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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 283

Estava terminando de abotoar minha blusa quando ouvi Nate rindo baixinho atrás de mim. Me virei e o encontrei observando enquanto eu tentava domar meu cabelo, que havia ficado levemente úmido pelo vapor das termas.

— O que foi? — perguntei, passando os dedos pelos fios numa tentativa inútil de arrumá-los.

— Nada — disse, se aproximando para ajudar, seus dedos substituindo os meus enquanto organizava delicadamente algumas mechas rebeldes. — Você só está... radiante.

Senti meu rosto aquecer ligeiramente. Havia algo na atmosfera daquela câmara subterrânea, no que havíamos compartilhado ali, que criara uma intimidade completamente nova entre nós. Era como se tivéssemos atravessado algum tipo de portal juntos.

— Acho que nunca mais vou conseguir entrar numa piscina normal depois dessa — comentei, olhando ao redor da câmara histórica uma última vez antes de partirmos.

Nate terminou de arrumar meu cabelo e me puxou para um beijo rápido mas intenso.

— Então é melhor eu me esforçar para manter o padrão — respondeu contra meus lábios, aquele sorriso provocativo que sempre fazia meu estômago dar voltas.

— Você vai ter que trabalhar duro — provoquei de volta, pegando minha bolsa e caminhando em direção à escada.

Saímos das Termas Romanas pela mesma entrada discreta por onde havíamos chegado, Dr. Harrison nos cumprimentando cordialmente e desejando um Natal maravilhoso. Quando pisamos na rua, Bath havia se transformado completamente durante nossa hora subterrânea.

As ruas estavam iluminadas com luzes douradas que criavam halos mágicos ao redor dos postes antigos. As vitrines das lojas brilhavam acessas destacando as decorações natalinas elaboradas, e o frio cortante do final da tarde fazia o ar ficar cristalino. Havia poucos pedestres nas ruas, o que dava à cidade inteira uma atmosfera tranquila e íntima, como se estivéssemos caminhando por um cenário de filme.

— Você sempre foi tão bom em surpresas? — perguntei enquanto caminhávamos de mãos dadas pelas ruas de pedra, nossos passos ecoando suavemente no silêncio da véspera natalina.

— Só para quem realmente importa — respondeu, beijando suavemente minha têmpora.

A simplicidade de sua resposta me atingiu mais do que qualquer declaração elaborada poderia ter feito. Havia uma verdade nua ali, uma sinceridade que me fazia entender o quanto eu realmente significava para ele.

Continuamos caminhando em silêncio confortável por alguns minutos, absorvendo a beleza de Bath iluminada para o Natal. Mas havia algo me incomodando desde o jantar da noite anterior, uma sensação que não conseguia ignorar por mais tempo.

— Posso te fazer uma confissão? — disse, parando próximo a uma fonte ornamental que refletia as luzes douradas das ruas.

— Sempre — respondeu, se virando para me encarar completamente.

— Ainda me sinto meio deslocada na sua família — admiti, brincando nervosamente com a alça da minha bolsa. — Especialmente por causa da Tori. Eu e Zoey sempre fomos muito unidas, então meio que esperava encontrar algo semelhante na sua irmã... Mas ela parece ser definitivamente 'time Alessandra'.

Nate suspirou, passando a mão pelos cabelos num gesto que eu já reconhecia como sinal de que ele estava organizando os pensamentos.

— Tori é complicada — disse finalmente. — Ela fez planos para a vida dela que, infelizmente, envolvem coisas que não dizem respeito a ela. Como eu e Alessandra, por exemplo. E o suposto benefício que uma Bellucci traria para a nossa família.

— Ela não entende que amor não é algo que se possa controlar? — perguntei, franzindo a testa. — Ela nunca se apaixonou por alguém de verdade para entender isso?

Nate hesitou por um momento, como se estivesse decidindo o quanto deveria revelar.

— Ela teve uma paixonite na vida — disse finalmente, e algo no tom de sua voz me fez perceber que havia mais por trás dessa história.

— Quem? — perguntei, curiosa. — Ah, Meu Deus! Christian? Faz sentido, vocês são amigos desde sempre e...

— Não — ele me interrompeu. — Marco Bellucci.

Me aconcheguei contra seu peito, sentindo o calor de seu corpo me proteger do frio da noite.

— E o que você pensava? — perguntei baixinho.

— Sobre como queria que minha vida fosse — respondeu, apoiando o queixo no topo da minha cabeça. — Sobre o tipo de pessoa que queria me tornar, o tipo de relacionamento que queria ter... nunca consegui visualizar detalhes específicos, mas sempre soube que queria algo real. Algo que valesse a pena.

Ficamos ali por alguns minutos, simplesmente curtindo a tranquilidade do momento e a beleza da vista noturna. Era um daqueles momentos que se cristalizam na memória - o tipo de experiência que você sabe que vai lembrar para sempre, mesmo décadas depois.

— Estou feliz que você esteja aqui comigo — disse Nate eventualmente, sua voz baixa e carregada de emoção.

Me virei em seus braços para poder encará-lo, vendo meu próprio reflexo em seus olhos verdes no brilho das luzes da cidade.

— Eu também — respondi, permitindo que toda a profundidade dos meus sentimentos transparecesse em minha voz. — Mais feliz do que imaginei que fosse possível.

Ele me beijou então, devagar e profundamente, um beijo com gosto de promessas futuras e presentes perfeitos. Quando nos separamos, ficamos ali apenas nos olhando, respirando o mesmo ar frio da noite, compartilhando um momento de intimidade que ia muito além do físico.

Era como se estivéssemos parados no limiar de algo maior, algo que mudaria fundamentalmente nossas vidas. Podia sentir no ar, na forma como ele me olhava, na maneira como meu coração batia descompassado no peito.

Foi então que Nate respirou fundo, como se estivesse se preparando para um salto no escuro.

— Anne... — começou, sua voz carregando uma seriedade que imediatamente chamou minha atenção. — Eu preciso te contar uma coisa importante.

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