— Como assim, desapareceram? — Nate perguntou, sua voz carregada de irritação crescente.
Deixei escapar um risinho irônico, amargo, que ecoou pela sala fria da delegacia. A situação era tão absurdamente previsível que chegava a ser cômica, se não fosse tão frustrante.
— Com dinheiro e influência — respondi, minha voz carregada de um cinismo que eu mesma não reconhecia. — Já vi isso acontecer antes. E o culpado era exatamente um Bellucci corrupto e criminoso.
Richardson continuou sua explicação com a paciência profissional de alguém que havia lidado com casos similares inúmeras vezes.
— Falha no sistema, segundo o hotel — explicou com óbvio ceticismo transparecendo em cada palavra. — Uma corrupção nos dados exatamente nas horas relevantes. As gravações antes e depois estão completamente intactas, mas as específicas do período em que você estava no quarto e quando James foi preso... simplesmente não existem mais.
— Isso não pode ser coincidência — Nate disse, sua voz carregada de raiva controlada que eu podia sentir vibrando através de sua postura tensa.
— Obviamente não — Richardson concordou sem hesitação. — Mas provar que foi sabotagem intencional, e mais ainda, provar quem foi responsável pela sabotagem, é praticamente impossível. Alessandra Bellucci tem recursos financeiros e conexões políticas suficientes para fazer esse tipo de evidência desaparecer sem deixar qualquer rastro.
Senti-me afundando na cadeira desconfortável, o peso esmagador da injustiça me pressionando como uma laje de concreto sobre o peito. James seria punido adequadamente, isso era verdade e oferecia algum consolo, mas a pessoa que havia orquestrado meticulosamente toda a situação, que havia me colocado naquela posição de vulnerabilidade deliberadamente, escaparia completamente sem consequências legais.
— Então ela simplesmente... sai ilesa? — perguntei, minha voz saindo mais fraca e derrotada do que eu pretendia.
— Legalmente, sim — Richardson confirmou com pesar genuíno. — Mas isso não significa que não existam outras formas de justiça. Sua reputação profissional, sua posição na empresa, suas relações sociais e familiares... essas coisas podem ser afetadas de outras maneiras que não envolvem o sistema criminal.
Nate passou o braço ao redor dos meus ombros, me puxando para mais perto dele numa demonstração silenciosa de apoio e proteção.
— O importante é que você está segura agora — disse baixinho, sua voz carregada de ternura. — E que James nunca mais poderá machucar ninguém.
Eu sabia que ele estava certo. A justiça legal talvez fosse frustrantemente limitada neste caso específico, mas pelo menos uma parte significativa dela seria servida com a condenação de James. E talvez Alessandra ainda enfrentasse consequências por suas ações, mesmo que não fossem de natureza criminal.
Mas naquele momento, sentada na sala fria e impessoal da delegacia, cercada pelo cheiro de desinfetante e café velho, tudo o que conseguia sentir era uma frustração profunda e corrosiva pela complexidade de um sistema que permitia que pessoas como Alessandra manipulassem e machucassem outras sem enfrentar verdadeiras consequências proporcionais aos danos causados.
Quando finalmente saímos da delegacia, a luz do sol de Londres me pareceu ofuscante depois do tempo passado sob as luzes fluorescentes artificiais. Caminhamos em silêncio até o carro, cada um perdido em nossos próprios pensamentos sobre as revelações frustrantes que acabáramos de receber.
— Vamos tomar um café — Nate sugeriu gentilmente, notando que eu ainda estava visivelmente nervosa e agitada. — Conheço um lugar tranquilo não muito longe daqui.
Acabamos num café pequeno e acolhedor, com mesas de madeira desgastada e o aroma reconfortante de grãos recém-moídos. Pedi um cappuccino duplo, esperando que a cafeína ajudasse a dissipar a névoa de frustração que havia se instalado sobre mim.
— Como você está se sentindo? — Nate perguntou depois que nossos cafés chegaram, estudando minha expressão com atenção cuidadosa.
Exploramos cada cômodo metodicamente. A cozinha era moderna mas mantinha detalhes originais charmosos. O escritório no segundo andar tinha estantes embutidas do chão ao teto que me fizeram suspirar de satisfação. Os quartos eram espaçosos e cheios de luz natural.
Mas foi quando saímos para o pequeno terraço nos fundos que eu realmente me apaixonei. Havia um jardim pequeno bem cuidado, perfeito para um cachorro brincar, cercado por outras casas similares que criavam uma sensação de comunidade acolhedora.
— É perfeita — declarei, me apoiando na grade do terraço e imaginando manhãs de domingo tomando café ali.
— Você não precisa se precipitar — Nate disse cuidadosamente. — Ainda temos outras opções para visitar. Quero que você veja tudo antes de decidir.
— Mas é perfeita! — insisti, me virando para encará-lo com entusiasmo genuíno. — Consigo ver nosso filho brincando nesse jardim com o cachorro. Posso imaginar você tocando piano na sala enquanto eu leio no escritório. Posso nos ver envelhecendo aqui.
Nate riu, uma risada cheia de alegria e algo que parecia alívio.
— Nosso filho? — repetiu, seus olhos brilhando com uma expressão que não consegui decifrar completamente.
Senti meu coração acelerar ligeiramente quando percebi o que havia dito tão naturalmente em voz alta o que deveria ter ficado apenas na minha cabeça. Mas agora, já era. Olhei bem nos olhos dele, vendo ali toda a possibilidade de um futuro que eu queria desesperadamente construir.
— Nate, você quer ter filhos, não quer?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...