~ MAITÊ ~
Depois do almoço, Marco me convidou para caminhar pelos olivais que se estendiam por toda a propriedade. Era uma manhã perfeita na Toscana - o sol filtrava suavemente através das folhas prateadas das oliveiras, criando um jogo de luz e sombra no chão de terra batida entre as fileiras perfeitamente alinhadas. O ar estava fresco e limpo, carregado com o aroma característico das oliveiras e uma brisa suave que fazia as folhas sussurrarem melodicamente.
Caminhamos em silêncio por alguns minutos. Era difícil acreditar que apenas dois dias atrás eu estava presa naquela clínica horrível, dopada e sem esperanças. Agora estava aqui, na Itália, livre e caminhando ao lado do homem que havia arriscado tudo para me salvar.
— Achei que a família de vocês era conhecida pelos vinhos — comentei finalmente, admirando as árvores. Algumas eram tão antigas que seus troncos eram grossos como pilares, com cascas rugosas que contavam histórias de décadas de crescimento.
Marco riu, um som genuinamente divertido que ecoou entre as árvores.
— É sim. Mas meu pai nunca quis trabalhar diretamente nos negócios da família. Tendo vivido a pressão que isso representa, eu entendo perfeitamente a decisão dele.
Paramos próximo a uma oliveira particularmente antiga, seus galhos retorcidos formando padrões complexos contra o céu azul cristalino. Marco se encostou casualmente no tronco, e pude ver que havia algo profundamente relaxado em sua postura quando estava ali. Era como se este lugar o acalmasse de alguma forma.
— Claro que ele ganha sua parte nas ações e dividendos da empresa — Marco continuou, fazendo um gesto expansivo com as mãos que abrangia toda a paisagem ao nosso redor — mas preferiu ser mais recluso aqui junto com minha mãe. Longe de toda a política empresarial, dos jogos de poder, das pressões constantes.
Olhei ao redor, tentando imaginar como seria crescer em um lugar tão sereno. Fileiras e mais fileiras de oliveiras se estendiam em todas as direções, intercaladas por pequenas trilhas de pedra que serpenteariam pela propriedade. No horizonte, podia ver outras colinas cobertas de vegetação, pontilhadas por construções de pedra que pareciam ter sido colocadas ali séculos atrás.
— Na Toscana, se você não tem parreiras, você tem oliveiras. É quase uma lei não escrita da região — brincou Marco, seus olhos brilhando com diversão. — Mas tudo isso aqui é mais um hobby mesmo. Eles produzem azeite caseiro, vendem localmente, mas usam o sobrenome da minha mãe - Galli - para o negócio. Nada muito ambicioso. É mais sobre ter algo próprio, algo que não carregue o peso do nome Bellucci, apesar de eles não precisarem.
— E você? — perguntei, curiosa sobre como ele havia lidado com essas pressões familiares. — Sempre preferiu os vinhos à reclusão como seu pai?
Marco suspirou, passando uma das mãos pelos cabelos escuros que estavam ligeiramente desalinhados pela brisa matinal.
— Como filho mais velho, meio que não tive escolha. Eram eu, Antônio e, claro, Christian como representantes dessa geração. A responsabilidade meio que caiu no meu colo automaticamente.
Ele fez uma pausa, olhando pensativo para o horizonte onde outras propriedades se estendiam até onde a vista alcançava.
— Mas no fim — admitiu com um sorriso enviesado que fez meu coração acelerar ligeiramente — eu reclamo, mas eu gosto. Não sei se me acostumaria à calmaria completa. Gosto da adrenalina dos negócios, das viagens, dos desafios constantes. Meu pai é muito mais zen do que eu jamais conseguiria ser.
— E o Luca e a Mia? — perguntei, curiosa sobre seus irmãos mais novo.
— Eles também trabalham na Bellucci Itália. — Marco explicou, começando a caminhar novamente. — Luca está mais envolvido com a parte administrativa e financeira, é naturalmente bom com números e análises. Mia trabalha no marketing - ela tem um talento natural para criar conexões com as pessoas, para fazer com que se sintam especiais.
Começamos a seguir uma trilha que serpenteava entre as oliveiras e levava a uma pequena elevação no terreno. O caminho era irregular, com pedras soltas e pequenos desníveis que exigiam cuidado ao caminhar, mas havia algo romanticamente rústico sobre aquela imperfeição.
— Posso ver? — perguntei, movida por uma curiosidade estranha sobre essa marca física de sua infância aventureira.
Marco se inclinou ligeiramente para frente, facilitando para que eu pudesse examinar melhor a pequena cicatriz. Era quase imperceptível, uma linha fina e branca que se escondia perfeitamente na sombra natural do seu queixo masculino.
Instintivamente, levantei minha mão para traçar delicadamente a marca com a ponta do dedo. Sua pele estava quente e ligeiramente áspera sob meu toque, e senti um arrepio inesperado percorrer minha espinha quando percebi como estávamos próximos um do outro.
— Deve ter doído muito — murmurei, minha voz saindo mais baixa e íntima do que pretendia.
— Doeu — ele confirmou suavemente, seus olhos azuis intensos encontrando os meus e me prendendo ali. — Mas valeu a pena. Aprendi bem cedo que algumas aventuras valem qualquer risco.
Havia algo na maneira como ele disse isso, uma intensidade carregada em sua voz que claramente não tinha nada a ver com acidentes de bicicleta na infância. Minha mão ainda estava posicionada em seu rosto, e percebi que havia começado a acariciar sua bochecha sem me dar conta, meus dedos explorando a textura de sua pele como se tivessem vida própria.
O momento se estendeu entre nós, carregado de uma tensão elétrica que havia estado crescendo silenciosamente durante toda nossa conversa matinal. Poderia ser o sol dourado da Toscana criando uma atmosfera mágica ao nosso redor, ou a paisagem romanticamente rústica que parecia saída de um sonho, ou simplesmente o fato de que pela primeira vez em semanas me sentia verdadeiramente segura, protegida e relaxada.
Mas sabia que era mais do que isso. Era Marco. Era a maneira como ele havia arriscado tudo por mim, como me olhava como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo, como conseguia me fazer sentir simultaneamente protegida e desejada.
Antes que pudesse pensar melhor sobre o que estava fazendo, ou considerar todas as complicações de nossa situação, me ergui nas pontas dos pés e o beijei.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...