Cada passo em direção à porta de vidro que levava aos jardins laterais aumentava a sensação de que algo importante estava prestes a acontecer. Meu coração batia num ritmo acelerado, bombeando adrenalina pelas minhas veias numa mistura eletrizante de nervosismo e determinação.
Quando me aproximei da porta ornamentada, senti o ar mais fresco vindo de fora, uma brisa suave que contrastava com a atmosfera aquecida do salão. Estendi a mão em direção à maçaneta dourada, respirando fundo para me preparar para o que quer que me esperasse do outro lado.
— Olha só...
A voz cortante de Alessandra surgiu atrás de mim como uma lâmina, interrompendo bruscamente meu movimento. Cada palavra carregava aquele tom venenoso que eu já havia aprendido a reconhecer.
— Pronta para desfilar por aí como se nada tivesse acontecido lá fora? Corajosa, eu admito. Mas eu me pergunto... até onde vai essa coragem quando a Bellucci inteira começar a falar de você?
Me virei devagar, encontrando Alessandra parada a poucos metros de distância. Sua postura era impecável como sempre, o vestido vermelho abraçando cada curva calculadamente, os lábios pintados na mesma cor curvados num sorriso que não chegava nem perto dos olhos. Havia algo predatório na forma como me observava, como um felino avaliando sua presa.
— Alessandra — disse simplesmente, mantendo minha voz neutra.
Ela se aproximou com aqueles passos medidos que faziam seus saltos clicarem no mármore num ritmo ameaçador.
— Você realmente acha que pode simplesmente ignorar o que aconteceu no terraço? — perguntou, cada palavra carregada de veneno mal disfarçado. — Acha que pode continuar brincando de funcionária modelo depois de eu ter deixado claro para todos exatamente que tipo de... relacionamento... você tem com o COO da empresa?
— Que tipo de relacionamento? — provoquei, surpreendendo-me com a firmeza da minha própria voz.
— Aquele em que você transa com alguém mais importante só pra ganhar status.
— Não seja ridícula! Nate não tem nada a ver com a minha competência profissional.
Alessandra riu, um som agudo e artificial que me fez pensar em vidro quebrando.
— Ah, querida, você é mesmo ingênua, não é? — disse, se aproximando ainda mais. — A verdade raramente importa. O que importa é a narrativa. E deixe-me explicar uma coisa: quanto mais você tentar se aproximar do Nate, mais eu vou garantir que a sua vida aqui vire um verdadeiro pesadelo.
Seus olhos brilharam com uma malícia que me fez um calafrio percorrer a espinha.
— Posso te reduzir a nada e te mandar de volta para o Brasil em pedaços, chorando e humilhada. E acredite, tenho todos os recursos necessários para isso.
Por um momento, senti o medo familiar tentando se instalar no meu peito. Ela era uma Bellucci, afinal. Uma do lado podre da família, pelo visto. Mas então me lembrei das palavras de Zoey: "Não deixa que Alessandra vença te derrubando".
Endireitei a postura, erguendo o queixo para encará-la de igual para igual.
— Você não tem poder para mandar na minha vida, Alessandra — disse com uma calma controlada que me surpreendeu.
O sorriso dela se alargou, como se soubesse algo que eu não sabia.
— Senhoras e senhores, pedimos a atenção de todos para o início do discurso oficial da noite — a voz do apresentador reverberou pelo espaço elegante.
Deixei Alessandra para trás e me juntei ao movimento dos convidados, caminhando em direção ao palco onde já podíamos ver algumas figuras se posicionando. O timing não poderia ter sido pior - ou melhor, dependendo da perspectiva. Parte de mim estava frustrada por ter perdido a oportunidade de encontrar Nate nos jardins, mas outra parte se sentia aliviada por ter uma pausa na intensidade emocional da noite.
No palco, pude ver Christian assumindo sua posição ao centro, ladeado pelos COOs internacionais da Bellucci. E então o vi - Nate emergindo das sombras laterais do palco, impecável no seu smoking escuro, assumindo seu lugar ao lado dos outros executivos.
Mesmo com toda a distância física entre nós e o salão lotado de pessoas, nossos olhares se encontraram como se houvesse um ímã invisível nos conectando. Foi um instante carregado de toda a tensão silenciosa que havia se acumulado durante a noite - as palavras não ditas, os momentos interrompidos, as decisões tomadas e as oportunidades perdidas.
Ele me olhou com uma expressão que eu não conseguia decifrar completamente. Havia questionamento ali, talvez até mesmo frustração por eu não ter aparecido nos jardins como ele esperava. Mas também havia algo mais - uma intensidade que me fez sentir como se fôssemos as únicas duas pessoas no salão lotado.
Suspirei profundamente e dei de ombros numa expressão universal de "o que você quer que eu faça?". O momento havia passado. A oportunidade havia sido perdida, pelo menos por agora.
Nate assentiu quase imperceptivelmente, como se entendesse que as circunstâncias haviam conspirado contra nós mais uma vez. Depois, dirigiu sua atenção para Christian, que começava a se aproximar do microfone.
Quando Christian começou a falar, sua voz preenchendo o salão com autoridade natural, eu me permiti relaxar. Mas enquanto fingia prestar atenção às palavras sobre crescimento internacional e parcerias estratégicas, meus pensamentos continuavam voltando para aquele olhar que Nate e eu havíamos trocado através do salão.
Alguns momentos são adiados, mas não cancelados.
E eu tinha a sensação de que o nosso ainda estava por vir.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Cadê o restante do livro? Parou no capítulo 449....
Estava lendo sem pedir para comprar com moedas, e desde o capítulo 430 já não consigo mais. Fiquei bem chateada!...
A melhor foi a história da Zoey e Christian mesmo. Foi a mais emocionante....
Site tá uma porcaria cheio de propagandas que não tinha antes, atrapalhando a leitura....
21984019417...
Alguém mais está dando erro nos capitulos 426, 427 e 428?...
Cadê o capítulo 85 🥲...
Queria o final. Como faço?...
O meu travou no 406, mais as moedas estão sumindo...
O meu travou no 325...