Nate tocou a campainha e senti meu estômago dar uma volta completa. Estava ali, parada na varanda de uma casa que conseguia ver claramente agora sob a luz dos postes da rua - elegante, clássica, com decorações natalinas discretas mas sofisticadas emoldurando as janelas georgianas. Exatamente o tipo de casa onde cresceu alguém com o refinamento natural que Nate possuía.
A porta se abriu revelando uma mulher de estatura média, cabelos castanho-claros presos num coque baixo e descontraído, usando um suéter cinza que parecia ao mesmo tempo casual e elegante. Ela tinha um sorriso contido mas genuinamente caloroso, e pude ver imediatamente de onde Nate havia herdado seus olhos verdes.
— Mãe — disse Nate, se inclinando para beijar a bochecha dela. — Esta é Anne.
Elizabeth me encarou por alguns segundos com aquele tipo de avaliação maternal que não era hostil, apenas cuidadosa.
— Anne — repetiu, como se estivesse testando como meu nome soava em sua voz. — É um prazer conhecê-la.
— O prazer é todo meu, Sra. Carter — respondi, tentando não parecer tão nervosa quanto me sentia.
— Elizabeth, por favor — disse, me recebendo com dois beijos delicados nas bochechas e um toque suave no meu braço. — Entre, vocês devem estar congelando aí fora.
Entramos em um hall de entrada que conseguia ser imponente sem ser intimidador. Tinha algumas pinturas que pareciam originais nas paredes, e aquele cheiro característico de casas antigas bem cuidadas - uma mistura de móveis de madeira, flores frescas e algo que cheirava vagamente a bolo no forno.
Elizabeth nos ajudou com os casacos enquanto eu observava discretamente os detalhes ao redor. Era exatamente o tipo de ambiente onde imaginava Nate crescendo - culto, refinado, mas sem a ostentação fria que esperava encontrar.
— Richard! — Elizabeth chamou. — Eles chegaram.
Passos firmes ecoaram pelo corredor e logo apareceu um homem alto - ligeiramente mais alto que Nate - com cabelos grisalhos bem cortados e uma postura serena que inspirava confiança imediata.
— Anne — disse, estendendo a mão com um sorriso genuíno. — Richard Carter. É um prazer tê-la aqui.
Sua mão era firme e calorosa, e havia algo em sua forma de cumprimentar que me fez sentir genuinamente bem-vinda.
— A casa é sua — acrescentou, e pude perceber que não era apenas cortesia.
— Obrigada, Sr. Carter — respondi, sentindo parte da tensão em meus ombros finalmente começar a se dissipar.
— Richard — corrigiu com um sorriso. — Somos informais aqui.
Elizabeth nos guiou até uma sala de estar aconchegante onde uma lareira crepitava suavemente. As paredes eram cobertas de estantes repletas de livros, havia partituras espalhadas sobre o piano, e plantas em vasos estrategicamente posicionados criavam uma atmosfera que conseguia ser elegante e caseira ao mesmo tempo.
— Sentem-se, por favor — disse Elizabeth, gesticulando em direção a um sofá de couro marrom. — Posso oferecer chá? Café? Algo mais forte?
— Chá seria perfeito — respondi, me acomodando ao lado de Nate.
— E como vocês se conheceram? — Richard perguntou, se sentando numa poltrona e me encarando com curiosidade genuína. — Nate foi bem vago nos detalhes quando falou sobre você.
Nate e eu trocamos um olhar rápido. Havíamos ensaiado essa resposta durante a viagem, decidindo por uma versão que era tecnicamente verdadeira, mas omitia certos detalhes que não eram apropriados para uma conversa com os pais.
— Trabalhamos na mesma empresa — expliquei. — Nos conhecemos num voo corporativo há alguns meses e... bem, descobrimos que tínhamos muito em comum.
— Nate nos contou que você se mudou do Brasil para trabalhar lá. Deve ter sido uma grande mudança — Elizabeth disse, voltando com uma bandeja de chá.
— Foi — admiti, aceitando uma xícara delicada de porcelana. — Mas Londres tem sido... reveladora. Descobri coisas sobre mim mesma que não sabia que existiam.
