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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 254

— Vim te ver — a resposta veio simples.

— O quê? Por quê? — perguntei confusa.

— Posso subir? — ele repetiu, e havia algo no tom dele que parecia... divertido. — Acho que podemos conversar melhor aí, não?

Hesitei por alguns segundos. A última pessoa que esperava ver hoje era Marco Bellucci. Na verdade, a última pessoa que esperava ver qualquer dia era Marco Bellucci. Nosso relacionamento no Brasil havia terminado de forma complicada, e desde então havíamos mantido uma distância cuidadosa. Uma distância que ele mesmo delimitou: eu na Europa, ele na Ásia.

— Claro — respondi finalmente, apertando o botão para liberar a entrada.

Corri até o espelho do banheiro, verificando rapidamente minha aparência. Estava um desastre: cabelo bagunçado, olhos levemente inchados de frustração, usando uma camiseta larga e calça de moletom. Definitivamente não era como queria estar quando encontrasse um ex, especialmente um ex que sempre parecia saído de uma revista.

A batida na porta veio alguns minutos depois. Respirei fundo antes de abrir, preparando minha expressão mais neutra possível.

Marco estava parado ali com aquele sorriso que eu conhecia bem demais. Alto, cabelos escuros perfeitamente arrumados mesmo depois de um voo internacional. Havia uma pasta de couro em sua mão e uma confiança irritante em sua postura.

— Oi, Anne — disse, como se fosse completamente natural aparecer no meu apartamento em Londres sem avisar.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei friamente, não me afastando da porta para convidá-lo a entrar.

— Christian me mandou para resolver a sua confusão — respondeu com aquele tom de brincadeira que sempre usava quando queria minimizar situações sérias.

Senti o sangue ferver nas veias.

— Minha confusão? Minha confusão? — repeti, minha voz subindo alguns tons. — Agradeça à sua prima Alessandra por essa confusão!

Marco riu baixinho, finalmente me convencendo a me afastar da porta para que ele pudesse entrar.

— Calma, Anne. Vim aqui para cuidar de tudo. Vou garantir que o conselho não te derrube, ok? — ele colocou a pasta no sofá e se virou para me encarar. — Christian confia em mim para resolver isso.

— Por que você? — perguntei, ainda de braços cruzados. — Você é COO da Ásia. Nate é COO da Europa. Não deveriam ter a mesma credibilidade com o conselho? Ou melhor, Christian deveria ter ainda mais, já que estamos na Europa?

— É assim que o chama? Christian? Não... Carter?

Senti meu rosto esquentar, como uma criança pega aprontando.

— Somos amigos.

A expressão de Marco mudou sutilmente, o sorriso se tornando mais sério.

— Claro. Enfim... Seria, seria sim — disse, me encarando diretamente. — Se ele também não estivesse na mira... por dormir com uma certa funcionária.

Quase engasguei com a água que estava bebendo. Coloquei o copo na mesa com mais força do que pretendia, o barulho ecoando pelo apartamento silencioso.

— Como assim "na mira"?

Senti algo apertar no peito. Marco sempre havia sido assim: charmoso, eloquente, capaz de encontrar exatamente as palavras certas para desarmar minhas defesas. Era parte do que me havia atraído nele no início, e parte do que havia tornado nossa relação tão turbulenta.

— Isso já faz muito tempo — murmurei, mas minha voz saiu menos firme do que eu gostaria.

— Faz — ele concordou, levantando a mão lentamente para tocar meu braço. — Mas estou aqui agora. E você está aqui. E pelo que parece, você precisa de alguém que realmente se importe com você.

O toque dele era suave, quase hesitante, como se estivesse testando minha reação. Parte de mim queria se afastar, manter a distância que havíamos construído cuidadosamente ao longo dos meses. Mas outra parte, a parte que estava cansada de se sentir sozinha e confusa, queria se inclinar para aquela familiaridade.

— Marco, eu não acho que seja uma boa ideia — disse, mas não me afastei.

— Por que não? — ele perguntou, sua mão agora subindo para tocar meu rosto gentilmente. — Porque você está com medo de se machucar de novo? Ou porque você está com medo de sentir algo real quando sua vida está uma bagunça?

Suas palavras me atingiram exatamente onde doía. Era verdade. Minha vida estava uma bagunça completa. Nate estava complicado demais, Wanderer era um verdadeiro mistério, e agora estava aqui Marco, oferecendo algo conhecido, algo que não exigia que eu decifrasse mistérios ou navegasse política corporativa.

— Não é tão simples assim — sussurrei.

— Pode ser — ele disse, se inclinando ligeiramente para mais perto. — Se você deixar.

Por um momento, ficamos apenas ali, olhando um para o outro. Podia ver a sinceridade em seus olhos, misturada com algo mais intenso. A química entre nós sempre havia sido inegável, mesmo quando tudo mais estava desmoronando.

Marco se inclinou e me beijou. Simples assim. Sem aviso, sem hesitação, aproveitando o momento de proximidade e vulnerabilidade. O beijo tinha gosto de memórias, de tardes preguiçosas nas vinícolas, de uma época da minha vida quando as coisas pareciam mais simples.

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