Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 325

— E o que você fez? — Bianca perguntou, se inclinando ligeiramente sobre a mesa pequena do pub, seus olhos escuros cheios de curiosidade e preocupação.

Estávamos sentadas no The George Inn, um pub tradicional em Southwark que Bianca havia escolhido por ser "autenticamente britânico", como ela havia dito. O ambiente era exatamente o que se esperaria de um pub londrino clássico: vigas de madeira escura no teto, mesas desgastadas pelo tempo, e o barulho constante de conversas misturadas com o som de copos batendo e risos ocasionais. Nossos pratos de fish and chips ainda fumegavam na mesa, junto com duas pints de cerveja forte que eu havia pedido, precisando urgentemente de algo para amortecer a ansiedade que havia se instalado no meu peito desde a conversa na casa em Notting Hill.

— Eu menti! — respondi com mais força do que pretendia, batendo minha cerveja na mesa de madeira com um barulho que fez algumas pessoas nas mesas próximas olharem na nossa direção. — O que mais eu poderia fazer?

A espuma da cerveja se espalhou ligeiramente pelo tampo da mesa, criando pequenas poças douradas que refletiam a luz amarelada das luminárias do pub. Senti o sabor amargo da cerveja ainda na minha língua, misturado com a culpa que havia estado me consumindo desde que saímos da casa.

— Anne... — Bianca começou, sua voz carregada de compreensão e algo que parecia compaixão.

— Não — interrompi imediatamente, erguendo a mão para silenciá-la antes que pudesse continuar com qualquer tentativa de me consolar. — Não me venha com "Anne". Nate é simplesmente o homem mais perfeito que eu já conheci na minha vida. Ele é lindo, carinhoso, protetor... Eu quero me casar com ele, eu quero uma família com ele, eu quero cachorros e filhos brincando no jardim daquela casa.

Pausei para tomar outro gole da cerveja, sentindo o líquido gelado descer pela minha garganta enquanto tentava organizar os pensamentos confusos que haviam estado me atormentando.

— E eu quero que esses filhos venham de dentro de mim — confessei, minha voz ficando mais baixa e vulnerável. — Eu sou muito egoísta, não sou?

Bianca balançou a cabeça imediatamente, seus olhos se suavizando com uma expressão de compreensão genuína.

— Isso não é egoísmo, Anne — disse firmemente, estendendo a mão sobre a mesa para tocar levemente a minha. — É humano. É natural querer vivenciar a experiência completa de gerar uma vida.

— Nunca pensei realmente em adoção antes — admiti, brincando nervosamente com um pedaço de batata frita no meu prato, sem conseguir realmente sentir fome apesar de não ter comido quase nada o dia todo. — Quero dizer, sempre soube que era uma opção bonita e importante, e se isso é algo que importa para Nate, com certeza é algo que eu faria. Com certeza é um ato lindo dar uma família para uma criança que precisa.

Senti lágrimas começando a se formar nos meus olhos, uma mistura de frustração, culpa e tristeza que havia estado se acumulando desde a revelação de Nate no terraço.

— Mas desde que acompanhei Zoey durante toda a gravidez dela... — continuei, minha voz começando a falhar ligeiramente. — Desde que vi como ela brilhava, como tocava a barriga e falava com o Matteo antes dele nascer, como Christian ficava hipnotizado olhando para ela... Eu sempre esperei que pelo menos uma vez eu pudesse passar por todo esse processo. Sentir uma vida sendo gerada dentro de mim, sentir os primeiros movimentos, ver Nate tocando minha barriga e falando com nosso bebê.

Bianca assentiu lentamente, claramente entendendo a profundidade do que eu estava compartilhando. Ela havia estado presente durante partes da gravidez de Zoey também, havia visto a magia daqueles momentos que eu havia idealizado para mim mesma.