— Como o fato de que você gosta de homens teimosos que trabalham demais? — Nate brincou, o que fez seus pais rirem.
— Entre outras coisas — respondi, dando-lhe uma cotovelada leve.
A conversa fluiu naturalmente a partir daí. Foi quando ouvimos passos descendo uma escada em algum lugar da casa. Passos deliberadamente lentos, como se quem descia quisesse anunciar sua chegada.
— Ah — disse Elizabeth, olhando em direção ao hall. — A Tori finalmente decidiu se juntar a nós.
A mulher que apareceu na entrada da sala me pegou completamente desprevenida. Tori Carter era indiscutivelmente bonita - cabelos loiros perfeitamente escovados caindo em ondas suaves pelos ombros, maquiagem impecável que realçava olhos azuis, e estava vestida como se fosse para um jantar de gala. Salto alto, vestido preto justo mas elegante, joias discretas mas claramente caras.
Era noite, estávamos entre família... e ela parecia pronta para um evento.
— Oi — disse, seu olhar passando rapidamente por mim antes de se focar em Nate. Havia algo calculado em sua postura, como se cada movimento fosse pensado para causar o máximo impacto.
— Tori — Nate se levantou para cumprimentar a irmã. — Esta é Anne.
Tori me encarou por alguns segundos com um sorriso que conseguia ser educado e avaliativo ao mesmo tempo.
— Ah... — disse, como se estivesse processando informações. — Quando o Nate disse que viria acompanhado, achei que fosse a Alessandra.
O silêncio que se seguiu foi breve, mas denso o suficiente para que eu sentisse todos os olhares da sala convergirem para mim.
— Espero que a decepção não tenha sido muito grande — respondi com leveza, mantendo o sorriso.
— Imagina — Tori disse rapidamente. — Só não esperava... alguém novo.
Elizabeth rapidamente ofereceu chá para Tori, que aceitou e se sentou numa poltrona de frente para o sofá onde eu e Nate estávamos. Houve alguns minutos de conversa casual, mas pude sentir Tori me estudando discretamente.
— Seu sotaque é interessante — disse finalmente, cruzando as pernas elegantemente. — Você é brasileira, certo? Aguilar... — fez uma pausa, como se estivesse vasculhando a memória. — Não me lembro de nenhuma família com esse nome. Eles são conhecidos pelo quê?
A pergunta foi feita com tom casual, mas havia algo por trás dela que me fez entender que Tori estava tentando localizar minha posição social, minha "linhagem".
O quarto era exatamente o que eu esperaria do quarto de Nate adolescente - paredes forradas de livros, uma escrivaninha antiga posicionada próxima à janela e pôsteres discretos de bandas de rock clássico.
Me sentei na beirada da cama, abraçando os próprios braços enquanto observava Nate colocar nossas malas num canto.
— Ela conhece a Alessandra, né? — perguntei sem mais delongas.
Nate parou o que estava fazendo e se virou para me encarar.
— A Tori? Sim. São bem próximas.
— E você não achou que isso era algo que eu devia saber?
Ele se aproximou e se sentou ao meu lado na cama.
— Não achei que fizesse diferença — disse com sinceridade.
— Faz... quando sua irmã achava que era a Alessandra quem viria — respondi, suspirando. — Não estou brava. Só queria estar preparada.
Nate pegou minhas mãos nas suas, esfregando meus dedos para aquecê-los.
— Você está indo muito bem — disse suavemente.
— Espero que sim — murmurei, apoiando minha cabeça em seu ombro.
Ele beijou minha testa, e ficamos assim por alguns minutos, apenas curtindo a tranquilidade do momento.
Foi quando ouvimos Elizabeth chamando do andar de baixo:
— O jantar está pronto!
Respirei fundo, me levantando da cama e alisando minha roupa.
— Hora do show — murmurei.
Nate sorriu, se levantando e estendendo a mão para mim.
— Vamos conquistar um Carter por vez.
— Acho que eu tenho prática nisso — respondi, piscando para ele e aceitando sua mão.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...