~Nathaniel~
Estava ainda tentando processar a discussão com Alessandra quando a tela do meu notebook acendeu automaticamente, mostrando uma chamada de videoconferência entrante. O nome de Christian apareceu no visor, e aceitei imediatamente.
A imagem que apareceu me preocupou instantaneamente. Christian estava claramente no quarto, não no escritório impecável que eu estava acostumado a ver durante nossas reuniões. O fundo brinquedos espalhados, e ele próprio parecia exausto. Olheiras profundas marcavam seu rosto, e havia uma tensão em sua postura.
— Christian, você está bem? — perguntei antes mesmo de qualquer cumprimento.
— Não durmo direito há três dias — ele passou a mão pelo rosto, confirmando minha impressão. — Matteo está com pneumonia. Os médicos estão monitorando de perto. Zoey e eu estamos revezando para ficar com ele no hospital e não queremos sair de perto até sabermos que está totalmente fora de perigo.
Senti o estômago apertar. Matteo era o primeiro filho de Christian e Zoey, nascido prematuro alguns meses atrás. A ideia de que ele pudesse estar em perigo era aterrorizante.
— Como ele está agora? Precisa de alguma coisa?
— Está estável, graças a Deus. Mas eu não posso deixar o Brasil agora, não até sabermos que ele está completamente fora de perigo — Christian se recostou na cadeira, e pude ver o peso da preocupação em seus ombros. — Por isso estou ligando. Tomei conhecimento do que aconteceu com Anne.
Senti minha mandíbula se contrair involuntariamente.
— A situação está... complicada.
— Já mandei alguém de confiança para Londres para cuidar disso.
— E quanto ao Conselho?
— Você não será afastado enquanto isso for esclarecido. — Christian me encarou através da tela. — Anne também voltará em breve. O afastamento é temporário até tudo ser esclarecido oficialmente. Se eu tivesse sabido antes, teria impedido, mas com essa situação do Matteo...
Senti um alívio parcial tomar conta do meu peito. Pelo menos Anne não seria destruída profissionalmente por causa dos jogos sujos de Alessandra.
— Obrigado, Christian. Eu não sabia mais o que fazer.
— Pelo que eu soube o problema é o relacionamento mal resolvido entre vocês. — Christian se inclinou para frente, assumindo aquela postura direta que sempre usava quando queria ir direto ao ponto. — Estão supondo que ela poderia ter arrancado informações que usou para se beneficiar. Talvez o melhor seja vocês assumirem logo tudo. Acaba com as fofocas de uma vez.
— Não é tão simples assim — suspirei, sentindo o peso de todas as complicações que haviam se acumulado. — Não é como se a Anne quisesse algo comigo.
Christian me olhou com aquela expressão que eu conhecia bem, a mesma que ele usava quando achava que eu estava sendo particularmente idiota.
— Então o que diabos você está fazendo que ainda não foi atrás dela para ver se ela está bem?
A pergunta me atingiu como um soco no estômago. Ele estava certo. Completamente certo. Enquanto eu ficava aqui remoendo a situação, lamentando as circunstâncias e me preocupando com protocolos corporativos, Anne estava sozinha, lidando com o afastamento e com toda a humilhação que Alessandra havia orquestrado.
— Eu... — comecei, mas não consegui formar uma resposta adequada.
— Nate, você é meu melhor amigo há anos. Vi você lidar com crises corporativas, negociações impossíveis, situações que quebrariam a maioria das pessoas. Mas nunca vi você agir como um covarde — as palavras de Christian eram duras, mas necessárias. — Se você se importa com ela, vai lá e mostra isso. Se não se importa, pare de atormentar vocês dois e deixe ela seguir em frente.
Ficamos em silêncio por alguns segundos. Eu podia ouvir vozes ao fundo na casa dele, provavelmente Zoey falando com alguém sobre Matteo. Lembrei-me de como Christian havia lutado por Zoey, de como havia enfrentado obstáculos para ficar com ela.
— Você tem razão — disse finalmente.
— Sempre tenho — Christian sorriu pela primeira vez desde o início da conversa. — Agora vai atrás dela antes que eu tenha que ir para Londres pessoalmente só para te dar um chute no traseiro.
— Cuide do Matteo — respondi, já me levantando. — E dê um abraço na Zoey por mim.
"Oi, mana! Estou entrando numa reunião super importante com investidores japoneses. Te ligo mais tarde? Tudo bem?"
Até meu irmão estava ocupado. Coloquei o celular no sofá e voltei a andar pelo apartamento. A sensação de isolamento era sufocante. Nos momentos em que mais precisava de apoio, todo mundo tinha coisas importantes para fazer.
Olhei para a tela do celular várias vezes, esperando uma notificação do aplicativo. Wanderer havia ficado em silêncio desde que eu respondi sua pergunta sobre vulnerabilidade. Justamente quando eu precisava daquela conexão, daquela distração que me ajudava a respirar quando tudo ficava pesado demais.
Liguei a televisão, procurando algo para distrair minha mente. Passei pelos canais sem realmente ver nada, tentando encontrar algo que conseguisse prender minha atenção por mais de dois minutos. Parei numa comédia romântica, mas as situações perfeitas e os finais felizes só me irritaram mais.
Desliguei a TV e voltei ao celular. Nada.
A solidão do apartamento parecia crescer a cada minuto.
Tentei ler um livro, mas as palavras se misturavam na página. Tentei tomar um banho para relaxar, mas minha mente continuava acelerada, repassando cada palavra que Nate havia dito ao me dar a notícia, cada olhar de satisfação que eu tinha certeza de ter visto no rosto de Alessandra.
Estava voltando para a sala quando o interfone tocou.
O som me fez pular literalmente. Não estava esperando ninguém, e definitivamente não estava no humor para receber visitas. Caminhei até o interfone com certa relutância, imaginando quem poderia ser. Talvez algum entregador no endereço errado.
Apertei o botão.
— Alô?
— Sou eu. Posso subir?
— Você? — consegui dizer, reconhecendo a voz masculina imediatamente. — O que tá fazendo aqui?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...