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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 278

Nate tocou a campainha e senti meu estômago dar uma volta completa. Estava ali, parada na varanda de uma casa que conseguia ver claramente agora sob a luz dos postes da rua - elegante, clássica, com decorações natalinas discretas mas sofisticadas emoldurando as janelas georgianas. Exatamente o tipo de casa onde cresceu alguém com o refinamento natural que Nate possuía.

A porta se abriu revelando uma mulher de estatura média, cabelos castanho-claros presos num coque baixo e descontraído, usando um suéter cinza que parecia ao mesmo tempo casual e elegante. Ela tinha um sorriso contido mas genuinamente caloroso, e pude ver imediatamente de onde Nate havia herdado seus olhos verdes.

— Mãe — disse Nate, se inclinando para beijar a bochecha dela. — Esta é Anne.

Elizabeth me encarou por alguns segundos com aquele tipo de avaliação maternal que não era hostil, apenas cuidadosa.

— Anne — repetiu, como se estivesse testando como meu nome soava em sua voz. — É um prazer conhecê-la.

— O prazer é todo meu, Sra. Carter — respondi, tentando não parecer tão nervosa quanto me sentia.

— Elizabeth, por favor — disse, me recebendo com dois beijos delicados nas bochechas e um toque suave no meu braço. — Entre, vocês devem estar congelando aí fora.

Entramos em um hall de entrada que conseguia ser imponente sem ser intimidador. Tinha algumas pinturas que pareciam originais nas paredes, e aquele cheiro característico de casas antigas bem cuidadas - uma mistura de móveis de madeira, flores frescas e algo que cheirava vagamente a bolo no forno.

Elizabeth nos ajudou com os casacos enquanto eu observava discretamente os detalhes ao redor. Era exatamente o tipo de ambiente onde imaginava Nate crescendo - culto, refinado, mas sem a ostentação fria que esperava encontrar.

— Richard! — Elizabeth chamou. — Eles chegaram.

Passos firmes ecoaram pelo corredor e logo apareceu um homem alto - ligeiramente mais alto que Nate - com cabelos grisalhos bem cortados e uma postura serena que inspirava confiança imediata.

— Anne — disse, estendendo a mão com um sorriso genuíno. — Richard Carter. É um prazer tê-la aqui.

Sua mão era firme e calorosa, e havia algo em sua forma de cumprimentar que me fez sentir genuinamente bem-vinda.

— A casa é sua — acrescentou, e pude perceber que não era apenas cortesia.

— Obrigada, Sr. Carter — respondi, sentindo parte da tensão em meus ombros finalmente começar a se dissipar.

— Richard — corrigiu com um sorriso. — Somos informais aqui.

Elizabeth nos guiou até uma sala de estar aconchegante onde uma lareira crepitava suavemente. As paredes eram cobertas de estantes repletas de livros, havia partituras espalhadas sobre o piano, e plantas em vasos estrategicamente posicionados criavam uma atmosfera que conseguia ser elegante e caseira ao mesmo tempo.

— Sentem-se, por favor — disse Elizabeth, gesticulando em direção a um sofá de couro marrom. — Posso oferecer chá? Café? Algo mais forte?

— Chá seria perfeito — respondi, me acomodando ao lado de Nate.

— E como vocês se conheceram? — Richard perguntou, se sentando numa poltrona e me encarando com curiosidade genuína. — Nate foi bem vago nos detalhes quando falou sobre você.

Nate e eu trocamos um olhar rápido. Havíamos ensaiado essa resposta durante a viagem, decidindo por uma versão que era tecnicamente verdadeira, mas omitia certos detalhes que não eram apropriados para uma conversa com os pais.

— Trabalhamos na mesma empresa — expliquei. — Nos conhecemos num voo corporativo há alguns meses e... bem, descobrimos que tínhamos muito em comum.

— Nate nos contou que você se mudou do Brasil para trabalhar lá. Deve ter sido uma grande mudança — Elizabeth disse, voltando com uma bandeja de chá.

— Foi — admiti, aceitando uma xícara delicada de porcelana. — Mas Londres tem sido... reveladora. Descobri coisas sobre mim mesma que não sabia que existiam.

— Como o fato de que você gosta de homens teimosos que trabalham demais? — Nate brincou, o que fez seus pais rirem.

— Entre outras coisas — respondi, dando-lhe uma cotovelada leve.

A conversa fluiu naturalmente a partir daí. Foi quando ouvimos passos descendo uma escada em algum lugar da casa. Passos deliberadamente lentos, como se quem descia quisesse anunciar sua chegada.

— Ah — disse Elizabeth, olhando em direção ao hall. — A Tori finalmente decidiu se juntar a nós.

A mulher que apareceu na entrada da sala me pegou completamente desprevenida. Tori Carter era indiscutivelmente bonita - cabelos loiros perfeitamente escovados caindo em ondas suaves pelos ombros, maquiagem impecável que realçava olhos azuis, e estava vestida como se fosse para um jantar de gala. Salto alto, vestido preto justo mas elegante, joias discretas mas claramente caras.

Era noite, estávamos entre família... e ela parecia pronta para um evento.

— Oi — disse, seu olhar passando rapidamente por mim antes de se focar em Nate. Havia algo calculado em sua postura, como se cada movimento fosse pensado para causar o máximo impacto.

— Tori — Nate se levantou para cumprimentar a irmã. — Esta é Anne.

Tori me encarou por alguns segundos com um sorriso que conseguia ser educado e avaliativo ao mesmo tempo.

— Ah... — disse, como se estivesse processando informações. — Quando o Nate disse que viria acompanhado, achei que fosse a Alessandra.

O silêncio que se seguiu foi breve, mas denso o suficiente para que eu sentisse todos os olhares da sala convergirem para mim.

— Espero que a decepção não tenha sido muito grande — respondi com leveza, mantendo o sorriso.

— Imagina — Tori disse rapidamente. — Só não esperava... alguém novo.

Elizabeth rapidamente ofereceu chá para Tori, que aceitou e se sentou numa poltrona de frente para o sofá onde eu e Nate estávamos. Houve alguns minutos de conversa casual, mas pude sentir Tori me estudando discretamente.

— Seu sotaque é interessante — disse finalmente, cruzando as pernas elegantemente. — Você é brasileira, certo? Aguilar... — fez uma pausa, como se estivesse vasculhando a memória. — Não me lembro de nenhuma família com esse nome. Eles são conhecidos pelo quê?

A pergunta foi feita com tom casual, mas havia algo por trás dela que me fez entender que Tori estava tentando localizar minha posição social, minha "linhagem".

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