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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 280

A manhã do dia 24 de dezembro amanheceu gelada e silenciosa em Bath. Quando saímos da casa dos Carter, o ar estava tão frio que conseguia ver minha respiração formando pequenas nuvens de vapor, e as ruas estavam praticamente desertas - apenas alguns pedestres apressados carregando embrulhos de última hora e o som ocasional de carros passando pelas pedras antigas.

Nate segurou minha mão enluvada na sua enquanto caminhávamos pelo centro da cidade, e pude sentir o calor dele mesmo através do tecido. Havia algo mágico sobre estar ali com ele, explorando as ruas que ele conhecia desde criança, vendo Bath através dos meus olhos pela primeira vez.

— Ali é a Assembly Room — disse, apontando para um prédio imponente com colunas clássicas. — Onde aconteciam os bailes mais importantes da cidade no século XVIII.

— Parece saído diretamente de um filme de época — comentei, admirando a arquitetura georgiana que dominava praticamente todas as construções ao nosso redor.

— E ali — continuou, me guiando por uma curva suave na rua — é o Royal Crescent. Provavelmente uma das vistas mais fotografadas de toda a Inglaterra.

Quando viramos a esquina, literalmente parei no meio da calçada. O Royal Crescent se estendia à nossa frente como uma lua crescente perfeita de pedra dourada, com suas trinta casas idênticas formando uma curva elegante que parecia ter sido desenhada por um artista. Mesmo no inverno, com o céu nublado e as árvores sem folhas, era de tirar o fôlego.

— Meu Deus — murmurei, puxando meu telefone para tentar capturar a beleza do lugar.

— Sinto muito por estar tudo fechado — Nate disse, observando algumas placas de "Closed" nas atrações turísticas que passávamos. — É 24 de dezembro, então praticamente toda a cidade está em modo hibernação. Mas preparei algumas surpresas.

Continuamos caminhando, passando pela Pulteney Bridge com suas lojinhas embutidas nas laterais, e eu me senti como se estivesse dentro de um livro de história. Cada esquina revelava uma nova maravilha arquitetônica, cada rua parecia ter sido preservada exatamente como era há duzentos anos.

— Posso fazer uma pergunta pessoal? — disse enquanto parávamos para admirar a vista do rio Avon correndo suavemente sob a ponte.

— Sempre — respondeu, se encostando na mureta de pedra ao meu lado.

— Por que você nunca trouxe ninguém para o Natal com a sua família? — perguntei, estudando seu perfil enquanto ele observava a água. — Quero dizer... Certamente houve outras namoradas, outras mulheres importantes.

Nate ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse organizando os pensamentos.

— Não sei — disse finalmente, se virando para me encarar. — Acho que nunca cheguei a querer me comprometer com ninguém tanto quanto quis com você. Desde o começo.

Senti meu coração dar uma pequena acelerada com a sinceridade em sua voz.

— Então é como se este fosse o filme natalino dos Carter — brinquei, tentando aliviar a intensidade do momento. — Aqueles que começam com paixão nos primeiros cinco minutos?

Nate riu, aquele som baixo e caloroso que sempre fazia meu estômago dar uma volta.

— Pensando por esse lado, agora não posso mais duvidar da veracidade desses filmes — disse, me puxando para mais perto. — E você? O que pensou de mim no início?

— Honestamente? — perguntei, fingindo pensar seriamente na resposta. — Achei você um arrogantezinho que se achava o último biscoito do pacote.

— Ai — ele fez uma careta exagerada. — Mas?

— Mas — continuei, sorrindo de canto — honestamente, você sabia muito bem como aproveitar quinze minutos em um banheiro. E eu não conseguia parar de pensar no que você conseguiria fazer com mais tempo e mais espaço.

Nate riu alto, atraindo alguns olhares curiosos dos poucos pedestres que passavam.

— E então? — perguntou, se inclinando para mais perto. — Superou as expectativas?

Me ergui nas pontas dos pés para beijá-lo suavemente, sentindo o gosto de café matinal ainda em seus lábios.

Passamos as duas horas seguintes imersos no mundo de Jane Austen em completa privacidade. Tomamos chá em xícaras de porcelana delicada, provamos pequenos sanduíches de pepino e scones com geleia, enquanto Sr. Matthews nos contava histórias fascinantes sobre a vida da autora em Bath, sem pressa, sem multidões, apenas nós três num ambiente íntimo e personalizado.

— Ela não gostava muito da cidade inicialmente — explicou, nos conduzindo pelo que havia sido seu escritório em passos lentos e contemplativos. — Acostumada com a vida no campo, achou Bath muito agitada, muito social. Mas foi aqui que desenvolveu muito de sua perspicácia sobre a sociedade da época.

Visitamos o museu vazio, onde havia exposições interativas sobre a vida de Jane Austen em Bath, fotografias de adaptações cinematográficas de seus livros, e o famoso boneco de cera que recriava sua aparência com precisão impressionante. Podíamos nos demorar em cada exposição, fazer perguntas detalhadas, e explorar cada canto sem pressa ou multidões nos empurrando. Mas a parte que mais me divertiu foi quando Sr. Matthews nos ofereceu roupas de época para experimentar.

— É tradição — insistiu quando tentei recusar. — E temos algumas peças lindas que ficariam perfeitas em vocês. Além disso, com o museu só para vocês, podem se divertir à vontade.

Quinze minutos depois, eu estava usando um vestido de musselina verde-claro com manga longa e cintura alta, enquanto Nate havia trocado seu casaco moderno por uma sobrecasaca de lã escura e colete. Quando nos olhamos no espelho antigo do corredor, não consegui evitar rir.

— Parecemos personagens de Orgulho e Preconceito — disse, ajeitando as luvas longas que completavam o visual.

— Sr. Darcy e Elizabeth Bennet — concordou Nate, fazendo uma reverência exagerada que me fez rir ainda mais.

Tiramos dezenas de fotos, brincamos de encenar cenas dos livros sem ninguém nos observando, e até tentamos dançar uma contradança que Sr. Matthews se ofereceu para nos ensinar no salão principal vazio. Foi ridículo, romântico, e absolutamente perfeito - como ter nosso próprio mundo particular dentro de um pedaço da história.

Quando finalmente saímos do Jane Austen Centre, já era meio da tarde e eu ainda estava processando toda a experiência. Caminhávamos de volta em direção ao centro da cidade quando não consegui mais me conter.

— Como sua irmã pode dizer que Carter é uma família sem pedigree quando você consegue fazer isso? — perguntei, gesticulando em direção ao prédio que acabávamos de deixar. — Conseguir que um museu abra exclusivamente para nós no dia 24 de dezembro? Sabe o que eu conseguiria? Uma risada e uma porta sendo batida na minha cara.

Nate riu, passando o braço ao redor dos meus ombros enquanto caminhávamos.

— Esquece minha irmã — disse, beijando minha têmpora. — Ainda tenho mais uma surpresa.

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