Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 318

Enquanto os outros se acomodavam na sala principal conversando animadamente e aguardando a chegada do jantar, eu, Zoey e Matheus nos retiramos para a sala de música de Nate, carregando uma garrafa de vinho tinto da nova linha orgânica – ainda em testes - que Christian havia trazido do Brasil. Era um momento que eu havia sentido falta - apenas nós três irmãos, sem a formalidade dos cônjuges ou amigos, podendo ser completamente nós mesmos.

A sala era elegante mas aconchegante, dominada por um piano de cauda preto brilhante que ocupava o centro do espaço. Sentei-me numa poltrona de couro confortável, observando Matheus examinar o piano com curiosidade mal disfarçada.

— Não mesmo — disse Zoey imediatamente, reconhecendo a expressão no rosto do nosso irmão. — Não vou deixar você tocar esse piano caro e nos fazer arrancar as orelhas fora por livre e espontânea vontade.

Matheus riu, passando os dedos delicadamente sobre as teclas sem pressioná-las.

— Hey, eu sou um mestre nisso — protestou com falsa indignação. — Nosso pai me ensinou a mais clássica das clássicas melodias no meu tecladinho de fazendinha quando eu tinha só um ano.

— Old MacDonald Had a Farm? — Zoey brincou.

— Ia ia ô! — cantarolei, sem me conter.

— Muito mais clássico que isso! — Matheus respondeu com seriedade.

Zoey tomou um gole de vinho e gesticulou dramaticamente.

— Então toque, grande pianista. Nos impressione com seu talento musical extraordinário.

Matheus se sentou no banco do piano com solenidade exagerada, ajeitou postura como se fosse dar um concerto no Carnegie Hall, e começou a tocar, de um jeito elaborado e exageradamente pomposo, sua versão de "Parabéns Para Você", completa com floreios desnecessários e uma interpretação quase operística.

Zoey e eu explodimos em risadas, o som ecoando pela sala de uma forma que me lembrou instantaneamente da nossa infância, quando costumávamos rir até doer a barriga com as palhaçadas de Matheus.

— Por falar nos nossos pais... — comecei quando nossa risada diminuiu, de repente me lembrando que eles não sabiam de nada sobre os eventos da noite anterior.

— Não disse nada — Zoey respondeu rapidamente, lendo meus pensamentos com aquela intuição de irmã mais velha. — Como você está bem agora, achei melhor não preocupá-los desnecessariamente.

— Concordo completamente — suspirei aliviada. — Mamãe não pode se estressar tendo hipertensão. E papai ficaria louco de preocupação e provavelmente tentaria pegar o primeiro avião para Londres.

— Ah, ela está longe de se estressar — Matheus comentou casualmente, ainda mexendo nas teclas do piano. — Está passando a virada de ano em um cruzeiro bilionário, vivendo sua melhor vida.

— O quê? — perguntei, quase derrubando minha taça de vinho. — Como assim eu não sei dessas coisas?

— Porque eu sou o favorito — Matheus respondeu com um sorriso presunçoso. — Ela me liga o tempo todo e me conta absolutamente tudo. Enquanto vocês duas estão ocupadas com suas vidas glamorosas, eu recebo todos os updates familiares em primeira mão.

— Você só se acha o favorito — disse, pegando uma almofada do sofá próximo e atirando nele. — Zoey, você deveria me contar essas fofocas importantes!

Zoey riu, se acomodando melhor em sua poltrona.

— Quer fofoca? — perguntou com aquele tom conspiratório que eu conhecia bem. — Adivinha quem está no cruzeiro com mamãe e papai?

— Quem? — perguntei, imediatamente interessada.

— Giuseppe... — ela fez uma pausa dramática — e a namorada.

Meu queixo literalmente caiu e deixei escapar um som de surpresa não contida.