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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 410

~ MAITÊ ~

Minha consciência voltou gradualmente, como se estivesse emergindo de águas profundas. Pela primeira vez em dias, conseguia pensar com clareza, sem a névoa constante dos sedativos. Pisquei várias vezes, tentando focar minha visão, e percebi que estava sentada em uma cadeira confortável de couro macio.

Quando finalmente consegui erguer a cabeça e olhar para frente, me deparei com um perfeito par de olhos azuis que me encarava de volta. Marco estava sentado à minha frente, vestindo uma camisa social branca com as mangas arregaçadas, os cabelos ligeiramente desalinhados como se ele também tivesse acabado de acordar. Havia uma expressão de alívio evidente em seu rosto, misturada com algo que parecia preocupação genuína.

— Onde estou? — perguntei, minha voz saindo rouca depois de tanto tempo sem falar claramente.

— Nesse momento? — Marco respondeu com um pequeno sorriso. — Em algum lugar sobre o Atlântico.

— Atlântico? Atlântico? — repeti, confusa, tentando processar essa informação impossível. — Como eu...?

— Estamos indo para a Itália — ele explicou calmamente, como se estivesse me contando sobre o tempo.

Minha mente lutou para compreender o que ele estava dizendo. Itália. Eu estava em um avião, ou melhor, provavelmente em um jatinho particular, indo para a Itália. Como isso era possível?

— Como? — insisti, sentindo uma mistura de pânico e incredulidade. — Eu estava em um hospital...

Marco suspirou, passando uma das mãos pelos cabelos escuros.

— Tentamos agir dentro da lei, Maitê. Queria fazer tudo certo, pelos meios legais apropriados. Tínhamos advogados, documentação médica, até mesmo força policial preparada para intervir quando soubemos do teste de DNA que queriam forçar você a fazer.

Ele fez uma pausa, seus olhos azuis se endurecendo ligeiramente.

— Mas quando fiquei sabendo que você tinha ido parar no hospital no meio da noite por causa da negligência daquela clínica... todo o excesso de medicação que te deram... — sua voz carregou uma dose de raiva contida — tive que agir de cabeça quente mesmo.

— O que você fez? — perguntei. Embora eu estar aqui, agora, já fosse minha resposta, eu queria entender os detalhes.

Marco deu de ombros, um gesto casual que contrastava com a magnitude do que havia acontecido.

— Usei alguns contatos.

— Marco — disse, minha voz subindo uma oitava — como eu estou dentro de um avião indo para a Itália? Como passei desacordada pelos procedimentos do aeroporto? Controle de passaporte? Segurança?

Ele riu, um som genuinamente divertido.

— O nome Bellucci abre portas.

Senti meu queixo cair. A simplicidade da resposta dele contrastava brutalmente com a complexidade do que isso implicava. Influência em níveis que eu nem conseguia imaginar.

— Marco... — sussurrei, uma percepção chocante me atingindo. — Você poderia estar sequestrando uma pessoa.

— E a Lívia? — perguntei, pensando subitamente da minha prima que havia me ajudado tanto durante toda essa situação impossível.

Marco riu genuinamente dessa vez, seus olhos dançando com diversão.

— Você devia ter visto Lívia vestida de enfermeira te empurrando em uma cadeira de rodas.

Meu queixo caiu novamente.

— Era ela? — Senti uma onda de reconhecimento. — Eu sabia que reconhecia a voz, mas estava tão dopada...

A lembrança daquela voz feminina familiar no hospital voltou com clareza cristalina. Lívia havia sido a pessoa que me levou até o telhado, que me disse que tudo ficaria bem. Ela havia sido parte do plano de resgate desde o início.

Mas então uma tristeza súbita me atingiu. Lívia havia me ajudado a escapar, mas agora eu estava indo para outro continente. Quando a veria novamente? Quando poderia agradecer adequadamente por tudo que ela havia feito por mim?

— Queria ter tido tempo para me despedir de Lívia — disse, minha voz carregada de melancolia.

Foi nesse momento que uma porta se abriu em algum lugar atrás de mim. Virei-me para ver de onde vinha o som e vi Lívia emergindo por uma portinha que eu não havia notado antes, segurando uma taça de vinho e sorrindo amplamente.

— Se despedir por quê? — ela disse, erguendo a taça em um brinde imaginário. — Pizza e pasta, aqui vamos nós!

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