bianca insistiu, praticamente empurrando uma cadeira para ele. — Quanto mais gente interessante, melhor.
Henri se sentou conosco, e a conversa fluiu naturalmente. Ele era inteligente, educado, fazia perguntas interessantes sobre meu trabalho e parecia genuinamente curioso sobre minha experiência morando em Londres. Havia algo refrescante na forma como ele conversava - sem segundas intenções óbvias, sem comentários invasivos ou perguntas pessoais demais.
— E como está sendo a adaptação a Londres? — ele perguntou. — Deve ser muito diferente do Brasil.
— É uma mudança grande — respondi. — Mas tem sido uma experiência incrível. A Bellucci me deu oportunidades que eu nunca teria em outro lugar.
— O mundo dos vinhos é fascinante — Henri concordou.
Estávamos conversando sobre as diferenças culturais entre Brasil e França quando o telefone de Bianca tocou. Ou pelo menos, foi o que ela fez parecer.
— Ah, desculpem — ela disse, olhando para a tela. — É do escritório. Preciso atender.
Ela se afastou para atender a ligação, mas estava perto o suficiente para eu ouvir que ela basicamente só ficou falando "aham, aham, entendi" sem muita substância. Quando voltou à mesa, assumiu uma expressão dramaticamente preocupada.
— Desculpem, mas preciso voltar urgentemente — disse, pegando a bolsa com pressa teatral. — Problema sério com uns documentos que chegaram hoje de manhã. Vocês continuem almoçando, por favor.
— Bianca, posso ir com você... — comecei, mas ela me interrompeu.
— Não, não! Relaxa e aproveita o almoço. Henri pode te fazer companhia — disse, lançando um olhar quase conspiratório na minha direção. — Nos vemos no escritório mais tarde.
— Temos alguma reunião com a Château Delacroix que eu não estou lembrando?
A voz de Nate nos interrompeu. Ele estava se aproximando da entrada do prédio, provavelmente também voltando do almoço, e olhava para nós dois com uma expressão que tentava parecer profissional mas carregava uma tensão palpável.
— Não, Monsieur Carter — Henri respondeu com naturalidade, mantendo aquele sorriso cortês. — Só quis garantir que a senhorita Annelise chegasse bem ao escritório. Uma mulher tão dedicada merece ao menos uma pausa agradável no meio do dia.
Nate apenas acenou, mas pude ver sua expressão endurecer ligeiramente. Havia algo nos olhos dele que eu não conseguia decifrar - uma mistura de surpresa, desconforto e algo que parecia suspeitosamente com ciúme.
— Até mais tarde, então — Henri disse, pegando minha mão delicadamente e depositando um beijo cortês nos meus dedos. — Foi um prazer revê-la, Annelise.
— Obrigada pelo almoço — respondi, tentando ignorar o fato de que podia sentir os olhos de Nate me observando.
Enquanto Henri se afastava, fiquei parada ali por alguns segundos, ciente da tensão no ar. Nate continuava me olhando com aquela expressão indecifrável.
— Reunião de trabalho? — ele perguntou, mas o tom não era exatamente casual.
— Almoço — respondi simplesmente. — Bianca estava lá também, mas teve uma emergência de trabalho — por algum motivo, senti que precisava explicar.
— É claro que teve.
Havia algo no jeito como ele disse isso que me deixou curiosa. Definitivamente ele não deveria se importar com quem eu almoçava. Mas se importava. E eu.. Bem, havia uma estranha satisfação em perceber que ele parecia incomodado.
— Bom — disse finalmente —, preciso voltar ao trabalho.
— Claro.
Entrei no prédio sentindo o coração acelerar, mas não sabia ao certo se era por causa da cortesia charmosa de Henri ou pelo olhar intenso de Nate.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...