~Nathaniel~
Por um instante, encarei Anne parada na porta, seus cabelos ligeiramente bagunçados e uma expressão de choque absoluto no rosto. Mas rapidamente meu olhar derivou para dentro do apartamento, onde pude ver claramente a figura relaxada de Marco sentado no sofá, com um ar provocativo que me fez apertar os punhos involuntariamente.
Ele estava ali como se fosse dono do lugar, recostado com aquela pose casual que claramente pretendia demonstrar que estava no controle de uma situação. O braço apoiado no encosto do sofá, as pernas levemente afastadas, um meio sorriso brincando nos lábios. Tudo nele gritava propriedade sobre o espaço... e talvez sobre Anne também.
O clima pesou instantaneamente, como se o ar do corredor tivesse se tornado denso demais para respirar adequadamente. Sem convite formal, mas também sem pedir permissão, entrei no apartamento com passos controlados, fechando a porta atrás de mim. O som da porta se fechando ecoou como uma declaração de guerra silenciosa.
— O que você está fazendo aqui? — devolvi a pergunta, mantendo minha voz baixa mas carregada de uma firmeza que não deixava margem para brincadeiras.
Marco sorriu mais amplamente, claramente se divertindo com minha chegada inesperada. Não fez nenhum movimento para se levantar ou assumir uma postura mais respeitosa. Em vez disso, acomodou-se ainda mais no sofá, como se quisesse deixar claro que não tinha intenção de ir embora tão cedo.
— Christian me mandou — disse com uma tranquilidade irritante. — Para resolver a confusão que... — fez uma pausa carregada de significado, seus olhos encontrando os meus com um brilho provocativo — bem, a confusão que você arrumou.
Senti minha mandíbula se contrair, mas forcei-me a manter a compostura. Marco estava visivelmente em uma espécie de jogo de poder sutil. Mas eu não estava no humor para jogos.
— Christian te mandou para dentro do apartamento da Annelise? — perguntei, deixando o sarcasmo pingando de cada palavra.
Marco riu baixinho, um som que me irritou profundamente. Era a risada de alguém que achava que tinha todas as cartas na mão, que se divertia com o desconforto alheio.
— Não — admitiu sem nenhum constrangimento. — Isso eu vim por conta própria.
A honestidade brutal da resposta me pegou desprevenido. Pelo menos ele não estava tentando disfarçar suas intenções ou criar desculpas elaboradas. Havia algo quase respeitável na forma direta como assumiu que estava ali por motivos pessoais.
Antes que eu pudesse responder, Anne se manifestou, claramente incomodada com a tensão que estava se formando em sua sala de estar.
— Tá, chega — disse, cruzando os braços numa postura defensiva. — Marco, você já estava de saída, não estava?
Era mais uma afirmação do que uma pergunta, e pude ouvir o cansaço em sua voz. Era evidente que ela queria que Marco fosse embora, que a situação toda se resolvesse sem mais complicações.
Mas Marco, em vez de se levantar como qualquer pessoa decente faria, se recostou ainda mais deliberadamente no sofá. Era um movimento calculado, designado para mostrar que não tinha intenção alguma de facilitar as coisas.
— Na verdade... não — disse com uma tranquilidade provocativa. — Ainda não terminei o que vim fazer aqui.
Então ele se virou para mim, seus olhos brilhando com malícia mal disfarçada.
— E você, Nathaniel... o que faz aqui com essas flores?
A pergunta pairou no ar como um desafio. Olhei para o buquê em minhas mãos, sentindo subitamente como se estivesse sendo julgado por cada escolha que havia feito para chegar até ali. As rosas vermelhas que haviam parecido uma ideia perfeita na floricultura agora pareciam me expor demais, carregadas de significados que eu não estava pronto para explicar.
Respirei fundo, forçando-me a manter a compostura que anos de experiência corporativa haviam me ensinado. Com movimentos cuidadosos, me aproximei de Anne para entregar o buquê, mas discretamente deslizei minha mão até o pequeno cartão preso ao arranjo. Com um movimento rápido e praticamente imperceptível, retirei o cartão e o guardei no bolso interno do meu casaco antes de estender as flores para ela.
Saí do apartamento e já estava alguns passos pelo corredor quando ouvi:
— Nate...
Meu nome saiu dos lábios de Anne como um sussurro carregado de algo que não consegui identificar. Me virei lentamente, encontrando-a parada na porta, ainda segurando o buquê contra o peito como se fosse um escudo protetor.
Nos encaramos em silêncio. O peso do momento parecia mais denso do que qualquer palavra poderia preencher. Havia tantas coisas não ditas pairando entre nós — desculpas, explicações, confissões, promessas.
O silêncio se estendeu até que Anne finalmente o quebrou, sua voz baixa mas firme:
— Obrigada pelas flores. Quero dizer... agradeça ao pessoal do escritório por mim.
Mantive meus olhos nos dela por mais um instante, tentando transmitir tudo que não podia dizer em voz alta. Que as flores não eram realmente do escritório. Que eu havia escolhido cada uma pessoalmente. Que ela importava para mim mais do que qualquer protocolo profissional. Que eu lutaria por ela, mesmo que isso custasse minha própria posição.
Finalmente, assenti levemente:
— Eu agradecerei.
Me virei e caminhei pelo corredor, meus passos ecoando no silêncio até chegar ao elevador.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...