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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 238

Sexta-feira à tarde chegou com uma energia diferente. Meu apartamento, que normalmente era um refúgio silencioso depois do trabalho, estava tomado por música animada e risos femininos.

Zoey, Bianca e eu havíamos decidido nos arrumar juntas, transformando a preparação para a festa num evento próprio. A mesa de centro estava coberta de produtos de maquiagem, havia taças de vinho pela sala, e três vestidos diferentes estavam espalhados sobre o sofá enquanto eu tentava decidir qual usar.

— O preto é clássico — Zoey disse, examinando o vestido preto elegante que eu havia comprado mês passado. — Nunca erra.

— Mas o vinho é mais ousado — Bianca argumentou, segurando o vestido bordeaux com decote nas costas. — E a cor fica linda com seu tom de pele.

— Decisões, decisões — murmurei, olhando para os dois. — Por que escolher roupa tem que ser tão complicado?

— Porque você quer impressionar o francês charmoso — Bianca disse com um sorriso malicioso. — E não nega, porque eu vi como você ficou toda derretida ontem quando ele beijou sua mão.

— Eu não fiquei derretida — protestei, mas senti meu rosto esquentar. — Ele foi educado. Franceses são assim.

— Claro que são — Zoey riu. — Todos os franceses beijam a mão de brasileiras aleatórias nas portas de prédios.

— Tá bom, tá bom — rendi-me. — Talvez eu tenha ficado um pouquinho impressionada.

— Aha! — Bianca exclamou triunfante. — Eu sabia! Henri é perfeito para você. Elegante, inteligente, bem-sucedido, e claramente interessado.

Enquanto Bianca falava sobre as qualidades de Henri, Zoey me lançou um olhar que eu conhecia bem. Era o olhar de irmã mais velha que percebia quando algo não estava sendo dito.

— Bianca — Zoey disse casualmente —, você pode me dar uns minutinhos? Quero mostrar uma coisa para Anne no quarto.

— Claro — Bianca concordou, já se dirigindo para o espelho da sala para retocar o batom.

Zoey me puxou para o quarto e fechou a porta parcialmente.

— Tá — ela disse, cruzando os braços —, agora me conta o que realmente está acontecendo.

— Como assim?

— Anne, eu te conheço desde que você nasceu. Você pode estar empolgada com Henri, mas há alguma coisa que você não está falando.

Suspirei e me sentei na cama.

— Henri parece genuíno — admiti. — Ele é educado, interessante, me trata com respeito. É tudo que eu deveria querer.

Era frustrante como minha mente funcionava. Henri tinha todas as qualidades que eu sempre disse procurar num homem - era educado sem ser condescendente, inteligente sem ser arrogante, interessado sem ser invasivo. Não havia drama, não havia complicações profissionais, não havia histórico confuso entre nós. Era exatamente o tipo de relacionamento saudável e direto que qualquer pessoa sensata escolheria. Então por que eu me sentia como se estivesse forçando algo que deveria fluir naturalmente? Por que, quando Henri sorria para mim, eu me pegava comparando com outro sorriso que conhecia de cor?

— Mas?

— Mas eu não sei se estou realmente interessada nele ou se só estou tentando me distrair de sentimentos mais... complicados.

Zoey se sentou ao meu lado.

— Sentimentos por quem?

Fiquei em silêncio, brincando com a barra do vestido.

— Anne — Zoey disse suavemente —, você ainda sente algo por Nate?

A pergunta pairou no ar entre nós. Eu queria negar, queria dizer que havia superado completamente aquela situação complicada. Mas as palavras não saíram.

— É complicado — disse finalmente.

— A vida amorosa sempre é — Zoey respondeu. — Mas você não pode ficar fugindo dos seus sentimentos para sempre.

— Não estou fugindo. Estou sendo prática.

— Então você vai usar Henri como distração?

— Não é isso — protestei, embora talvez fosse exatamente isso. — Henri é uma possibilidade real. Nate é... impossível.

Zoey explodiu em gargalhadas.

— Meu Deus! Estamos integrando as famílias Bellucci e Aguilar por todos os lados, pelo visto!

— Não é assim! — Bianca protestou, mas seu sorriso cúmplice a entregava completamente. — Matheus sugeriu que fôssemos juntos quando soube que eu não tinha par para a festa. É prático!

— Claro que é — concordei sarcasticamente, liberando a entrada. — Totalmente prático.

Quando Matheus subiu, estava impecável em um smoking. Cumprimentou a mim e Zoey com beijos no rosto, e depois se virou para Bianca com um sorriso que definitivamente não era apenas "amigável".

— Você está linda — disse para ela, e o jeito como Bianca corou me fez perceber que talvez houvesse mais nessa história do que ela admitia.

— Vocês dois são ridículos — comentei, balançando a cabeça divertida.

Passamos os próximos vinte minutos finalizando maquiagem, cabelo e últimos ajustes nos vestidos. Havia algo reconfortante em estar rodeada de família e amigos próximos, mesmo com todas as complicações emocionais que a noite prometia trazer.

— Pronta? — Zoey perguntou, ajeitando uma última mecha do meu cabelo.

— Pronta — respondi, embora não tivesse certeza se era verdade.

Descemos todos juntos. Christian já estava esperando no carro, enquanto Matheus e Bianca subiram no carro dele.

Durante o trajeto, olhei pela janela vendo Londres passar, as luzes da cidade começando a se acender no início da noite. Em alguns minutos, estaríamos na festa, e eu estaria com Henri, tentando aproveitar a companhia de um homem genuinamente interessante.

Quando o carro parou em frente à mansão de Alessandra, pude ver as luzes elegantes e os flashes já visíveis através dos portões. A festa havia começado, e não havia mais como voltar atrás.

— Vamos lá — Zoey disse, apertando minha mão encorajadoramente.

— Vamos — concordei, respirando fundo.

A noite estava apenas começando.

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