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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 240

~Nathaniel~

Quando vi Anne subindo em direção ao terraço com Henri, senti uma pontada de ciúme que tentei racionalizar como preocupação profissional. Afinal, Henri era um cliente importante, e Anne era uma funcionária valiosa. Era natural que eu quisesse garantir que tudo estivesse correndo bem.

Pelo menos era isso que eu tentava me convencer.

— Os vinhos da Épure estão sendo muito bem recebidos — Alessandra comentou ao meu lado, seguindo meu olhar. — Christian tem bom gosto para essas coisas.

— Hmm — murmurei, apenas meio atento ao que ela estava dizendo.

— Acho que vou dar uma olhada no terraço — disse, tentando soar casual. — Ver como está a organização dos drinks lá fora.

— Ótima ideia — Alessandra concordou imediatamente. — Vou com você. Quero garantir que tudo esteja perfeito.

Claramente, eu não teria como ir sozinho.

O terraço estava elegantemente decorado com luzes pequenas entrelaçadas na vegetação, criando uma atmosfera íntima e acolhedora. Henri e Anne conversavam próximos ao parapeito, ela segurando uma taça de vinho tinto e rindo de algo que ele havia dito. A risada dela era genuína, natural, e por um momento me questionei se eu estava sendo ridículo ao me incomodar.

— Henri! — Alessandra chamou, se aproximando com aquele sorriso social perfeito. — Como estão aproveitando a festa?

— Magnificamente — Henri respondeu, se virando para cumprimentar a ambos. — Alessandra, você superou todas as expectativas. E o terraço está espetacular.

— Obrigada — ela respondeu, claramente satisfeita com o elogio. — E Anne, você está radiante esta noite. Que vestido lindo.

— Obrigada — Anne disse, mas notei como ela evitou meu olhar quando cumprimentou a ambos.

Poucos minutos depois, Zoey e Christian também chegaram ao terraço, seguidos de perto por Matheus e Bianca. O que havia começado como uma conversa íntima entre Henri e Anne rapidamente se transformou num pequeno encontro social.

— Ah, que bom encontrar vocês aqui — Zoey disse, se aproximando com Christian. — Lá dentro estava ficando um pouco abafado.

— O terraço está perfeito para conversas — Christian concordou, aceitando uma taça de vinho de um garçom que passava.

A conversa fluiu naturalmente. Falamos sobre viagens, sobre as diferenças entre os mercados europeu e brasileiro, sobre vinhos e sobre a própria festa. Anne parecia à vontade, participando da conversa com seu humor natural, embora eu percebesse que ela cuidadosamente evitava olhar muito na minha direção.

— Vocês não vão acreditar no que aconteceu comigo na Coreia — Matheus disse, assumindo aquele tom de quem estava prestes a contar uma história divertida. — Fui confundido com um astro de K-pop.

— Não é possível — Bianca riu. — Você não tem nem um pouco de cara de coreano.

— Pois é! Mas aparentemente ter cabelo escuro e estar bem vestido num aeroporto de Seul é o suficiente — Matheus continuou, gesticulando dramaticamente. — De repente tinha um grupo de fãs correndo atrás de mim, gritando em coreano, tentando tirar fotos...

A frase caiu como uma bomba no meio da conversa.

O silêncio que se seguiu foi constrangedor e absoluto. Zoey e Christian trocaram olhares imediatos, claramente chocados. Henri parecia confuso, sem entender completamente a insinuação, mas percebendo que algo muito sério havia acabado de acontecer. Matheus parou a meio caminho de levar a taça aos lábios, a risada morrendo rapidamente.

Anne congelou. Vi toda a cor sumir do rosto dela, a vergonha e a raiva se misturando numa expressão que me partiu o coração. Ela tentou dizer alguma coisa, abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu.

— Com licença — ela murmurou finalmente, sua voz mal audível.

E então saiu correndo do terraço, quase tropeçando nos próprios pés na pressa de escapar daquela situação.

— Anne! — Zoey chamou, mas Anne já havia desaparecido.

Zoey olhou para mim com uma expressão que misturava preocupação e uma pergunta não formulada, depois saiu atrás da irmã sem hesitar.

O terraço ficou em silêncio mortal. Christian me olhava com uma expressão que eu não conseguia decifrar. Henri parecia completamente perdido. Bianca e Matheus trocavam olhares desconfortáveis.

E eu fiquei ali, imóvel, lutando contra o impulso de seguir Anne e confrontando a raiva que sentia por Alessandra ter exposto algo tão íntimo e inapropriado na frente de todos. Ela não havia usado palavras claras ou explícitas, mas todos compreenderam muito bem o que estava sendo insinuado - é claro que compreenderam.

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