Voltamos para casa em silêncio tenso, cada um perdido em seus próprios pensamentos sobre o que estava por vir. Sarah se despediu de todos nós, com um beijo carinhoso em Oliver e uma promessa de retornar no dia seguinte para ajudar com os filhotes da golden retriever, já que ela havia prometido jantar com sua própria família. A neve havia parado completamente, deixando Bath coberta por um manto branco que brilhava sob as luzes da rua.
Mal havíamos entrado na casa e tirado os casacos quando o som da campainha ecoou.
— Deve ser ela — Tori disse, quase correndo para atender a porta com uma animação que me fez questionar se ela realmente entendia as implicações da presença de Alessandra ali.
Escutei vozes femininas vindas do hall de entrada - a de Tori, animada e acolhedora, e outra que reconheci imediatamente, mesmo não a ouvindo há semanas. Alessandra Bellucci tinha uma daquelas vozes que você nunca esquece: melodiosa, confiante, e carregada de uma autoridade natural que fazia as pessoas prestarem atenção.
Quando ela entrou na sala de estar, estava exatamente como eu a lembrava - impecavelmente vestida, desta vez com um casaco de lã bege grifado, cabelos perfeitamente arrumados, e aquele sorriso que conseguia ser caloroso e calculado ao mesmo tempo.
— Elizabeth! — exclamou, abraçando a mãe de Nate como se fossem amigas de longa data. — Você está linda, como sempre. E Richard! — se virou para o pai dele com igual entusiasmo. — Obrigada por me receberem em casa no Natal. Sei que é uma intrusão.
— Imagina, querida — Elizabeth respondeu com sua gentileza característica. — É sempre um prazer tê-la aqui.
— Oi, Oliver — Alessandra cumprimentou o irmão de Nate com um abraço caloroso. — Como vai a vida de veterinário? Ainda salvando bichinhos pelo mundo?
Observei tudo com crescente desconforto. A forma como ela se movia pela sala, cumprimentando cada membro da família com familiaridade íntima, como se realmente se sentisse parte daquele núcleo. Era performático, mas convincente.
— Nathaniel — disse finalmente, se aproximando dele com um sorriso que conseguia ser ao mesmo tempo amigável e ligeiramente íntimo. — Fiquei muito feliz quando você me convidou. Estava por perto e minha família decidiu viajar para a Suíça no último minuto, então eu estava me sentindo meio sozinha durante as festas.
Nate trocou um olhar rápido com Tori, que tinha a decência de parecer ligeiramente envergonhada. Todos nós sabíamos que Tori já havia desfeito a confusão e explicado que o convite havia partido dela, não de Nate, mas Alessandra parecia ter convenientemente ignorado essa correção. Era típico dela reformular a narrativa para se adequar à versão que preferia contar.
— E Anne! — Alessandra se virou para mim com aquele mesmo sorriso radiante. — Que surpresa maravilhosa encontrá-la aqui.
— Surpresa? — repeti, mantendo minha voz neutra.
— Bem, não imaginava que você passaria o Natal em Bath — respondeu suavemente.
Foi então que ela começou a distribuir presentes. De uma série de sacolas de lojas claramente caras, começou a retirar embrulhos elegantes.
— Trouxe pequenas lembranças para todos — anunciou, como uma anfitriã organizando sua própria festa.
Para Tori, entregou uma caixa que claramente continha sapatos.
— Tori, essas botas vão combinar perfeitamente com seu estilo sofisticado — disse, observando enquanto Tori abria a caixa para revelar um par de botas de couro preto que eu reconheci vagamente como sendo de uma griffe que só via em vitrines de lojas onde nunca nem pensava em entrar.
Tori praticamente ofegou de alegria.
— Alessandra, você não deveria... são Louboutin! Não são lindas, Anne? — Tori perguntou, se virando para mim com os olhos brilhando de empolgação.
Senti uma pontada de calor no peito. Era a primeira vez que Tori me incluía assim, pedindo minha opinião como se eu fosse alguém próximo, alguém cuja aprovação realmente importava para ela.
— Realmente são...
— Anne — Alessandra se virou para mim com aquele sorriso que não chegava aos olhos —, imagino que você prefira algo mais... prático.
A pausa antes de "prático" foi deliberada e carregada de significado. Era uma forma educada de dizer que eu não tinha sofisticação suficiente para apreciar algo realmente luxuoso.
— Sim — respondi com calma, mantendo meu próprio sorriso —, eu prefiro coisas que duram e têm valor real. Como caráter, por exemplo.
O jantar que se seguiu foi uma demonstração magistral de tensão social civilizada. Elizabeth havia preparado uma refeição maravilhosa, mas eu mal conseguia apreciar a comida com o estômago embrulhado pela presença de Alessandra e suas constantes tentativas de dominar a conversa.
Ela falava sobre sua família, sobre viagens recentes, sobre pessoas importantes que conhecia, sempre incluindo detalhes que serviam para lembrar a todos de sua posição social privilegiada.
— ...e aí quando abriram a porta do quarto ao lado era ninguém menos que a Beyoncé — disse com aquela risada ensaiada, fazendo todos na mesa sorrirem educadamente. — Acabamos dividindo um vinho caríssimo e rindo sobre os paparazzi no lobby.
Nate e eu trocamos um olhar cansado, ambos claramente exaustos daquela exibição constante.
— E o Ano Novo? — mudou de assunto casualmente, cortando delicadamente um pedaço de carne. — Estou tão ansiosa para a festa da Bellucci. Vai ser o evento do ano, como sempre. Você vai, Tori? — perguntou, se virando para a irmã de Nate.
— Ainda não tenho certeza do que farei no Ano Novo — Tori respondeu, claramente lisonjeada por ser incluída na conversa.
— Mas é claro que você vai — Alessandra insistiu com aquele sorriso que não aceitava contradição. — Como minha convidada pessoal. Preciso da minha amiga lá.
Havia algo na forma como ela disse isso que me incomodou profundamente. Não era um convite casual entre amigas - havia uma urgência ali, como se Tori fizesse parte de algum plano maior que eu não conseguia decifrar completamente.
— E vocês dois? — Alessandra finalmente direcionou sua atenção para mim e Nate. — Vão mesmo arriscar ir como casal? Especialmente depois que Anne quase fez Nate ser demitido da Bellucci.
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.
Richard parou com o garfo no meio do caminho para a boca, olhando de mim para Nate com confusão genuína.
— O quê?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...