Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 243

Zoey e eu voltamos para a festa com passos determinados, nossos braços entrelaçados num gesto de solidariedade mútua que me dava força a cada passo.

— Você está bem mesmo? — Zoey sussurrou, seus dedos apertando ligeiramente meu braço numa demonstração silenciosa de apoio.

— Estou — respondi, sorrindo.

Foi quando Henri apareceu, emergindo de um pequeno grupo próximo à escadaria principal e caminhando na nossa direção com aquela sua elegância natural. Sua expressão estava levemente preocupada, como se tivesse ficado genuinamente inquieto com o que havia presenciado no terraço. Havia algo em seu rosto que transmitia cuidado real, não apenas curiosidade social.

— Annelise — disse quando se aproximou, sua voz mantendo aquele tom educado e respeitoso que eu já havia aprendido a esperar dele. — Posso falar com você em particular por um momento?

Zoey imediatamente captou a deixa.

— Vou procurar Christian — disse, apertando meu braço numa demonstração silenciosa de apoio. — Nos vemos daqui a pouco, ok?

— Claro — murmurei, observando-a se afastar.

Henri esperou pacientemente até que estivéssemos relativamente sozinhos no canto mais discreto do hall, próximo a uma alcova decorada com flores brancas e iluminação suave. O barulho da festa continuava ao nosso redor, mas ali tínhamos um pouco mais de privacidade.

— Anne — começou, e pude ver que ele estava escolhendo as palavras muito cuidadosamente —, eu não entendi completamente o que aconteceu no terraço há pouco. As dinâmicas sociais inglesas ainda são um mistério para mim às vezes.

Ele fez uma pausa, me estudando com aqueles olhos que pareciam estar tentando entender mais do que estava sendo dito.

— Mas pelo contexto, pelas reações de todos os presentes, e especialmente pela forma como você saiu correndo... o comentário de Alessandra era sobre você e o senhor Carter, não era?

Senti meu rosto esquentar imediatamente, uma onda de constrangimento subindo do peito até a raiz dos cabelos. A última coisa que eu queria era ter que explicar minha vida complicada para Henri, especialmente depois de uma noite que já havia sido suficientemente humilhante.

— Henri, eu... — comecei, mas minha voz saiu mais fraca do que pretendia. — Não foi nada importante — tentei desviar, forçando um sorriso que provavelmente parecia tão artificial quanto eu sentia. — Apenas fofoca. Você sabe como são essas reuniões corporativas, sempre há alguém tentando criar drama onde não existe.

Henri me estudou por alguns segundos que pareceram muito mais longos do que realmente eram. Pude ver em seus olhos que ele não estava comprando nem um pouco minha tentativa de minimizar a situação.

— Annelise — disse, sua voz assumindo um tom mais firme mas ainda respeitoso —, não estou aqui para julgar seu passado. Não estou aqui para fazer perguntas invasivas ou exigir explicações que você claramente não quer dar.

Ele deu um passo ligeiramente mais para perto, baixando a voz para que nossa conversa ficasse ainda mais privada.

— Só queria deixar absolutamente claro que seja lá o que aconteceu entre você e o Carter, isso não muda em nada minha impressão sobre você, por quem você é como pessoa.

A sinceridade na voz dele me pegou completamente desprevenida. Era exatamente o tipo de reação madura e respeitosa que eu esperaria de Henri, mas ainda assim me surpreendia por ser tão rara na minha experiência com homens. A maioria teria feito perguntas invasivas, teria julgado, teria usado a informação de alguma forma contra mim.

— Obrigada por entender — respondi, sentindo um alívio genuíno inundando meu peito.

— E se algum dia você resolver suas confusões e quiser tomar um café, eu ficaria verdadeiramente honrado — acrescentou com um sorriso caloroso. — Você é uma pessoa fascinante, Annelise, independentemente de qualquer contexto romântico.

Henri se afastou com a mesma elegância com que havia se aproximado, desaparecendo de volta no meio dos convidados com aquela graça natural que fazia parte da sua personalidade.

Fiquei ali parada por alguns segundos, processando o que havia acabado de acontecer. Pela primeira vez em muito tempo, eu havia sido completamente honesta sobre meus sentimentos - ou a ausência deles. Havia escolhido não me esconder atrás de uma distração segura e confortável, mesmo que essa distração fosse perfeita no papel.

Me virei para ir pegar uma bebida no bar, precisando processar toda a montanha-russa emocional que essa noite havia se tornado. Foi quando o vi.

Nate estava do outro lado do hall, próximo a uma porta de vidro decorada que levava aos jardins laterais da mansão. Ele não estava conversando com ninguém, não estava segurando uma bebida, não estava fingindo estar ocupado com qualquer coisa social. Estava simplesmente... esperando.

Quando nossos olhos se encontraram através do espaço lotado, senti aquela familiar descarga elétrica que sempre acontecia quando nos olhávamos diretamente. Era como se todas as outras pessoas no salão desaparecessem por alguns segundos, deixando apenas nós dois numa bolha de tensão palpável.

Ele me encarou com aquela intensidade que eu conhecia tão bem e fez um movimento quase imperceptível com a cabeça - um convite silencioso, sutil, para que eu o seguisse.

Senti minha respiração ficar mais superficial enquanto tomava a decisão. Respirei fundo, enchendo meus pulmões com ar e determinação, lancei um último olhar ao salão movimentado cheio de pessoas que continuavam suas vidas alheias ao drama que se desenrolava bem na frente delas, e, com o coração batendo como um tambor no peito, caminhei decidida em direção a Nate.